Um novo sacerdote

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Após uma boa, mas curta, noite de sono, acordei para mais um novo dia nesta maravilhosa cidade...

Já no café da manhã, pude notar as diferenças. Junto com o pão - agora servido em um prato e acompanhado de frutas - a caneca de leite veio maior e, surpresa, com mel!!!

Mal me sentei à mesa, e Timóteo veio até mim. Para ele, o pão e a caneca de leite normais.

Sim, a coisa era comigo mesmo.

— Sr. Glênio, fiquei de achar qualquer coisa sobre a Marcha dos que Nunca Chegaram, como o senhor me pediu.

— E o que descobriu?

— Bem, não muito. Os guardas fechavam a cara quando eu perguntava - alguns até tentaram me bater -, mas eu me esquivava. Sou mais rápido que esses gorduchos presos nas guaritas.

— E no resto da Cidade, somente o pessoal da cidade baixa disse que foi uma bênção, porque depois dessa tal marcha parece que tudo ficou mais calmo. Menos batidas no bairro, menos guardas para encher o nosso saco, se é que me entende.

— Perfeito, aqui vai uma pequena contribuição pelo serviço.

Falei jogando uma moeda de cobre no ar, que foi alegremente agarrada por Timóteo.

— Brigadão, Seu Glênio. No que precisar, pode me chamar!!!

E lá se foi o rapaz, feliz e contente...

Ou seja, parece que todos ainda se lembravam do evento, mas ninguém ousava - ainda - falar abertamente sobre ele.

Terminei meu rico desjejum e fui ao balcão saber das novidades.

Não é que havia uma Luci, muito mais sorridente, me dando bom dia? Veja só! Ela me pediu para, assim que possível, ir à sala do chefe da Guilda, pois ele queria confirmar algumas informações comigo.

Nossa, que mudança...

A coisa parece que está pegando, minto, já pegou, e forte!!!

Entrando na sala do Sr. Fred:

— Que O Um ilumine seu caminho.

— E que todos os caminhos levem Ao Um.

O mestre da Guilda ficou meio parado, pensando se eu já tinha dado a réplica à saudação dos devotos Do Um antes, ou se ele nunca tinha me saudado dessa forma.

Foi mesmo engraçado, mas ele sacudiu a cabeça, fazendo os chifres balançarem de um lado para o outro, e depois endireitou o rosto, certamente pensando: "tenho outras coisas mais importantes para pensar agora".

— Sr. Glênio, parece que o senhor andou fazendo algumas curas pela cidade, certo?

— Eu estava proibido de fazer curas além das que combinamos aqui na Guilda? Peço desculpas se deveria tê-lo consultado antes...

— Não, não é isso. O senhor é livre para fazer o que desejar, sem problema algum.

— Queria apenas conferir algumas coisas, tudo bem?

— Se eu puder ajudar...

— Um de nossos antigos caçadores sofreu um acidente há algum tempo e perdeu o movimento de ambas as pernas. Parece que ontem (pelos boatos que escutei), na saída da Catedral e na frente de todos, o senhor o curou de tal forma que hoje ele já está andando.

— Digo, andando, e ele já veio aqui à Guilda reabrir o registro de caçador, buscando trabalho e perguntando pelo senhor para agradecer.

— O senhor sabe alguma coisa a respeito?

Lobo em pele de CordeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora