Palco montado, cadê os atores?

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Com o mapeamento feito, agora era hora de determinar a coreografia, posicionar os atores, preparar a trilha sonora, preparar a pipoca e subir as cortinas.

Era hora do show!!!

De forma geral, o plano era eliminar o máximo de humanos - não seguidores do Um - ao mesmo tempo que se fazia uma cortina de fumaça, ou seja, mascarar a ação como resultado de uma invasão dos monstros da masmorra que se desenvolveu demais além da conta no Norte da Cidade; assim, a culpa iria recair sobre os Goblins/Guinchadores e não sobre nós do Moinho, ou de nossa facção, ou mesmo contra humanos da Guilda.

Bem, fácil falar, difícil de fazer. Diferente do que foi com a Marcha dos que Não Chegaram, eu não poderia fazer tudo sozinho e teria que contar com a ajuda não só do pessoal do Moinho, esse de boa sempre à disposição para dar o troco "nesse maldito pessoal da cidade", mas também do pessoal da Guilda, para não interferir ou querer salvar os nobres e o extrato mais alto da sociedade, que eu acho que seria ok. Afinal, se não pagam, não teriam por que se mexer; só teria que garantir que eles - oficialmente - também fossem pegos de surpresa com o ataque!

Reunindo o Mestre, o Sr. Fred (da Guilda), Belial, Fineas, Gus e Gabi, assim como a Cláudia, representando o time de intervenção do Moinho; discutimos o plano, vendo se ele era aceitável em termos de exposição ao risco para o pessoal do Moinho, dificuldade de execução, datas, movimentações da tropa, quem faria o quê; enfim, montamos os nossos Jogos de Guerra!

O palco está montado, agora era colocar os atores nas posições, levantar as cortinas, fazer soar os primeiros acordes da banda e ver o circo pegar fogo!

A mim cabia promover a invasão dos monstros da floresta que eu tanto havia nutrido durante o inverno.

A Brigada Ligeira, assim como o pessoal da aldeia que quisesse se juntar ao grupo, iria montar as barricadas, isolando o bairro dos nobres do resto da cidade. O seu trabalho seria repelir eventuais invasores que não ficassem felizes em permanecer na área dos nobres e receber eventuais humanos que conseguissem fugir (afinal, ficaria mal não agir de forma "humanitária").

Metade do grupo de intervenção iria invadir a prefeitura e, juntamente com o Mestre, ocupar e resistir enquanto o resto da cidade ardia, assegurando que o núcleo da cidade ficasse em nosso poder, mesmo que o que restasse da Guarda da Cidade tentasse intervir (se não estivessem tentando salvar os habitantes).

Ao Mestre ficaria a tarefa de neutralizar o núcleo e liberar os escravos do controle, nosso objetivo principal!

Os caçadores da Guilda iriam ficar de prontidão para expulsar os invasores - convocados somente após o trabalho sujo ter sido feito - mas, infelizmente, tarde demais para poder salvar a todos... Snif! Que infelicidade, pois não?

Ao Sr. Fred ficou o papel de aguardar mais notícias antes de agir de uma forma precipitada e colocar toda a cidade em risco, afinal, como agir sem saber de onde está vindo o ataque, qual o tamanho da força invasora, onde colocar as tropas, quantos enviar e em que direção? Sem informação, nada posso fazer...

Para manter a Guilda ocupada durante os trabalhos de limpeza da cidade, deixei alguns membros da Brigada encarregados de trazer informações contraditórias de tempos em tempos.

O dia escolhido seria o dia anterior à noite da grande escuridão, quando era comemorada a vitória dos Heróis contra o Lorde Demônio (afinal, nessa noite os poderes de todos os Filhos do Um eram enfraquecidos - como na noite de minha chegada).

Como a maioria da nossa equipe era composta de mestiços, isso atuava a nosso favor, pois não sofríamos tanto com a falta das três Luas no céu noturno.

Lobo em pele de CordeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora