Forget the world and go

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- Eu não vou, Meredith, não adianta. - eu repeti, mas parecia que eu estava conversando com a mulher da operadora de celular porque ela não ouvia nada do que eu falava.

- Você vai, já disse. Não tem como você escapar dessa, Abby. - ela disse e eu me limitei a um facepalm, mesmo ela não conseguindo me enxergar já que estávamos falando por telefone. - Você vai me agradecer depois.

- Ou não. - eu disse e a ouvi bufar do outro lado da linha. - Você sabe que eu não sou de ir pra festas..

- Sei muito bem, por isso eu vou me arrumar e te ajeitar aí. - ela falou sem em dar tempo pra protestar. - Chego em cinco minutos.

Tá legal, eu teria que ir pra festa dos meninos. Mas como eu conseguiria fazer isso depois de tudo que aconteceu? Josh poderia estar lá e acabar com a minha festa, que já não seria uma beleza porque eu sou uma idiota. Já que o cara por quem eu estou apaixonada, vulgo meu melhor amigo, mais conhecido como Niall Horan, se declarou pra mim ontem e eu fiquei com cara de pastel.

Depois que ele foi embora não pude evitar de me condenar pro resto da minha vida. Nada de diversão pra você, Abigail Bourne, porque você é uma idiota e idiotas não merecem se divertir. Por isso eu não iria à festa. Bom, agora eu iria, nem que fosse amarrada dependendo de Meredith.

Mer iria me arrumar, mas não era a fada madrinha da cinderella então eu acho que teria que ter um vestido. Fui no meu quarto e peguei A caixa. Agora você deve estar tipo assim: WOOOOO, A CAIXA.. VALEU, ABBY, A GENTE SABE PRA CARAMBA O QUE É ESSA CAIXA. VOCÊ DEVERIA CONTAR PRA GENTE, SUA IDIOTA. Pois bem, é exatamente isso que eu vou fazer agora.

Mas antes eu tenho que explicar umas coisinhas.

Um ano antes de eu vir morar com o Theo, minha mãe veio a falecer e eu fiquei pior do que eu já estava. Ficamos só eu e meu pai, já que Theo já estava morando fora. Mas meu pai nunca soube como suprir a falta que minha mãe fazia pra mim. Então aquele foi o pior ano da minha vida, isso eu posso dizer como total convicção. A única parte boa de tudo isso é que eu me aproximei muito do meu pai.

No final do ano ele decidiu me mandar pra morar com o Theo e eu não queria deixá-lo sozinho, mas ele me convenceu falando que morar com meu irmão me faria melhorar e permanecer onde eu estava me traria sempre péssimas lembranças.

Só que, por mais distantes que nós ficamos, essa proximidade que nós construímos não se desfez. Sempre que ele pode ele me manda presentes ou cartas, porque ele não consegue mexer no computador.

A caixa consiste em um presente que ele me mandou e eu nunca usei. Eu ainda não estava bem para usá-lo. Ainda não acho que eu esteja bem para isso, mas a situação pede. Os meninos avisaram que a festa não seria muito casual, o que nos limita a vestidos. E eu odeio vestidos. Por isso eu nao tenho nenhum.

Na verdade eu tenho, mas eu não uso. Ele significa muito pra mim e se eu viu usá-lo quer dizer que eu tenho que aproveitar os momentos com ele o máximo possível.

Abri a caixa e lá estava ele, do jeito quer me lembrava. Não fazia tanto tempo que ele estava na caixa.. Fazia o que? Três semanas? Um mês? Puco importa porque ele estava lindo.

Era um vestido azul royal, minha cor favorita. Mas era muito curto e colado ao corpo, então eu não me sentia à vontade com ele. Quer dizer, eu nunca nem experimentei, eu supus que não me sentiria bem vestida nele. Mas meu pai sempre teve um bom gosto, no caso, a moça da loja teve um ótimo bom gosto e o meu pai teve a decisão de aceitar a opinião dela.

O corte do vestido era diferente e com certeza ele ficaria bem justo, já que eu, como a tradicional brasileira que sou, tenho umas curvas um tanto quanto avantajadas, mesmo não gostando muito delas. Parei de observar o vestido e o coloquei encima da cama, fui até a varanda e vi Mer conversando com John na portaria. Dei um aceno pros dois e ela se despediu e subiu.

A blessing in disguiseOnde histórias criam vida. Descubra agora