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MORGANA

ALGUNS MESES DEPOIS

Armando estava de costas, algemado mesmo que estivesse dentro da cela, a mesma que estranhamente parece uma gaiola. Claro, entendo que ele fez coisas horríveis e é considerado um dos presos mais perigosos do local mas, ele não me machucaria, não me vendo nessa condição. Eu estava usando muletas para me locomover já que a mãe do mesmo quase me fez perder os movimentos, me aproximei com calma, o analisando por completo. Sua barba estava grande assim como seu cabelo, ele parecia bem mas seus olhos transmitiam receio, talvez uma culpa que ele nunca admitiria.

É a primeira vez que venho visita-lo e talvez seja a ultima, já que ele vai ser levado para uma prisão longe daqui.

— Você parece bem.

— Você está bem? — Retrucou. — Mike me falou que foi uma lesão séria.

— Não estou, mais vou ficar. — Balancei a cabeça. — Mas eu não vim aqui pra isso, preciso saber a verdade Armando. O departamento me afastou e entraram com uma investigação contra mim pois acham que eu conspirei contra a polícia ajudando você.

— Não deveria estar se esforçando, não deveria vir me ver.

— Eu preciso da verdade.

— Eu já te contei toda a verdade. Eu não sabia que era filha dele, a minha mãe acabou contando meses depois que já estávamos juntos. Ela queria você morta por conta da sua mãe e eu não podia fazer isso, é mais fácil morrer ao ter que machucar você.

— Em algum momento pensou em me contar? Eu ouvi todos os seus recados, eu também amei você.

— Nada que eu disser vai mudar ou te fazer enxergar a situação de outra forma. — Suspirou ficando mais próximo da grade. — Mas eu amo você e entendo que te coloquei em uma posição difícil, a pior e só precisa acreditar quando eu digo que sinto muito.

— Você só queria sua família, uma família mas errou muito e agora tem a oportunidade de ter uma verdadeira família. Você vai se redimir, vai fazer de tudo para cumprir sua pena e sair daqui e ter uma nova vida. — Afirmei. — Está preparado para a nova audiência?

— Sim, vou pagar pelos meus crimes. Sabe da minha prima?

— Ela foi deportada, estou tratando com os agente da narcóticos no México para que ela fique segura e consiga voltar. Rafe está acompanhando o caso pra mim.

— Rafe? — Revirei os olhos com seu tom.

— Eu... só preciso que coopere no dia da audiência, precisa contar tudo com detalhes e explicar que eu nunca soube quem você era. Estão ameaçando tirar meu distintivo por ser sua namorada.

— Eu não faria nada para lhe prejudicar. — Assenti. — Eu sinto muito por tudo isso, sinto mesmo... Porra, eu te amo e não faria nada pra te machucar, eu sei que tudo isso foi culpa minha e eu não vou conseguir mudar isso mas prometo ser melhor, por você.

— Seja melhor por você também, pela sua família.

Um dos guardas deu dois toques na porta, me informando que precisava sair.

— Não arrume brigas quando te transferirem, vamos fazer de tudo para te manter seguro... as pessoas vão te caçar agora que o mundo sabe que é filho do Mike.

— Não se preocupe, eu vou ficar bem.— Assentiu diversas vezes. — Só preciso saber se me perdoou.

— Não, nem sei se vou.

— Morgana...

—  Eu estou tentando Armando, de verdade e esse tempo longe vai ser bom. Você vai colocar sua cabeça no lugar, entender o que quer e eu vou conseguir entender tudo isso.

Eu quero você, só isso.

Balancei minhas mãos nervosa e entreguei um envelope ao mesmo.

— Só veja isso e tente se agarrar a uma esperança de ser melhor.

O guarda acenou pra mim e vi Armando virar de costas, não querendo me ver indo embora.

Suspirei, eu não deveria mas entendia muito bem o seu sentimento nesse momento, sua mãe mentiu por toda a sua vida, fez com que ele marcasse muitas pessoas e quase matasse o próprio pai. Ela o usou como se ele não valesse nada e esse sentimento que o enche agora.

— Armando?

— Sim? — Se virou, me encarando sério.

— Eu te amo.

Naquele envelope havia um ultrassom, a primeira foto do nosso bebê. E com isso, sei que o caos e os inimigos que já são focados em Mike e Marcus, e até Armando, iriam focar em mim, seria questão de mentir ou morrer. As pessoas não podem saber que Armando é o pai desse bebê.

Me virei novamente e sai do lugar sem olhar para trás, eu tinha noção que ficaria sem vê-lo por muitos anos mas não esperava que nosso próximo encontro fosse uma queda livre em direção a morte. Uma tentativa de salvar parte de nossa família e que no fim, ele desapareceria de novo. Mais uma vez, me deixando, mas agora com uma filha nos braços, chorando e implorando para ter algum tempo com o pai, após ter sido salva pelo mesmo.

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Oficialmente, é o fim da primeira fase!!!
vou continuar e iremos entrar na história do novo filme.
o que estão achando?

LIE OR DIE • ARMANDO ARETASOnde histórias criam vida. Descubra agora