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MORGANA

Estávamos em um acampamento de trailers, Mike e Marcus estavam pegando roupas de uns caras enquanto Armando estava tentando fazer ligação direta em um carro após pegar algumas roupas.

Entrei em um dos trailers pegando alguns remédios para dor e já tomei, um celular e roupas, sai do trailer e Mike e Marcus estavam cantando.

— Que porra é essa? — Questionei entrando na caminhonete que Armando estava.

— E eu vou saber? É você quem convive com os malucos.

Revirei os olhos e Armando começou a dirigir na direção deles, os dois pularam na caminhonete e ouvimos Marcus gritando algo sobre não estarmos roubando por sermos negros. Desativei todos os rastreadores do celular e pesquisei nossos nomes, estava correta, somos os novos procurados do estado.

Algumas horas depois estávamos perto de Miami, Armando estava dirigindo com a feição de tédio de sempre.

— Você chegou a amar ela? — Questionou Mike de repente.

— O quê?

— A minha mãe, você amou ela?

— Ele está se abrindo. — Marcus falou, belisquei seu braço para que ficasse quieto.

— Eu amei a sua mãe, sim.

— E depois entregou ela...

— Ihh.

— Eu sei que eu errei... — Armando o interrompeu.

— Que nem eu.

— Você sabe que não foi isso... — Arregalei os olhos com Marcus se intrometendo.

— Calma aí, Armando. O cara está tentando compensar, ele não deve nada pra você. — E vi a feição confusa do homem ao meu lado.

— Marcus, segura a onda.

— Eu já sou pai a muito tempo, ele tem que ouvir Mike. Alguém tem que dar uma sacode nele. — Se virou para mim e para Armando e apontou o dedo. — Talvez ele até te deva algo falo? O cara enganou a tua mãe, te fez nascer na prisão numa teia de mentiras que transformou você num assassino doido de sangue frio.

Armando o encarou.

— Isso mesmo, assassino! E tem a filha do cara, você engravidou ela e ela te privou de três anos da vida da sua filha mas ainda assim, esse cara estava lá do seu lado.

— Belo discurso.

— Digno de pai do ano. — Murmurei.

— Achou é?

No mesmo momento o motor do carro fez um som alto e o carro parou.

— Seu discurso ridículo conseguiu quebrar o carro.

— Foi mal gente.

Armando tentou ligar o carro algumas vezes mas não deu certo.

— A Tabitha é aqui perto?

— Não, nem pensar. — Me intrometi. — Esse homem não vê uma mulher pelada a quatro anos. — Apontei.

— Qual foi? — Armando ficou confuso.

— Ela gosta de mim.

— Ela te odeia, aquela mulher é maluca.

— A pônei fica pertinho daqui.

— O que é pônei?

***

Estávamos na pônei, Armando encarava tudo com uma careta. Uma música estranha tocava enquanto as meninas quase nuas dançavam para alguns clientes, Armando encarou uma garota com um biquíni neon e deixei um tapa em sua nuca.

LIE OR DIE • ARMANDO ARETASOnde histórias criam vida. Descubra agora