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MORGANA

Armando ainda estava deitado, havíamos nos encontrado para almoçar e acabamos parando no apartamento dele, em sua cama. Nossas roupas estão espalhadas pelo chão junto com minha bolsa e tênis, minha arma e distintivo estavam na mesinha a minha frente e meu notebook esta aberto no meu colo enquanto termino uma dissertação no relatório que preciso enviar até as sete da noite. As coisas estavam feias com a DEA e eu poderia me ferrar se esse relatório não fosse enviado hoje.

— Achei que tivesse ido embora. — Escutei, Armando estava próximo ao corredor usando somente uma calça larga. — Você tem essa mania.

— Preciso enviar uma coisa, trabalho e mais trabalho.

Ele sorriu fraco, se sentando ao meu lado no sofá. Eu estava usando uma camisa dele por cima da calcinha, nada mais, já temos intimidade o suficiente.

— Quando decidiu ser do FBI? — Questionou olhando o que eu fazia.

— Acho que quando criança... um traficante mandou matar a minha mãe, eu tinha uns seis anos e ela foi morta enquanto me buscava na escola. Ela ajudou na prisão dele e gangue que ele comandava anos antes, eu queria ser como ela.

Finalizei meu arquivo enviando por e-mail e me levantei colocando o aparelho encima da mesinha da sala. Armando estava sério, como sempre, mas parecia relaxado, sem tanta coisa na cabeça.

— Eu fiquei dois anos em um orfanato até os amigos de trabalho dela me ajudarem. — Me sentei em seu colo, uma perna de cada lado do seu quadril e logo suas mãos estavam em minha cintura. — Eles me ensinaram tudo que sei.

— O que fez com o homem que destruiu sua vida?

— Nada, o destino se encarrega disso. Não dá pra fazer vingança, as coisas sempre voltam pra gente.

— A vingança te ajudaria com o sentimento que carrega. — Sussurrou antes de deixar um beijo em meu pescoço.

— Não ajudaria em nada, minha mãe continuaria morta e eu só faria mais pessoas sofrerem.

— Como consegue? — Seu tom de voz chegou até mim de maneira estranha. — Ele destruiu a sua vida e você o deixou vivo?

Minha mãe não foi santa, policiais podem ser demônio na vida de outras pessoas assim como aquele traficante foi na minha. — Afirmei, levei minhas mãos até a nuca do homem fazendo um carinho leve. — Eu quero ser diferente então comecei diferente, sem vingança.

Armando parecia meio confuso com meu modo de pensar mas não falou mais nada sobre o assunto. Estávamos confortáveis sem saber sobre o que se tratava a vida um do outro e talvez, devêssemos continuar assim.

— O que você faz da vida?

— Cuido das coisas que meu pai deixou. — Simplificou, estava mais interessado em deixar beijos e leves mordidas em meu pescoço. — Temos negócios aqui e no México.

Assenti, ele fica desconfortável todas as vezes que falamos sobre família ou trabalho, não o julgo, a vida as vezes é complicada demais. Meu celular começou a tocar ao nosso lado.

"Quem é? "

"Precisamos de você aqui, Mike simplesmente estragou tudo." — A voz de Rita demonstrava raiva e preocupação.

"Chego em dez minutos."

Preciso ir, o dever me chama. — Sorri antes de beijar o homem a minha frente.

— Tudo bem, tenho uma reunião em alguns minutos.

Agarrei minhas roupas, as colocando de pressa. Armando fez o mesmo mas acabei saindo de seu apartamento primeiro, dirigi com pressa e cortando caminho. Estava dois quarteirões de Mike mas Marcus me encheu de mensagens e avisando que precisamos ir para a 19 com a Miami, avenidas movimentadas e me tomaria muito tempo para chegar, tempo suficiente para Remy estar morto.

"Parece que Carver Remy está sendo atacado pelo atirador. "— Falei assim que Mike atendeu.

"Como é assim? "

"Encontra o Marcus e vai para 19 com a Miami ." —Avisei antes de desligar.

Estava longe do lugar, precisava atravessar a cidade. Avisei algumas viaturas mas nenhuma estava perto o suficiente, atravessei sinais e até corte caminho novamente mas ainda assim estava perdendo tempo e precisávamos ser rápidos.

Cheguei por trás do Porto de Miami, Mike avisou que estava com Marcus e assim que estava próximo à praia sai da avenida, subindo pela calçada e buzinando feito louca para os pedestres saírem.

— Porra!

Consegui ver Mike lutando com um homem no telhado do hotel enquanto Marcus ligava para alguém dos nossos, Carvey estava morto sobre o carro de Theresa.

— Mas que merda. — Desci do carro com pressa e corri até a Marcus me certificando de que estava tudo bem.

— O que vai fazer?

— Continua ligando para o reforço. — Avisei, corri até a fachada mais baixa de uma das lojas forçando meu corpo consegui subir no telhado do local, Mike estava batendo e apanhando na mesma dose.

O atirador estava usando o capacete, Mike o segurou por um momento mas o largou em seguida, saquei a arma me aproximando. O homem agora estava no chão, chutei o mesmo pelas costas e tentei lhe dar um soco mas ele usava o capacete mas sua mão agarrou minha perna me jogando no chão, sua mão agarrou meu pescoço me levantando mas não em debati.

— Deixar uma dama te dar um soco enquanto usa capacete, é covardia.

Minha arma estava jogada no chão, Mike se levantou no momento em que peguei impulso e forcei o corpo do homem na direção contrária, ambos fomos ao chão. Minha cabeça doeu e fiquei zonza por um momento, senti minha bile subindo até a garganta momento em que meu abdômen foi em direção a uma elevação que havia no telhado. O homem parou a minha frente, em pé, o capacete fechado não me deixou ter visão nenhuma sobre quem era, ele se afastou, correndo em direção contraria a nós.

Ouvi Marcus gritar e Mike cair junto ao homem, me levantei tirando uma faca que estava presa à minha calça e lancei na direção do atirador, acertando-o nas costas, antes de pegar minha arma no chão. Pulei do telhado do hotel caindo sobre o telhado da loja ao lado, atirei contra o homem, que agora pilotava para longe, o acertando de raspão no braço mas nada muito sério.

— Você está bem? — Marcus tinha o nariz sangrando enquanto se aproximava.

— Eu estou mas você não, tia Theresa vai te matar quando ver esse carro.

LIE OR DIE • ARMANDO ARETASOnde histórias criam vida. Descubra agora