24

1.2K 107 51
                                    




MORGANA

Eu não gosto do noivo da Rita, definitivamente ele não presta. Estou em uma reunião com a minha equipe da narcóticos e ele, Adam Lockwood, é um advogado renomado que trabalha como desembargador aqui dentro mas acha que pode mandar em nós como se fosse capitão.

— Você não tem poder suficiente para vir falar se fizemos o certo ou errado, você não estava na troca de tiros. Não era sua cabeça na mira, eles são um cartel aliado a máfia italiana.

— Que eu saiba você não tem tanta propriedade para falar sobre os carteis. Não é? — Sorriu se aproximando, parei a sua frente me segurando para não perder a linha. — Não foi você que namorou o assassino do capitão Howard e teve uma filha com ele? Como aquela criaturinha se sente sabendo que o pai é um assassino?

— Adam...— Rita tentou intervir mas não deu tempo, dei um soco na cara nojenta do mesmo. — Morgana!

— Vai se fuder, seu bosta. Se falar sobre a minha filha mais um vez, não vou quebrar somente seu nariz. — Me afastei, ajustei o colete no corpo antes de me virar para Rita. — Eu quero ele longe do meu caso.

Saí da sala ouvindo as reclamações, não me importei. Precisava ir com a equipe para uma ocorrência.

Horas mais tarde Mike e Marcus estavam entrando com pressa no departamento enquanto eu voltava de uma batida do sul de Miami mas precisava ver Rita, algo havia acontecido e ela me chamou.

— O que aconteceu?

— Estão incriminando o capitão de algo que não fez. — Marcus avisou, correndo atrás de Mike que invadiu a sala onde Rita e os outros estavam realizando uma reunião.

O capitão estava sendo acusado de algo que não havia cometido, era obvio que ele não estava sendo corrupto. Não fazia sentido algum.

— Você sabia disso? — Meu pai encarou Rita com raiva.

— Fiquei sabendo a duas semanas. — Se levantou.

—Coletiva de imprensa, é? — Marcus debochou.

— Mas que porra é essa? A gente sabe que o capitão nunca faria algo desse nível. — Afirmei, de longe vi Adam com a mão sobre o nariz que estava com curativo.

— Desculpem por vocês ficarem sabendo assim, mas vocês eram próximos.

— Ninguém aqui teria emprego se não fosse o capitão Howard. — Gesticulou. — Rita, você sabe que não é verdade.

— Sinceramente eu não sei. — Negou.

— Vai a merda. — Reclamei.

— A investigação achou novas evidências. — Adam se pronunciou.

— Foi você, não foi? Essa sua cara de falso não engana ninguém, você é podre. — Apontei para Adam, todos acham que é implicância mas claramente ele não ajuda ninguém.

— A força policial de Miami já é uma canoa furada há algum tempo, testemunhas aparecem mortas. Os informantes desaparecem, parecem casos isolados até parar para analisar tudo ao longo dos anos. Um padrão se repete.

— E quem é você?

— Diretor da Força Tarefa no caso, muito prazer. — Se levantou andando em nossa direção. — Já sabemos que alguém passava informações para o cartel que opera aqui no sul... Só não sabemos quem é.

— Já saquei. — Apontei e o mesmo arregalou os olhos, dando dois passos para trás. — Estão achando que eu estou envolvida com o cartel, né? Claro, eu quem estava me envolvendo com um assassino frio do cartel Aretas.

— Morgana.

— Um banqueiro de cartel foi encontrado morto a duas semanas, baleado pela namorada. Acharam o contato do Howard salvo, anos de comunicação com o cartel e informações de contas no exterior.

— Para, para. — Adam encarou Rita.

— Milhões no nome do Howard.

— A peça que faltava para pegar esse pilantra imundo. — Soltou o tal diretor.

Mike andou até o mesmo com pressa.

— Olha vou te falar um negócio. —Ficou cara a cara com o velho. — Sabe que eu estava com ele quando ele morreu né? Chama ele de pilantra na minha cara, eu duvido.

Rita se colocou no meio dos dois.

— Está do lado deles? — Questionei a mulher.

— Sabemos que tinha gente com ele e vamos pegar também.

— Eu estava com ele, pode me algemar agora eu estava com ele.

— Mike! — Ouvi Marcus tentar mediar.

— Esses bostas acham que só porque ele morreu e não tem como se defender podem colocar a culpa nele, manchar o legado dele e eu não vou deixar. — Voltou a ficar ao nosso lado.

Judy invadiu a sala no mesmo momento, não estávamos nos falando desde que tudo aconteceu e ela soube do meu envolvimento com Armando. Não prestei atenção no que ela falou, sempre que abre a boca fala sobre matar Armando e só isso, sempre, desde que o capitão foi morto.

Marcus nos puxou para fora da sala assim que Judy começou a falar que mataria Armando, segui os dois para fora da delegacia sem dizer nada. Precisaríamos ir até Armando, ele é a porra do cartel.

— E agora?

— Falaram que ele trabalhava para o cartel, vamos ver com o cartel.

— Podem me esperar? — Questionei. — Vamos ter que passar e deixar Aurora com a Christine.

— A gente deveria levar ela pra ver ele. — Marcus soltou. — Imagina que fofo, aposto cem dólares que ele chora. Ele tem que chorar.

— Marcus? — Ouvi Mike dizer mas entrei no carro antes.

— Vamos buscar ela e deixar na clínica com a Christine, se falar sobre ela para o Armando. — Olhei para Marcus. — Eu te mato.

— Minha boca é um túmulo.

LIE OR DIE • ARMANDO ARETASOnde histórias criam vida. Descubra agora