Caso 39 : Terra de sacrifício

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Inspirando e expirando ritmicamente, misturado ao som da chuva começando a cair, Singha olhou para a barra de aço que estava inserida em sua cintura, agora não saía mais sangue. A dor começou a se transformar em dormência por causa do ar frio.

"Mas que que merda!!!" Mek correu em direção a ele com o corpo coberto de lama. O caminho à frente estava bastante caótico. "Você vai morrer?!"

"Essa sua boca praguejando..." August respondeu quase imediatamente. Isso indicava que ele ainda estava consciente.

"Espere, os médicos estão chegando."

"Aquele idiotinha... foi pego."

"Devo te salvar primeiro?" Mek olhou para o ferimento no abdômen do amigo com uma expressão séria. Se ele o retirasse certamente sangraria até a morte.

"Você vai me ajudar a tirar isso... ou eu mesmo tiro?"

"Você pode parar de surtar primeiro?"

"Se Joss chegar lá... ele definitivamente começará a matar outras pessoas, incluindo Rin, o King e o tenente Dark."

"Mas..." Eles já haviam trabalhado juntos antes. Os quatro se encontraram para resolver um grande crime, ele quase não conseguiu sobreviver, então foi transferido para a polícia de inteligência, por medo de trabalhar em campo novamente. Mek estava vendo que August continuava sendo a mesma pessoa, alguém que se preocupava com o trabalho, preocupava-se mais com o caso do que comigo mesmo. Se ele não o ajudasse, ele tiraria aquele ferro sozinho, com certeza.

Mek decidiu abrir a caixa de equipamentos de primeiros socorros que trouxe da van, havia lá dentro um dispositivo de comunicação, equipamentos salva-vidas e armas. A única coisa que restava era ver se havia algo que pudesse ajudar August agora ou não.

"Tem um grampeador de sutura!! E tem uma anestesia!!! Não é muito pesada, mas vamos lá. E também tem bebida!!" Mek ergueu uma pequena garrafa de uísque com prazer. "Não sei que diabos devo fazer, primeiro preciso preparar meu coração."

Depois de enfiá-lo garganta abaixo até ficar satisfeito, Mek o entregou à pessoa que estava pregada na árvore, Singha o pegou e bebeu como água enquanto seu amigo derramava álcool em uma haste de metal e solução salina no ferimento, embora ele  soubesse que não ajudaria muito, mas naquela situação em que ele podia morrer uma hora depois. Já seria útil.

"Vou injetar anestesia."

"Oh."

"Meu conhecimento é tão grande quanto meu rabo, lembro um pouco da Rin fazendo, então isso com certeza vai doer."

"Você tem cigarros?"

"Agora?"

"Oh, caso eu morra, não vou me arrepender." Mek revirou os olhos antes de pegar um cigarro e um isqueiro do bolso interno. Felizmente era uma jaqueta de couro, então não molhou.

A chuva havia parado facilitando muito o acendimento do fogo. A nicotina foi bombeada, antes de se transformar em fumaça branca que foi exalada e flutuava no ar, quando a agulha foi inserida em volta de sua própria ferida. Ele sabia que o que estava fazendo agora não era uma coisa boa, nem um pouco boa, mas se ele esperasse a equipe médica chegar para retirá-lo adequadamente, eles simplesmente o levariam ao hospital para examinar o seu corpo, na esperança de dar tratamento. Depois de perder muito tempo com isso, provavelmente não sobraria ninguém para ajudar. Três minutos depois, quando o cigarro acabou e a anestesia fez efeito, chegou o momento da verdade. Singha deixou cair o cigarro no chão antes de olhar para a pessoa à sua frente.

"Droga! Tenho certeza que você pode morrer assim."

"Depressa... ou não chegarei a tempo." Mek suspirou uma última vez em sinal de rendição, antes de se aproximar. Ambas as mãos grossas repousaram na barra de ferro, Mek agiu como uma força de tração e Singha agiu com um empurrão para se afastar do corpo. Cada movimento fazia parecer que a alma do jovem inspetor estivesse sendo arrancada de seu corpo. A anestesia não ajudou muito. Até que August gritou bem alto na floresta: "De novo, tire essa merda de ferro!!"

Goddess Bless you for Death (Edição em português)Onde histórias criam vida. Descubra agora