Caso 24: Uma desculpa sem sentido

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"Vou pegar algo para você comer." Disse Singha antes de sair pela porta.

Ao chegarem em casa, os dois seguiram caminhos separados para tomar banho. Depois Thup decidiu passar o tempo limpando a casa para não se deixar levar pelas memórias do que aconteceu durante o dia, enquanto Singha se escondeu em seu escritório. Só à noite o mais velho desceu, vestido com uma camiseta preta justa e jeans da mesma cor.

Quando August saiu de casa, Joss, que não sabia o que fazer, resolveu pegar os seus equipamentos, trazidos do seu condomínio e agora estavam instalados na mesa de jantar de Singha, e fazer desenhos. Ele começou a desenhar continuando o que estava fazendo da última vez, agora ele tinha certeza de que havia apenas três fantasmas presos às bonecas. Uma era uma mulher fantasma de aparência mais velha, com olhos brancos e lábios abertos até a orelha. A outra era uma jovem sem olhos com a mesma aparência que Darin havia encontrado, já a outra era uma jovem com fios vermelhos arrebatados nos olhos e na boca. Esse também era o fantasma feminino que ele via desde a infância, embora se sentisse um pouco assustado ao ver ela, ela nunca fez nada violento com ela. Por que?

August tinha acabado de estacionar e pegou um cigarro, acendeu-o e encheu seus pulmões com nicotina. Um par de olhos penetrantes olhou para o condomínio, ele se manteve altivo e com uma expressão calma antes de levar o telefone ao ouvido.

"Cheguei."

[Suba e deixei o cartão-chave na portaria.]

Depois de falar com King desligou o telefone. Sua mão deixou cair o cigarro no chão antes de usar o pé para amassá-lo até apagá-lo, o que foi motivo de insatisfação. August chegou na frente do quarto do jovem detetive em questão de minutos. Bateu três vezes na porta, antes de ver ela se abrindo e revelando um jovem alto com um roupão branco.

"Tudo o que você quiser falar, apenas fale."

"Entre primeiro." King virou-se para permitir a entrada de August.

"Apresse-se e diga, eu quero voltar para casa." Singha sentou-se no sofá antes de levantar os pés para se apoiar na mesa de centro, com um braço descuidadamente pendurado no encosto.

"Vou tomar um banho primeiro." A lata de cerveja gelada foi pressionada contra a bochecha de August. Então ele a deixou cair no seu colo.

"Você está me enrolando?" O jovem inspetor pegou a cerveja e a abriu antes de colocá-la calmamente na boca.

"Você age exatamente como fazia quando estávamos juntos."

"Tenho que me lembrar dessa história depois de tanto tempo?"

"Tem certeza que não se lembra?" O queixo de August se ergueu até que ele pudesse ver a pessoa parada atrás do sofá. "Ou deveríamos refrescar nossa memória primeiro?"

"Você ousaria?"

"Por que eu não ousaria?"

Os dois se entreolharam sem  nenhum desviar o olhar, o rosto de King baixou lentamente até que a distância entre os dois ficou menor. Assim que as pontas de seus narizes colidiram, Singha o avisou, com uma voz que se tornou mais profunda.

"Eu vou perguntar de novo, você tem coragem?"

"Estou com saudades." King disse docemente antes de acariciar suavemente a ponta do queixo de August.

"Então o que devo fazer com isso que você disse?"

"Vamos voltar." Singha riu profundamente antes de usar a mão para empurrar o rosto de King até que ele desaparecesse de vista.

"Nós nem estávamos juntos. Do que você está falando?"

"Mas você me agradava muito. Você sabe como me sinto, August."

Goddess Bless you for Death (Edição em português)Onde histórias criam vida. Descubra agora