Caso 1 : O mistério da cela de isolamento

263 29 11
                                    


Na Delegacia, depois da meia-noite, além dos agentes de serviço, não havia nenhum burburinho de gente esperando para recuperar a sobriedade, como durante o dia. O ambiente de calma terminou quando o carro que transportava o acusado parou na frente. Dois policiais detiveram o menino. Entrou um jovem de expressão tranquila. Naquele momento, o vento que antes estava calmo de repente ficou mais forte. 

"Quem é?" 

"Suspeito de assassinato."

 "Ha! Ele parece bom?" 

"As pessoas agora conhecem os rostos, mas não conhecem os corações." 

"Vá, vá, vá, abra uma cela de isolamento." 

"Ah, você pode abrir sozinho?"

 "Não tenha medo. É ridículo. Abra logo. Se o inspetor voltar e encontrar este menino ainda andando lá fora, definitivamente nos repreenderá." 

O jovem olhou para os dois policiais que discutiam de um lado para o outro. Foi conduzido para dentro. Passou pela mesa, pela sala de pessoal, até chegar à seção de celas.

A atmosfera sufocante fez com que o jovem desviasse a cabeça do som de seus sapatos que ecoavam cada vez que os dedos dos pés tocavam o chão. O jovem olhou para a esquerda e para a direita com medo. Ao caminhar até a cela mais interna, um par de belos olhos viu um homem sentado em frente ao canto da parede interna. A atmosfera desta cela era diferente das celas anteriores: escura, tranquila, fria e solitária.

O som da porta de ferro da cela se abrindo rangeu alto e fez doer seus ouvidos. O policial responsável tirou as algemas e empurrou suas costas para que entrasse.

"Espere aqui, não provoque o caos. Espera que um dos funcionários venha revisar seu corpo."

"Sinto muito, mas ... Por que realmente eu tenho que ficar aqui?"

"Você é suspeito de um caso de assassinato. Se não em uma cela, onde você teria que estar?"

 'Oh. Sozinho, em uma cela?"

"Eh, este menino pergunta demais."

"Então... Então isso significa que tenho que ficar sozinho. Certo?"

O jovem se sentou lentamente no chão, agarrando fortemente as barras da cela com ambas as mãos. Seus olhos piscaram lentamente antes de começar a cantar suavemente.

"Namothassa bhagavato araha-"

"Eu deveria ter matado todos. Não deveria ter deixado nenhum ir" (Vozes)

"Arahato sammasambuddhassa namotassa" Cantou o jovem enquanto olhava para os dedos dos pés.

"Bhagavato a arahato sa sammasambuddhassa". Uma sensação de formigamento fez o jovem começar a cantar incoerentemente. O som de um corpo se movendo não vinha dele, fez com que as belas mãos que se agarravam às grades se apertassem ainda mais, até que os vasos sanguíneos se tornaram proeminentes.

"Sair, eu preciso fugir." (Vozes)

O som de movimento atrás dele era alto, mas ele tentou ignorar. O som de alguém caminhando e arrastando os pés, soava como se estivesse preso a algo. Como os murmúrios sobre fugir. Ele não queria queria saber o que estava acontecendo.

"Mais! Vozes! São muitas! Ai!"

Um grito de agonia fez com que o jovem tapasse os ouvidos com as mãos rapidamente. O som de roupas sendo rasgadas. O som de corpos se batendo entre si. Se misturam a sons de pessoas que pareciam estar sendo asfixiadas. Até que se passaram quatro minutos e tudo voltou ao normal em silêncio como antes.

Goddess Bless you for Death (Edição em português)Onde histórias criam vida. Descubra agora