Caso 20: Histórias do passado

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A escuridão e o frio foram a primeira coisa que Darin percebeu, a umidade na ponta dos pés a fez olhar para baixo e então ela descobriu que não estava em seu próprio quarto, nem mesmo no prédio. Agora estava de pé em um chão lamacento, com as solas dos pés afundando lentamente na lama. Quanto mais tentava levantar os dedos dos pés, mais profundamente caía no poço de lama.

"O que é isso?" Darin olhou ao redor e se viu no meio de uma floresta densa cheia de muitas árvores altas. Era ao mesmo tempo familiar e inquietante. "Este lugar é..."

Os olhos de Darin se arregalaram quando viu uma sombra humana no chão. A luz da lua brilhava e ela lentamente levantou a cabeça para olhar para cima e viu que as sombras eram as figuras de sete humanos pendurados nos galhos das árvores. Por mais que quisesse abrir a boca para gritar não conseguia. Darin levantou a mão para tocar e descobriu que seus próprios lábios estavam costurados de modo que não podia abrir a boca para falar ou chorar. Suas lágrimas caíram lentamente, fluindo diretamente do seu medo. Ela estava apavorada, chegando ao seu limite, mas tudo ainda não era tão assustador quanto o que se arrastava à sua frente naquele momento.

**Cânticos ecoavam**

O rosto da menina estava pálido. A pele estava salpicada de tons de verde a roxo. Os lábios estavam costurados com fio vermelho. Seus olhos estavam afundados e podia-se ver a carne roxa no interior. Ela aproximou seu corpo retorcido e tentou se aproximar com uma expressão de tortura no rosto, mas depois de parar em frente a Darin por um momento, aquelas expressões desapareceram e foram substituídas por uma expressão fria. Sua mão se aproximou para acariciar seus lábios antes de tentar abri-los. Os pontos se esticaram até que o sangue, que não deveria estar ali, começou a fluir. Risos aumentaram pouco a pouco, cada vez mais altos, até que as lágrimas de Darin escorriam por suas bochechas de medo.

"Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira" (Fantasma)

As mesmas palavras foram ditas com uma voz rouca repetidamente. Darin desviou o rosto, esquivando-se da longa língua que saía da boca da menina que se abria até a ponta de sua orelha. A umidade em seu rosto fez com que as lágrimas corressem por suas bochechas sem parar. Seu coração estava palpitando muito, o seu corpo tremia e ela podia senti-lo dentro do peito.

!!!PI, PI ,PI, PI, PI, PI!!!

Darin abriu os olhos e ofegou com tanta força que se jogou para o ar. A imagem da floresta densa, os sete cadáveres e o fantasma que encontrou haviam desaparecido. No quarto do condomínio de tamanho médio, restava apenas uma cama confortável. O despertador voltou a tocar, fazendo Darin estremecer. Ela levantou a mão e o desligou antes de enterrar o rosto entre as palmas das mãos. Os pesadelos a perseguiam a ponto de mal conseguir dormir. Cada vez que fechava os olhos aparecia a imagem daquela garota fantasma. Sempre aparecia para ela, ela não sabia mais se estava dormindo ou não, mas provavelmente ela estava acordada.

"Olá." Darin pegou o telefone e atendeu.

[Por que você parece tão cansada?]

"Pesadelo."

[Você virá para a delegacia hoje?]

"Vou me atrasar, irei primeiro ao templo."

[Por que ir ao templo?]

"Estou realmente perguntando a você, Say. Você não tem medo de ser perseguido por um fantasma até esse ponto?"

[Um pouco, mas você não pode viver com medo para sempre, certo? Rin, se você encontrar a causa que causa esse medo, ele desaparecerá mais rapidamente.]

Goddess Bless you for Death (Edição em português)Onde histórias criam vida. Descubra agora