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Ao nos aproximar da árvore corrompida, deparamos com uma cena curiosa. Raízes brilhantes atravessavam a clareira, serpenteando pelo solo como cabos de alimentação vindos de uma outra fonte. A árvore, ao que parecia, não era a verdadeira origem do Stellaron. Algo além do riacho no horizonte parecia ser o verdadeiro núcleo da anomalia.

- A árvore não é o ponto onde o Stellaron emergiu. - Disse Dan Heng, olhando para seu dispositivo de análise.

- Se ele não começou aqui, onde foi? - Perguntou Sete de Março, surpresa, olhando para mim e depois para Liora.

- Bom, ela está sendo alimentada por essas raízes que vêm daquela direção. - Respondeu Dan Heng, apontando para o riacho. - Aqui, ela apenas se dissipa através do solo.

- Então, vamos ter que dar a volta no riacho para chegar lá. - Falou Liora, olhando para Dan Heng com determinação enquanto colocava as mãos nos quadris. - A caminhada leva em torno de duas a três horas.

- Perfeito, mas vocês não acham que deveríamos pelo menos descansar aqui depois do que aconteceu? - Sugeriu Sete de Março, olhando para a garota.

Concordamos que descansar seria uma boa ideia antes de continuar. Encontramos um local um pouco afastado da clareira para montar nosso acampamento. Infelizmente, alguns dos nossos equipamentos de acampamento foram destruídos pelo ataque da criatura, mas ainda tínhamos o essencial para passar a noite. Enquanto montávamos o acampamento, distribuímos as tarefas. Dan Heng e Liora cuidaram da fogueira e do preparo da área de descanso, enquanto Sete de Março e eu verificávamos os suprimentos restantes.

- Vamos precisar revezar para ficar de guarda. - Sugeri, olhando para o céu escurecido. - Não sabemos o que mais pode estar lá fora.

- Concordo. - Respondeu Dan Heng. - Eu fico com o primeiro turno. Vocês precisam descansar.

- Eu posso fazer o segundo turno. - Disse Liora, assentindo.

Sete de Março e eu concordamos em dividir os turnos restantes. Montamos nossas barracas improvisadas e nos acomodamos ao redor da fogueira, tentando relaxar após a intensa batalha. Enquanto Dan Heng mantinha a vigilância, o resto de nós tentou dormir. A clareira iluminada pela luz pulsante das raízes e pelo brilho da fogueira criava um ambiente quase surreal. O cansaço da batalha finalmente nos atingiu, e, um a um, adormecemos, sabendo que precisaríamos de todas as nossas forças para a próxima etapa da missão. No silêncio da noite, cada um de nós refletia sobre a jornada que tínhamos pela frente. Sabíamos que o verdadeiro desafio ainda estava por vir, mas estávamos determinados a proteger Elara, custasse o que custasse. Acordei no meio da noite, meu corpo ainda dolorido da batalha anterior. A fogueira havia diminuído, emitindo um brilho suave e reconfortante. Olhei ao redor e vi meus amigos dormindo, cada um em sua posição de descanso. Ao meu lado, Dan Heng estava deitado, sua respiração tranquila contrastando com a tensão do dia. Por um momento, observei Dan Heng enquanto ele dormia. Sua expressão serena era uma visão rara, livre das preocupações e da seriedade que sempre carregava. Havia algo reconfortante em vê-lo assim, uma lembrança de que, apesar de tudo, ele também era humano, vulnerável e capaz de descansar. Seus traços eram marcados pela determinação e pela inteligência, mas naquela luz suave, havia uma suavidade que eu raramente notava. Admirei sua força e sua capacidade de manter a calma em meio ao caos. Ele era um amigo incrível e um companheiro leal, alguém em quem eu confiava plenamente. A proximidade que tínhamos construído, mesmo sem muitas palavras, era algo que eu valorizava profundamente. Perdido em meus pensamentos, não percebi a aproximação de Liora até que ela se ajoelhou ao meu lado, quebrando o silêncio com um sussurro.

- Cealus, tudo bem? - Perguntou ela com seus olhos verdes brilhando sob a luz da fogueira.

Virei-me abruptamente, surpreso, mas acenei afirmativamente.

O Garoto do Expresso Astral ( Honkai Starrail )Onde histórias criam vida. Descubra agora