The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!P

Capítulo 11: A caverna

S/N

A caverna era extremamente familiar, constantemente lampejos do lobo branco e da serpente verde me atingiam, e quanto mais perto do altar, mais forte era essa sensação. Era como se eu já tivesse estado ali, em algum lugar profundo da minha memória.

A luz azulada dos cristais nas paredes criava sombras dançantes, e as inscrições arcanas pareciam sussurrar segredos antigos. Cada passo que dava em direção ao altar fazia meu coração bater mais rápido, como se algo dentro de mim reconhecesse aquele lugar.

-- Acho que... Tem algo a ver com Evangeline -- disse, lembrando da semelhança entre a carta que encontramos e a maldição gravada na parede.

Billie se aproximou, sua expressão refletindo a mesma curiosidade e preocupação que eu sentia.

-- Você acha que ela pode estar ligada a isso?

-- Sim -- respondi, tentando juntar as peças.

-- Certas partes dessa maldição gravada na parede têm muita semelhança com a carta encontrada em um livro escondido... A carta era de Evangeline -- Kaleb constatou, aproximando-se mais da parede.

-- Evangeline foi uma figura poderosa, tanto na história dos vampiros quanto na dos lobisomens. Se ela estava envolvida com essa maldição, então pode haver algo mais profundo aqui... Ou pode ser impossível de ser quebrada -- constatei.

Aproximei-me do altar, a serpente enrolada nos meus ombros se mexendo como se também sentisse a energia no ar. Toquei levemente uma das inscrições, sentindo uma onda de magia antiga percorrer meus dedos. Lampejos do lobo me atingiram com força, mostrando coisas que nunca cheguei a ver em meus sonhos, me fazendo recuar no mesmo instante.

-- Ei... Está tudo bem?-- Billie se aproximou, tocando meu braço e trazendo de volta aquele formigamento.

-- Está... Só... O que quer que seja... É muito forte -- disse, olhando em seus olhos, vendo-os ficar cada vez mais escuros. Ela pareceu perceber isso e rapidamente afastou sua mão de meu braço.

A conexão entre nós parecia pulsar com a mesma intensidade da magia na caverna, criando um vínculo que era ao mesmo tempo reconfortante e assustador. Respirei fundo, tentando acalmar a tempestade de emoções dentro de mim.

-- Precisamos entender mais sobre essa maldição e sobre Evangeline -- disse Kaleb, sua voz firme. -- Ela pode ser a chave para desvendar tudo isso.

-- Concordo -- assenti. -- Se conseguirmos descobrir o que realmente aconteceu e como a maldição foi lançada, talvez possamos encontrar uma maneira de quebrá-la.

Billie olhou ao redor da caverna, os olhos brilhando com determinação.

-- Vamos continuar explorando. Cada detalhe pode ser importante.

Continuamos a examinar a caverna, buscando pistas e fragmentos de informação que pudessem nos ajudar. A cada passo, a sensação de déjà vu se intensificava, como se estivesse percorrendo um caminho já trilhado em outra vida.

Aproximei-me novamente do altar, sentindo a serpente se apertar levemente em torno de mim, como se quisesse me proteger. Toquei uma inscrição diferente, e desta vez, uma visão clara tomou conta de mim.

Vi Evangeline, poderosa e resoluta, lançando a maldição com palavras carregadas de dor e traição. Vi o rosto de um homem, Daniel, cujo nome fora apagado da história, mas cujas ações haviam desencadeado a ruína.

Quando a visão desapareceu, fiquei ofegante, as lágrimas queimando nos meus olhos.

-- Evangeline... Ela fez isso... E Daniel tem alguma coisa a ver -- disse, voltando meu olhar para Kaleb.

-- Quem diabos é Daniel?-- Kaleb questionou, a frustração evidente em sua voz.

-- Ela o apagou da história, talvez realmente essa droga de maldição seja inquebrável... Talvez estejamos destinados às ruínas -- disse, me afastando do altar. A proximidade com ele me deixava cada vez mais tonta e desorientada.

Billie rapidamente me puxou para seus braços, e inconscientemente eu me aconcheguei contra seu peito. Sentir seu calor e apoio me ajudava a recuperar qualquer força perdida.

-- Não toque em minha filha, Billie. Você não tem essa liberdade -- meu pai disse, firme e imponente, sua voz ecoando pela caverna.

Afastei-me de Billie, embora relutante, e encarei meu pai.

-- Pai, Billie estava apenas tentando ajudar. Eu... eu me senti fraca por causa da visão.

-- Não importa -- ele respondeu, a raiva ainda presente em seus olhos. -- Ela deve lembrar-se do seu lugar.

-- Não se esqueçam de que estão em meu reino. Independentemente do que acontecer, exijo respeito com minha filha -- o pai de Billie disse no mesmo tom que meu pai.

-- O que você sente perto do altar?-- Kaleb perguntou, voltando ao rumo da conversa.

-- É estranho... É como se eu já estivesse aqui antes... E quando encosto, eu vejo coisas... Coisas que aconteceram, mas parece tudo incerto e confuso. Talvez fora de ordem -- disse, tentando ser precisa com as palavras.

-- O que acha que pode acontecer se tentar ver o que cada inscrição tem a mostrar?-- Kaleb perguntou, e senti meu pai me puxar em sua direção.

-- Isso é loucura, Kaleb... Ela viu apenas duas e quase desfaleceu. Nesse local têm centenas delas -- papai disse em um tom protetor.

-- Eu entendo a preocupação -- Kaleb respondeu, sua voz firme, mas calma. -- Mas se S/n tem essa conexão, talvez seja a chave para desvendar o que realmente aconteceu e como podemos lidar com essa maldição. Precisamos considerar todas as possibilidades.

-- Isso não é uma decisão a ser tomada de ânimo leve -- meu pai replicou. -- Não colocarei minha filha em perigo sem uma garantia de que vale a pena.

-- O que quer que esteja acontecendo aqui, é maior do que todos nós -- disse Billie, sua voz firme e determinada. -- Se S/n puder suportar mais visões, isso pode ser o que precisamos para entender completamente essa maldição. Mas não devemos forçá-la. Precisamos estar preparados para apoiá-la em cada passo.

Respirei fundo, olhando para os rostos ao meu redor.

-- Eu quero tentar -- disse, minha voz firme apesar do medo que sentia. -- Se há uma chance de descobrir a verdade e salvar nossos reinos, estou disposta a correr o risco.

Meu pai fechou os olhos por um momento, então abriu, sua expressão ainda cheia de preocupação, mas também de resignação.

-- Muito bem. Mas faremos isso do jeito certo. Com preparação e cuidado. Não permitirei que você se machuque mais do que o necessário.

Assenti, sentindo um misto de medo e determinação. Sabia que o caminho à frente seria difícil e perigoso, mas estava pronta para enfrentá-lo. Com a ajuda de todos, esperava que pudéssemos finalmente desvendar os segredos da maldição e encontrar uma maneira de salvar nossos reinos.