BILLIE
O pai de S/n foi embora sem falar uma única palavra se quer. Ele não olhou e não se despediu de S/n. Eu conseguia sentir a tristeza, o medo, a angústia que minha companheira estava sentindo. Desde a saida do homem, ela não falou uma única palavra.
-- Vem aqui -- Falo trazendo-a para o meu colo. Rapidamente ela envolve meu pescoço em seus braços e deita sua cabeça ali. -- Vai ficar tudo bem...
-- Ele renunciou a mim -- ela diz baixinho
-- Mas ele não falou absolutamente nada, apenas foi embora... Talvez ele so... Esteja pensando sobre a situação -- Digo tentando acalma-la, mas ela apenas nega com a cabeça
-- Ele foi enfático, ou eu renunciava, ou ele me renunciaria... Eu não renunciei -- Ela diz com a voz embargada e trêmula
Segurar S/n em meus braços enquanto ela desmoronava era uma das coisas mais difíceis que já tive que fazer. Eu podia sentir sua dor tão intensamente que era como se fosse minha própria, e cada lágrima que ela derramava fazia meu peito apertar mais. Queria desesperadamente protegê-la de todo o sofrimento, mas sabia que essa era uma ferida que eu não poderia curar com palavras ou promessas.
— Eu sinto muito, morceguinha... — sussurrei, acariciando seus cabelos enquanto ela tremia em meus braços. — Eu sei que isso dói, mas eu estou aqui, e eu nunca vou te abandonar. Você não está sozinha.
S/n se agarrou a mim com mais força, como se eu fosse a única âncora que a mantinha no lugar enquanto o mundo ao seu redor desmoronava. E talvez, de certa forma, eu fosse mesmo. Ela havia perdido tanto, e agora seu próprio pai parecia ter virado as costas para ela. Mas eu estava determinada a ser tudo o que ela precisasse, a dar-lhe um lar e uma família, mesmo que fosse só nós duas contra o mundo.
-- Eu te amo, S/n -- murmurei contra seus cabelos, sentindo seu corpo relaxar um pouco em resposta às minhas palavras. -- E isso nunca vai mudar. Eu estou aqui, sempre estarei aqui.
Ela soluçou baixinho, enterrando o rosto no meu pescoço, e eu podia sentir o calor das lágrimas contra minha pele. Aquilo partiu meu coração, mas também fortaleceu minha determinação. Eu faria o que fosse necessário para que ela soubesse que era amada, desejada, e que nunca mais teria que se sentir sozinha.
-- Não importa o que aconteça, vamos enfrentar isso juntas -- continuei, meu tom firme. -- Você é forte, e nós somos mais fortes juntas. Seu pai pode não ver isso agora, mas ele vai perceber um dia. E até lá, eu serei sua família, sua casa.
Ela assentiu levemente, ainda escondida em meu pescoço, e eu continuei segurando-a, oferecendo o conforto que eu sabia que ela precisava. Não havia mais nada que eu pudesse dizer, mas eu faria o possível para garantir que ela sentisse que, mesmo com tudo o que havia perdido, ainda tinha algo pelo que lutar. E esse algo era o nosso futuro, juntas.
Minha mãe aproximou-se do pátio do castelo, onde estamos sentadas no chão. S/n ainda em meu colo, com o rosto completamente escondido em meu pescoço. Mamãe nos olha preocupada.
-- S/n, tem nosso apoio. Como futura rainha de nosso reino, sera muito bem-vinda e acolhida em nossaa terras... O tempo a de curar as feridas e acalentar seu coração, pequena... -- Mamãe diz com a voz doce e suave, mantendo uma distância respeitosa
Minha mãe sempre teve uma presença reconfortante, e o tom suave de sua voz parecia acalmar um pouco a tempestade dentro de S/n. Senti minha companheira relaxar ligeiramente em meus braços, embora seu aperto ainda fosse firme.
-- Obrigada, mãe... -- respondi por ela, sentindo a gratidão e o alívio se misturarem na tristeza que S/n carregava. Eu sabia o quanto aquelas palavras significavam, e o quanto era importante que S/n soubesse que não estava sozinha, que havia uma família, um reino, pronto para acolhê-la.
Minha mãe deu um passo mais perto, inclinando-se ligeiramente para tocar o ombro de S/n com a mão gentil.
-- Vamos cuidar de você, querida -- continuou ela, seus olhos refletindo a compaixão que sempre teve. -- E acredite, aqui você terá todo o amor e apoio que precisar.
S/n finalmente levantou a cabeça de meu ombro, seus olhos ainda vermelhos e inchados, mas havia algo novo ali, uma centelha de esperança misturada à dor. Ela olhou para minha mãe com um olhar tímido, mas agradecido, e eu sabia que, mesmo que o caminho à frente fosse difícil, ela estava começando a perceber que não estava totalmente sozinha.
-- Obrigada... -- S/n murmurou baixinho, sua voz frágil, mas sincera. -- Obrigada por me aceitar... e por tudo...
Minha mãe sorriu, um sorriso cheio de ternura, e fez um carinho leve na bochecha de S/n.
-- Nós somos sua família agora, minha querida. Sempre que precisar, estarei aqui para você.
Eu apertei S/n um pouco mais contra mim, sentindo seu coração bater junto ao meu, e nesse momento soube que, embora a dor fosse real, o amor e o apoio que tínhamos ao nosso redor nos ajudariam a curar, passo a passo.
Quando mamã se afastou, os olhos de S/n se encontram com os meus. Eu beijo sua bochecha com ternura, secando suas lágrimas com meus polegares.
-- Papai nunca foi um cara "legal" comigo... Ele era bem chato e bruto até... -- ela começa a falar um pouco receosa -- uma vez, quando eu era pequena, ele gritou bastante comigo porque eu derrubei um pouco de suco na mesa... Mas... Mesmo ele sendo assim, eu sei que la no fundo, bem la no fundo, ele ainda gostava e se importava comigo... Sabe? Ou eu achava que se importava
Os olhos de S/n estavam cheios de dor, mas também de uma vulnerabilidade que raramente deixava transparecer. Eu a mantive perto, acariciando suavemente seu rosto enquanto ela falava, deixando-a desabafar.
-- Eu entendo, S/n -- respondi, a voz baixa e cheia de compreensão. -- É difícil quando alguém que deveria ser seu porto seguro, que deveria te proteger, acaba te machucando desse jeito.
Ela mordeu o lábio, como se tentasse segurar as lágrimas que ainda insistiam em cair.
-- É estranho, porque, por mais que ele fosse... duro, ainda era meu pai, sabe? E agora, parece que perdi a única coisa que me ligava ao meu antigo lar -- ela continuou, sua voz embargada. -- Eu só queria que ele... me visse, que entendesse o quanto isso é importante para mim.
Eu a puxei um pouco mais para mim, pressionando meu rosto contra o dela em um gesto de apoio e amor.
-- Ele pode não entender agora, mas isso não muda quem você é e o quanto você é amada -- murmurei, acariciando seus cabelos. -- E eu estou aqui, sempre. Não importa o que aconteça, você tem a mim, e minha família, e nós vamos te apoiar em cada passo desse caminho.
S/n fechou os olhos, permitindo-se um momento de conforto em meus braços, e eu podia sentir que, embora a dor estivesse longe de desaparecer, talvez ela estivesse começando a aceitar que havia um novo caminho à frente, um caminho que, por mais difícil que fosse, ela não precisaria trilhar sozinha.
-- Eu te amo -- ela sussurra antes de selar nossos lábios com delicadeza
Respondi ao beijo de S/n com o mesmo carinho, transmitindo através daquele gesto o quanto ela significava para mim. Quando nos afastamos, apenas o suficiente para que nossos olhares se encontrassem novamente, eu sussurrei de volta:
-- Eu também te amo, morceguinha. Mais do que qualquer coisa.
Aproximei nossos rostos mais uma vez, deixando que nossos lábios se encontrassem novamente, desta vez com um pouco mais de intensidade, como se quisesse reafirmar que, não importa o que acontecesse, nós enfrentaríamos tudo juntas.
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The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!P
FanfictionNos confins do tempo, quando a noite devora o dia, Ergue-se uma voz antiga, sussurrando segredos do além. Duas espécies nascidas da escuridão, eternas rivais no destino, Serão unidas pelo laço impossível, selando um poder incomparável. Quando a lua...