Capítulo 47:

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BILLIE

Eu acordei no meio da madrugada sentindo algo me apertar. Ao abrir meus olhos, vejo Billie, seus olhos estavam completamente negros, indicando que seu lobo tinha o controle total.

Eu senti uma leve onda de alívio ao ver Billie acordada, mesmo que seus olhos estivessem completamente negros, sinalizando que seu lobo estava no controle. Ela estava aqui, consciente, e, de alguma forma, isso significava que minhas palavras a tinham alcançado, pelo menos em parte.

-- O-Oi... Você está acordada -- sussurrei, minha voz ainda trêmula de emoção. Estendi minha mão em direção ao seu rosto, tocando sua pele fria com a ponta dos dedos. Deslizei minha mão suavemente, acariciando sua bochecha. O ronronar baixo que escapou de sua garganta trouxe um pequeno sorriso ao meu rosto, aquecendo meu coração com uma faísca de esperança.

Ela não disse nada, mas seus braços me envolveram, puxando-me para mais perto. Senti o calor de seu corpo começar a aquecer o meu, como se estivesse me protegendo, me assegurando de que, apesar de tudo, ela estava aqui comigo. Seu aperto era firme, possessivo, mas não machucava. Na verdade, era o conforto que eu precisava.

Fiquei em silêncio, apenas aproveitando o momento, sentindo seu coração batendo lentamente contra o meu peito. Fechei os olhos, permitindo que a sensação de segurança e proximidade me envolvesse completamente. Talvez fosse o lobo dela no controle, mas ele também era parte dela, e naquele instante, isso era o suficiente para mim.

A noite parecia menos sombria agora, com ela ao meu lado, e eu não queria que aquele momento terminasse. Tudo que importava era que estávamos juntas, e eu faria qualquer coisa para manter isso, para mostrar a ela que eu ainda a queria, que eu nunca deixaria ela ir.

-- Você sabe que eu amo você, né? -- murmurei, continuando a acariciar suavemente o rosto de Billie. Meu toque era uma tentativa desesperada de alcançar a parte dela que ainda estava consciente, tentando trazê-la de volta para mim. -- Eu preciso da minha Billie de volta...

-- Sua? -- Sua voz soou mais grave, carregada com uma intensidade que eu raramente ouvia. Aquela resposta deixou claro que seu lobo estava no controle, talvez até completamente, e não a Billie que eu conhecia. Mas, mesmo assim, eu sabia que ele estava ouvindo, que ele sentia o que eu estava tentando transmitir.

-- Minha -- confirmei com firmeza, não hesitando em reivindicar o que sempre foi nosso. Seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso, quase imperceptível, mas o suficiente para acender uma chama de esperança em meu coração. -- Minha -- repeti, como se essas palavras pudessem nos conectar ainda mais, fortalecer nosso vínculo, trazer Billie de volta para mim.

O sorriso no rosto dela parecia quase orgulhoso, e por um breve momento, senti que talvez estivesse conseguindo atravessar aquela barreira, que o lobo estava começando a entender o quanto ela significava para mim, o quanto eu precisava dela.

Eu continuei ali, meu corpo próximo ao dela, nossas respirações se misturando, e naquele instante, nada mais importava. Eu sabia que estava em uma batalha para recuperar Billie, mas também sabia que, enquanto estivéssemos juntos, tínhamos uma chance. Eu não desistiria dela, e sabia que, de alguma forma, ela também não desistiria de mim.

-- Ela machuca...-- Billie murmurou baixinho, sua voz carregada de dor, uma confissão silenciosa que partiu meu coração. Seus olhos, negros como a noite, buscavam os meus, tentando encontrar alguma verdade nas palavras que eu diria a seguir.

-- Não... Ela faz bem... Muito bem -- respondi com suavidade, negando com a cabeça. Minha voz era firme, mas carregava uma ternura que eu esperava alcançar seu coração, tanto o de Billie quanto o de seu lobo. -- Casais se desentendem às vezes -- continuei, olhando profundamente em seus olhos, tentando transmitir toda a verdade que eu acreditava.

Billie me observava em silêncio, como se estivesse tentando processar o que eu dizia, talvez buscando algum sentido naquela tempestade de sentimentos. Eu sabia que o vínculo entre nós era forte, mas também sabia que precisava ser reforçado, restaurado.

-- O que sentimos uma pela outra é real, e é mais forte do que qualquer dor -- completei, mantendo o contato visual, esperando que ela compreendesse, que sentisse o que eu estava tentando transmitir. -- Você faz parte de mim, e eu faço parte de você. E isso é o que importa.

Eu esperei, na expectativa de que minhas palavras pudessem acalmar o lobo dentro dela, que Billie pudesse ver que, apesar de tudo, estávamos juntas nisso, que nosso amor era maior do que qualquer desentendimento, maior do que qualquer dor.

-- Minha?-- ela repetiu, a pergunta carregada de incerteza, como se estivesse tentando se agarrar a algo tangível, algo que pudesse acalmar a dor que a consumia.

-- Sua... -- respondi com firmeza, deixando claro que não havia dúvida em minha mente. Eu precisava que ela sentisse isso, que entendesse que, apesar de tudo, ainda éramos uma só. Inclinei-me e deixei um beijo suave em seu rosto, um gesto de carinho e de promessa.

Billie fechou os olhos por um momento, como se absorvendo minhas palavras e o toque dos meus lábios em sua pele. A tensão em seu corpo parecia diminuir ligeiramente, e eu continuei acariciando seu rosto, querendo que ela soubesse que estava segura, que não importava o que acontecesse, eu estaria ali para ela.

-- Sempre sua, Billie.-- completei, esperando que essas palavras pudessem ser o primeiro passo para restaurar o vínculo que quase se quebrou.

-- Beijo...-- Ela diz baixinho

-- Você quer um beijo?-- perguntei, sorrindo de lado ao ver Billie concordar com um aceno quase imperceptível.

Havia algo de vulnerável naquele pedido, algo que fez meu coração se apertar. Inclinei-me devagar, aproximando nossos rostos, e deixei que meus lábios roçassem suavemente os dela. Foi um beijo lento, cheio de ternura, um gesto simples, mas carregado de significados. Eu queria que ela sentisse que estava ali, que não importava o que acontecesse, eu sempre estaria ao seu lado.

Quando me afastei, vi que seus olhos ainda estavam fechados, como se quisesse prolongar aquele momento por mais tempo.

-- Sempre que você quiser, estou aqui -- sussurrei, mantendo meu rosto próximo ao dela, esperando que aquelas palavras pudessem de alguma forma confortá-la.

-- Mais... -- ela sussurrou no mesmo tom que eu, com uma urgência silenciosa.

Sem hesitar, aproximei-me novamente, desta vez beijando-a com mais intensidade, colocando todo o meu sentimento naquele gesto. Queria que ela sentisse cada pedaço do meu amor, que soubesse que era minha, e que, apesar de todas as dificuldades, eu estava ali para ela.

Senti seus braços me envolverem com mais força, como se ela precisasse de mais contato, de mais certeza de que eu estava ao seu lado. Aprofundei o beijo, tentando transmitir o quanto ela significava para mim, e como eu queria reparar tudo o que havia acontecido. Quando finalmente nos afastamos, vi que seus olhos ainda estavam fechados, mas o pequeno sorriso em seus lábios me fez sentir que, por um momento, tudo estava bem entre nós.

-- Eu estou aqui -- sussurrei novamente, deixando um último beijo em sua testa.

The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora