Capítulo 21:

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Se tiver uma boa intenção, juro de dedinho que faço uma maratona para vocês

Billie

Mamãe, em uma tentativa desesperada de evitar o pior, ordenou a todos os funcionários do castelo que S/n e eu não nos encontrássemos. A solução encontrada foi nos prender em quartos separados, porque meu lobo parecia fora de controle. Por vezes, ele assumiu o comando e me levou até S/n, ignorando completamente a razão e os obstáculos que nos separavam.

Agora, enquanto estou trancada em meu quarto, sinto como se estivesse à beira da loucura. Cada fibra do meu ser clama pela presença dela, e a ausência de S/n se manifesta como uma dor constante, insuportável, corroendo minha sanidade. Minha alma parecia clamar e implorar pelo conforto de S/n, como se minha própria essência estivesse se despedaçando sem ela por perto.

O quarto, antes um refúgio, agora se tornara uma prisão. As paredes pareciam se fechar sobre mim, sufocando qualquer tentativa de manter o controle. A cada segundo que passava, a conexão entre nós se tornava mais forte, mais dolorosa. Sentia a dor dela nitidamente, como se estivéssemos entrelaçadas em uma agonia compartilhada. Meu lobo uivava, desesperado, rasgando meu interior em sua luta para romper as barreiras que nos separavam.

Eu sabia que ela também estava sofrendo, talvez ainda mais que eu. E o pensamento de que a pessoa que mais amo está em agonia por minha causa quase me destrói. Cada batida do meu coração é um lembrete cruel de que estou falhando em protegê-la, em protegermos ambas desse destino que nos foi imposto.

A cada minuto, a pressão sobre minha mente aumentava, a sanidade se esvaindo como areia entre os dedos. Era como se houvesse uma força invisível, implacável, empurrando-me para os braços de S/n, ignorando completamente as consequências. Não sei por quanto tempo mais poderei suportar essa tortura...

Se não conseguirmos encontrar uma solução logo, temo que acabaremos cedendo, e então, seja o que for que o destino tenha reservado para nós, estaremos à mercê dele.

-- Vim trazer algo para você comer -- a voz de mamãe se faz presente, suave mas firme, ao entrar no quarto. Mal percebo sua presença, meus sentidos totalmente focados na agonia que consome meu ser.

Estou sentada no canto do quarto, minhas unhas praticamente perfurando a pele de meus braços enquanto tento, em vão, me manter no controle. Cada músculo do meu corpo está tenso, meu lobo se agita furiosamente dentro de mim, buscando qualquer brecha para tomar o comando. Sinto meus olhos ardendo, minha cabeça latejando com uma dor insuportável, e meu peito... Parece que vai explodir a qualquer momento.

-- Não quero comer -- falo firme, minha voz saindo mais grave e pesada que o normal, quase um rosnado. É como se cada palavra fosse arrancada à força, lutando para sair de uma garganta que mal consegue conter o lobo desesperado dentro de mim.

Mamãe para por um momento, me observando em silêncio. Sei que ela está preocupada, que teme pelo que estou me tornando, mas no estado em que me encontro, suas preocupações parecem distantes. Tudo que consigo pensar é na dor, na necessidade implacável de estar com S/n. Cada segundo longe dela é uma tortura, cada batida do meu coração um lembrete cruel de que estou falhando em protegê-la, em manter o controle.

Ela se aproxima devagar, colocando a bandeja de comida ao meu lado, mas não faz nenhum movimento brusco. Sinto o cheiro da comida, mas meu estômago revira só de pensar em comer algo. Não é comida que eu preciso... É ela. Minha mente grita o nome de S/n, implorando por sua presença, por seu toque, qualquer coisa que possa aliviar essa dor sufocante.

-- Você precisa manter sua força, Billie... -- mamãe diz, a voz dela mais suave, quase implorando. Mas não consigo responder, a dor é tudo que sinto, tudo que sou. Cada tentativa de raciocinar, de pensar em qualquer coisa que não seja S/n, é rapidamente esmagada pelo desespero que me consome.

The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora