Capítulo 2: A marca

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S/N

Naquela noite, assim que me deitei para dormir, meus olhos pesaram e eu apaguei tão depressa que mal tive tempo para pensar na garota da floresta.

Em meu sonho, tudo parecia mais vívido do que a realidade. Eu podia sentir o cheiro do medo e do desespero no ar. Estava cercada por chamas ardentes, que dançavam e crepitavam ao meu redor, lançando sombras grotescas contra as árvores.

No meio do fogo, uma serpente verde deslizava sinuosa, seus olhos brilhando com uma malevolência fria. Ela se movia rapidamente, seu corpo escamoso cortando o calor das chamas enquanto avançava em direção ao lobo branco de olhos azuis como o mar. O lobo estava imóvel, seus olhos fixos na serpente, como se soubesse que não poderia escapar.

No momento seguinte, a serpente atacou, suas presas cravando-se na carne do lobo. O lobo soltou um uivo angustiado que reverberou por toda a floresta em chamas. Eu queria ajudar, queria correr até o lobo e afastar a serpente, mas meus pés estavam presos ao chão, como se as raízes das árvores me segurassem.

O som do uivo do lobo ecoava em meus ouvidos, trazendo uma sensação de impotência e tristeza. A serpente continuava a se enroscar ao redor do lobo, apertando cada vez mais, até que tudo começou a desaparecer em uma névoa cinzenta.

Acordei com um sobressalto, o coração batendo acelerado e o corpo coberto de suor frio. A imagem do lobo e da serpente ainda estava vívida em minha mente, como se fosse mais do que apenas um sonho. Era um presságio, uma mensagem que eu ainda não conseguia entender completamente. Algo dentro de mim dizia que a garota da floresta, Billie, estava de alguma forma ligada a isso.

Eu sabia que precisava descobrir o significado daquele sonho e como ele se conectava ao destino de nossos reinos. Algo sombrio e perigoso estava por vir, e eu precisava estar preparada.

BILLIE

Eu cheguei ao castelo um pouco cansada. Imediatamente, mamãe veio até mim, o que me fez franzir as sobrancelhas. Como ela sabia que eu não estava em meu quarto?

-- Onde esteve?!-- ela perguntou irritada, se aproximando rapidamente.

-- Como você descobriu?-- questionei, enquanto ela emoldurava meu rosto entre suas mãos, me examinando como se procurasse algum machucado.

-- Ainda temos o vínculo de mãe e filhote. Eu sinto quando você está com dor, e você estava com muita dor. O que aconteceu?-- perguntou, quase em desespero. Eu ponderava se deveria ou não contar sobre o que aconteceu na floresta.

-- Seu 'vínculo' deve ter te enganado. Estou bem... Nada aconteceu -- menti, e ela me analisou por mais um momento.

Seus olhos estreitaram-se em suspeita, mas ela não pressionou mais.

-- Muito bem. Mas se algo acontecer, você me avisa imediatamente, entendeu? -- Assenti, tentando não parecer culpada.

-- Sim, mãe.

Ela suspirou, soltando meu rosto.

-- Vá descansar. Você parece exausta.

Concordei e me dirigi ao meu quarto. No caminho, não pude deixar de pensar na princesa que conheci. Ela não era nada do que eu esperava. Seus olhos não eram vermelhos sangue, e ela não parecia ter presas gigantes. Pelo contrário, ela era gentil, mesmo que um pouco arrogante.

Assim que entrei no meu quarto, fechei a porta e me deitei na cama, relembrando os eventos da noite. O toque dela em meu braço, as faíscas que sentimos... e a promessa de que talvez, juntas, pudéssemos descobrir a verdade sobre nossos reinos.

The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora