BILLIE
Decidimos que o melhor a ser feito era deixar que S/n se recuperasse completamente das visões que acabara de ter. Ela precisava descansar e ter o máximo de energia possível se quisesse realmente fazer isso.
Preparamos um quarto para o rei e a rainha, e um para S/n. Meu lobo estava inquieto, temendo pelo que ela poderia enfrentar. Ele acreditava que o melhor a se fazer era abraçá-la e não soltá-la até que tudo estivesse bem.
Eu sabia o que isso significava. Ele a reconhecia como sua companheira. Mas isso era impossível. Ela é uma vampira, e eu, uma lobisomem. Nossas classes não se misturam.
Caminhei até a porta do quarto de S/n, hesitando por um momento antes de bater suavemente. Ela abriu a porta, sua expressão mostrando um cansaço profundo misturado com determinação.
-- Eu só queria ver como você está -- disse, tentando manter minha voz calma. -- Se precisar de algo, estarei aqui.
-- Obrigada, Billie -- respondeu ela, com um leve sorriso. -- Estou bem, só preciso de um pouco de descanso. Amanhã estarei pronta para tentar novamente.
Assenti, sentindo uma dor estranha no peito ao vê-la tão vulnerável.
-- Eu... se precisar de qualquer coisa, mesmo que seja só conversar, não hesite em me chamar.
Ela acenou com a cabeça e fechou a porta suavemente. Fiquei ali por um momento, respirando fundo, tentando acalmar meu lobo interior que ansiava por protegê-la de qualquer forma.
Voltei para o meu próprio quarto, mas o sono parecia distante. Meus pensamentos giravam em torno de S/n e do que estava por vir. A conexão que sentia com ela era inegável, mas também era um lembrete cruel das barreiras que nos separavam. Fechei os olhos, prometendo a mim mesma que faria tudo ao meu alcance para garantir sua segurança, mesmo que isso significasse desafiar as leis do nosso mundo.
Amanhã traria novos desafios, e precisávamos estar preparados. Mas, por agora, tudo o que podia fazer era esperar e torcer para que encontrássemos as respostas que tanto buscávamos.
Pela manhã, fizemos uma rápida refeição e nos preparamos para voltar para a caverna. A tensão era palpável, mas também havia uma determinação silenciosa em cada um de nós. Sabíamos que estávamos prestes a enfrentar algo grande.
Antes de partirmos, me aproximei de S/n, segurando seu olhar com firmeza.
-- Por favor, não faça mais esforço que o necessário -- disse, tentando transmitir toda a minha preocupação através das palavras. Ela sorriu de lado, um gesto que, apesar de tudo, ainda conseguia aquecer meu coração.
-- Você está parecendo meu pai -- disse ela risonha, mas havia um brilho de agradecimento em seus olhos.
-- É sério, morceguinha. Não quero que nada aconteça a você. Então, se ver que é demais, pare -- falei firme, deixando claro o quanto aquilo era importante para mim.
Ela assentiu, ainda sorrindo, mas dessa vez havia uma seriedade em sua expressão que mostrava que ela entendia a gravidade da situação.
Seguimos em direção à caverna, a atmosfera carregada de expectativa. O caminho parecia mais curto dessa vez, talvez pela ansiedade que crescera em todos nós. Quando chegamos à entrada, olhei para S/n uma última vez, buscando qualquer sinal de hesitação.
-- Estou pronta -- disse ela, com uma determinação que me impressionou.
Entramos na caverna, a luz azulada dos cristais nos guiando mais uma vez. Chegando ao altar, formamos um círculo ao redor de S/n, prontos para apoiá-la no que fosse necessário.
Ela se aproximou do altar, estendendo a mão com cuidado.
-- Vou começar -- anunciou, e todos nós prendemos a respiração.
Quando seus dedos tocaram as inscrições, um brilho intenso emanou do altar, e S/n fechou os olhos, mergulhando nas visões. Nós esperávamos, tensos, preparados para agir a qualquer momento. Ela começou a murmurar palavras desconexas, suas feições mudando à medida que as visões passavam.
O tempo parecia se arrastar, cada segundo uma eternidade. Um vento forte começou a entrar pela caverna, arrastando folhas, galhos e poeira. S/n parecia não estar presente entre nós, pelo menos não mentalmente; seu físico estava imóvel, seus olhos brilhavam em um tom de verde neon, sua respiração estava acelerada.
Eu sentia cada vez mais meu lobo querendo assumir o controle, arrancá-la de lá à força e fugir para o lugar mais distante e seguro. Mas fiz um esforço descomunal para mantê-lo quieto.
De repente, tudo parou. O vento, a luz forte, as palavras de S/n. Tudo ficou em completo silêncio. Eu conseguia sentir que S/n estava fraca e, sem que eu pudesse conter meu lobo, ele fez com que eu corresse até ela, envolvendo seu corpo em meus braços. No mesmo instante, o corpo de S/n ficou mole e ela apagou.
-- S/n!-- O pai dela tentou se aproximar, mas um rosnado alto ecoou pelas paredes. Foi então que percebi que o som saiu da minha garganta.
-- Não se aproxime... Ela... Ela não tem controle algum do que está fazendo. E ela seria capaz de matar qualquer um que se aproxime, até mesmo eu -- meu pai alertou, parecendo entender o que estava acontecendo.
-- Mas é minha filha!-- o homem protestou.
-- O lobo dela a reconhece como companheira... Sua filha está fraca, o que fez Billie perder completamente o controle do que faz e pensa. O melhor a se fazer é deixar... S/n vai se sentir muito melhor estando perto dela, confie em mim -- minha mãe disse calmamente.
-- Billie... Podemos levá-la para nossa casa? É mais confortável que o chão de uma caverna empoeirada e mofada, hm?-- Papai disse, mantendo uma distância segura.
Completamente de forma automática, meu corpo se moveu, pegando S/n em meus braços e saindo do local, sem esperar ninguém. A necessidade de protegê-la era esmagadora e o lobo dentro de mim não aceitaria nada menos do que garantir a segurança e o conforto dela. Enquanto eu caminhava, podia sentir os olhares preocupados dos outros, mas nada importava mais do que o bem-estar dela.
Assim que chegamos à nossa casa, deitei S/n cuidadosamente em uma cama, aconchegando ela em meus braços, sentindo sua respiração fraca contra meu pescoço. Eu sentia os olhares contra mim.
-- Minha... -- O som saiu de meus lábios sem que eu pudesse controlar.
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The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!P
FanfictionNos confins do tempo, quando a noite devora o dia, Ergue-se uma voz antiga, sussurrando segredos do além. Duas espécies nascidas da escuridão, eternas rivais no destino, Serão unidas pelo laço impossível, selando um poder incomparável. Quando a lua...