Capítulo 44: Por favor, não volte

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BILLIE

Assim que S/n saiu da sala, um vazio profundo tomou conta de mim. O silêncio da enfermaria parecia ensurdecedor, uma lembrança constante do quanto eu havia falhado. Eu me sentia fraca, tanto física quanto emocionalmente, e sabia que isso tinha a ver com o meu vínculo com S/n estar enfraquecido. Cada palavra dela havia sido como uma lâmina, cortando mais fundo do que qualquer ferimento físico que eu tivesse sofrido ao correr para chegar aqui.

Minha respiração estava pesada, e meus músculos ainda doíam da corrida insana que fiz até o castelo. Mas a dor física era quase insignificante comparada ao que eu sentia por dentro. Era como se algo essencial estivesse sendo arrancado de mim, algo que eu nunca pensei que pudesse perder. O vínculo que nos conectava, que antes era uma fonte de força e conforto, agora estava frágil, à beira de se quebrar.

Me sentei na cama, tentando ignorar o ardor dos ferimentos enquanto cobria meu corpo com o lençol que S/n havia me dado. A sensação de perda era esmagadora. Eu sempre pensei que, não importando o que acontecesse, nós superaríamos tudo juntas. Mas agora, pela primeira vez, eu estava enfrentando a possibilidade real de que talvez isso não fosse suficiente.

Eu me sentia tão fraca. O peso de minhas responsabilidades, a pressão para ser a rainha que todos esperam, tudo isso parecia pequeno em comparação com o que estava acontecendo entre mim e S/n. Como eu poderia ser uma boa rainha se não conseguia sequer cuidar da minha própria companheira?

A fraqueza que eu sentia não era apenas física; era uma manifestação do que estava acontecendo com o nosso vínculo. A conexão que deveria ser a minha maior força estava se tornando uma fonte de dor, e isso me assustava mais do que qualquer batalha que já enfrentei.

Eu sabia que precisava descansar, recuperar minhas forças para poder enfrentar o que viria a seguir. Mas o medo de que as coisas entre nós nunca voltassem ao que eram antes pairava sobre mim, como uma sombra que não poderia ser dissipada tão facilmente. Fechei os olhos, tentando ignorar a dor que pulsava em meu corpo e, principalmente, em meu coração.

Uma das empregadas do castelo apareceu, me guiando pelo corredor ate um dos quartos. La tinham roupas e uma cama recém preparada.

Depois que a empregada saiu, eu me senti um pouco mais à vontade, embora a dor ainda estivesse latente. O quarto estava silencioso, quase reconfortante, mas isso não fazia muito para aliviar a tensão que ainda pairava sobre mim. Cada movimento que eu fazia era um lembrete do quanto meu corpo estava exausto.

Entrei no banheiro e liguei a água, deixando-a correr por alguns minutos antes de entrar. A água morna ajudou a acalmar meus músculos tensos, mas minha mente estava em outro lugar, revivendo as palavras de S/n repetidamente. Cada vez que pensava nelas, o peso da culpa parecia aumentar.

Terminei o banho rapidamente e me sequei, vestindo as roupas que estavam sobre a cama. Eram simples, mas confortáveis, e eu agradecia por isso. Ao me deitar na cama, o colchão macio foi um alívio imediato para o meu corpo cansado. Fechei os olhos, tentando focar apenas no momento presente, mas minha mente insistia em voltar para S/n, para a dor que eu sabia que tinha causado.

O quarto estava mergulhado em um silêncio que parecia amplificar meus pensamentos, mas o cansaço acabou me dominando. Enquanto meu corpo finalmente cedia ao sono, a última coisa em minha mente era a promessa silenciosa de tentar consertar o que eu havia quebrado, de lutar para que S/n voltasse a confiar em mim e para que o vínculo entre nós se fortalecesse novamente.

Na manhã seguinte, acordei com S/n entrando no quarto, ela carregava uma bandeja com o café da manhã.

-- Eu trouxe seu jantar ontem, mas você não acordava por nada... -- ela comenta colocando a bandeja sobre a cama

The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora