Capítulo 22:

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A maratona pra vcs, aproveitem ao máximo

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Por alguns minutos, um silêncio sombrio se abateu sobre o castelo. Os golpes furiosos de Billie, que antes ecoavam incessantemente, haviam cessado de repente, deixando apenas o som opressor da respiração ofegante de S/n e o bater irregular de seu coração.

S/n, ainda deitada no chão frio, sentiu uma estranha mistura de alívio e pavor. Ela sabia que Billie estava lutando com todas as suas forças, mas o que teria acontecido? Será que o lobo de Billie finalmente cedeu ao cansaço? Ou algo pior?

Mas esse silêncio foi curto. De repente, novos golpes começaram a ressoar pelo castelo, mas desta vez, eram mais próximos... muito mais próximos. Em questão de segundos, o som inconfundível de socos pesados batendo contra a porta de seu quarto fez o coração de S/n disparar.

Ela levantou os olhos, fraca, mas com uma nova centelha de esperança. Mesmo em seu estado enfraquecido, sentiu a presença inconfundível de sua companheira, tão próxima que era quase como se pudesse tocá-la. Cada batida na porta reverberava dentro de seu peito, como se o próprio coração de Billie estivesse batendo em uníssono com o dela, ambos desesperados, implorando para se reunirem.

O vínculo entre elas parecia pulsar com uma força renovada, um fio de vida que se estendia entre a porta e o lugar onde S/n estava caída. O lobo de Billie estava determinado a chegar até ela, e S/n sabia que a porta não resistiria por muito tempo. Seu corpo, antes inerte e resignado, agora tremia com uma nova energia, uma ânsia desesperada de estar nos braços de Billie, de sentir o calor que só sua presença poderia proporcionar.

Com esforço, S/n tentou se arrastar para mais perto da porta, mas suas forças estavam quase no fim. No entanto, apenas a proximidade de Billie estava restaurando algo dentro dela, uma chama de esperança que recusava se apagar.

E enquanto os golpes na porta se tornavam cada vez mais intensos, a pequena vampira sabia que, em breve, as barreiras entre elas seriam quebradas. Ela não sabia o que aconteceria depois, não sabia se poderiam sobreviver ao peso desse vínculo, mas naquele momento, tudo o que importava era que Billie estava a poucos metros de distância, lutando com tudo o que tinha para chegar até ela.

O destino das duas estava selado naquele momento de desespero e necessidade, e o que aconteceria a seguir estava fora do controle de qualquer uma delas. A única certeza era que, em breve, estariam frente a frente, e nada mais poderia separá-las.

Quando a porta finalmente cedeu com um estrondo, Billie se lançou para dentro do quarto, o coração apertado de angústia ao ver sua companheira encolhida e tão frágil no chão gelado. Sem hesitar, ela correu até S/n, envolvendo o pequeno corpo frio em seus braços com uma urgência quase desesperada.

O cheiro metálico do sangue de Billie invadiu os sentidos de S/n, um lembrete sutil do sacrifício que sua companheira havia feito para chegar até ela. As mãos de Billie estavam cobertas de feridas, o sangue escorrendo pelos dedos, mas ela parecia alheia à dor física. Tudo o que importava era S/n, ali, em seus braços, finalmente ao alcance.

-- Minha... Minha... Minha... -- Billie sussurrava repetidamente, a voz embargada pela emoção, enquanto pressionava beijos suaves na testa de S/n. Cada palavra carregava o peso de sua devoção, sua necessidade de protegê-la, de nunca mais deixá-la sofrer. Ela apertava S/n contra si, como se temesse que alguém ou algo pudesse arrancar sua companheira de seus braços novamente.

S/n, por sua vez, mal conseguia processar a intensidade do que estava acontecendo. O choque de finalmente estar nos braços de Billie, depois de tanto sofrimento, a deixou em um estado de vulnerabilidade absoluta. As lágrimas, que ela nem havia percebido que estava segurando, começaram a cair copiosamente. Seus dedos se agarraram ao tecido das roupas de Billie, apertando com força, como se temesse que essa proximidade fosse apenas um sonho fugaz.

Ela puxava Billie para mais perto, o máximo que suas forças permitiam, buscando desesperadamente o conforto e a segurança que só a presença dela podia oferecer. O calor do corpo de Billie contrastava com o frio que havia se infiltrado em seus ossos, e, aos poucos, aquele abraço apertado começava a dissipar a dor, como se estivessem curando uma à outra apenas pelo toque.

As duas ficaram ali, entrelaçadas, sentindo o vínculo pulsar com uma intensidade quase palpável. S/n não conseguia parar de chorar, e Billie não conseguia parar de sussurrar palavras de consolo e amor. Era como se, naquele momento, o mundo ao redor delas desaparecesse, deixando apenas as duas, unidas em uma conexão que nenhuma maldição poderia quebrar.

Elas sabiam que havia riscos, que a profecia era sombria e cheia de incertezas, mas naquele instante, tudo o que importava era que estavam juntas. E enquanto S/n se aninhava mais fundo nos braços de Billie, uma coisa era certa: nada mais poderia separá-las, não enquanto elas ainda tivessem forças para lutar uma pela outra.

Assim que os guardas invadiram o quarto, prontos para separar Billie e S/n, algo inesperado aconteceu. Antes que pudessem sequer se aproximar, uma força invisível e avassaladora os lançou violentamente contra a parede. O impacto ecoou pelo quarto, e os guardas caíram no chão, atordoados e completamente incapacitados de se mover.

Billie, que ainda segurava S/n em seus braços, ficou paralisada de choque. Seus olhos azuis arregalaram-se de surpresa, e por um instante, ela afrouxou o aperto ao redor de sua companheira, tentando entender o que havia acabado de acontecer. Foi então que ela percebeu que a força sobrenatural que repelira os guardas havia vindo de S/n.

A pequena vampira, ainda envolta no abraço de Billie, tinha os olhos intensamente verdes, um brilho esverdeado que reluzia como fogo-fátuo. Era evidente que aquilo não era algo normal, mas sim pura magia, algo que parecia ter sido despertado dentro de S/n pela necessidade desesperada de proteger sua companheira.

-- Não! -- A voz de S/n soou pesada, quase rouca, quando percebeu que Billie estava afrouxando o aperto ao seu redor. O tom era carregado de urgência, quase uma súplica, enquanto ela olhava diretamente para Billie, temendo que o que acabara de acontecer pudesse assustá-la.

Billie, ainda surpresa, olhou para S/n, vendo não apenas a fraqueza e a dor que haviam dominado sua companheira momentos antes, mas agora também uma força inesperada, uma força que ela nunca imaginou que S/n possuísse. Era como se a dor e a agonia tivessem desencadeado algo profundo dentro dela, algo que nem S/n sabia que existia.

Porém, mesmo com o poder que havia demonstrado, S/n estava visivelmente abalada. Seus olhos, antes brilhando intensamente, agora carregavam um misto de medo e tristeza. Ela não queria que Billie se afastasse, não queria que essa nova revelação criasse uma barreira entre elas. Tudo o que queria era sentir o conforto e a segurança de Billie ao seu lado.

-- Não me deixe... -- S/n sussurrou, a voz trêmula, e mais lágrimas começaram a brotar de seus olhos, agora voltando a exibir a cor habitual. Ela apertou o tecido da roupa de Billie com mais força, temendo que qualquer afastamento, por menor que fosse, pudesse significar o fim.

Billie, ainda confusa, mas movida pelo amor e pelo vínculo que compartilhavam, afagou suavemente o rosto de S/n, tentando reconfortá-la. Ela não entendia o que havia acabado de acontecer, mas sabia que não importava o quão poderosa ou perigosa aquela magia fosse, nada mudaria o que sentia por S/n. Se algo havia ficado claro, era que precisavam uma da outra mais do que nunca.

-- Eu estou aqui, S/n... Não vou a lugar nenhum -- Billie sussurrou de volta, apertando-a novamente em seus braços, desta vez com mais força, como se estivesse selando uma promessa silenciosa de que, independentemente dos perigos e desafios que enfrentassem, elas enfrentariam juntas.

Enquanto as duas se abraçavam, os guardas, ainda atordoados, tentavam entender o que havia acontecido, mas a força daquele momento entre Billie e S/n era inegável. O castelo, que antes testemunhara a dor e o sofrimento delas, agora parecia envolto em um silêncio profundo, como se até as paredes respeitassem o poder desse vínculo, um vínculo que nenhuma força, natural ou sobrenatural, parecia capaz de quebrar.

The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora