BILLIE
A dor era insuportável, uma agonia que parecia consumir cada parte do meu ser. Eu tentei lutar contra as lágrimas, mas elas continuavam a cair, uma após a outra, inundando meus olhos e embaçando minha visão. O peso no meu peito era esmagador, e cada tentativa de respirar parecia uma batalha perdida.
Eu me sentia como se estivesse sendo rasgada por dentro, como se uma parte de mim estivesse sendo arrancada sem anestesia. Era uma dor profunda, não apenas física, mas emocional, como se o próprio vínculo que compartilhava com S/n estivesse se desfazendo lentamente, me deixando em pedaços.
Minhas mãos tremiam enquanto eu tentava alcançar algo para me apoiar, mas tudo ao meu redor parecia distante e irrelevante. O quarto, que antes parecia seguro, agora se tornava uma prisão, um lugar onde eu estava presa com a minha própria dor e arrependimento.
A falta de ar era o pior. Eu tentava desesperadamente encher meus pulmões, mas o ar parecia se recusar a entrar. Meu corpo estava em pânico, cada célula implorando por oxigênio, mas nada parecia funcionar. A tontura começou a tomar conta, e eu sabia que não aguentaria muito mais.
Eu estava sozinha, e essa solidão era o que mais doía. Estava presa em um ciclo de culpa e arrependimento, sabendo que tudo isso era resultado das minhas próprias ações. S/n havia me dado uma chance de mudar, mas agora, naquele momento, parecia impossível encontrar a força para fazê-lo.
Minha visão começou a escurecer nas bordas, e eu percebi que estava prestes a desmaiar. Tudo o que eu queria era que essa dor parasse, mas sabia que, enquanto o vínculo estivesse enfraquecido, enquanto eu continuasse a falhar com S/n, essa dor nunca cessaria.
A última coisa que me passou pela mente antes de perder a consciência foi a imagem de S/n, sua expressão de desapontamento e dor, e o desejo desesperado de, de alguma forma, consertar tudo. Mas, naquele momento, eu estava impotente, perdida na escuridão da minha própria dor.
S/N
A dor era insuportável, quase paralisante. Meu peito parecia se partir ao meio, como se uma força invisível estivesse puxando minhas costelas em direções opostas. Cada passo que eu dava pelo castelo era uma luta, e a única coisa que me mantinha em pé era o apoio das paredes frias e sólidas. Sem elas, eu teria desabado ali mesmo.
Minha visão estava embaçada, e tudo ao meu redor parecia perder a forma. As tapeçarias que decoravam os corredores, os candelabros brilhantes, os móveis luxuosos—tudo era um borrão de cores e sombras que eu mal conseguia discernir. Eu tentava focar em algo, qualquer coisa, para me ancorar à realidade, mas era como tentar segurar areia fina entre os dedos. Nada parecia concreto ou real.
Um zumbido agudo e irritante reverberava em meus ouvidos, abafando todos os outros sons. Eu não conseguia ouvir os passos dos guardas, o murmúrio distante das festividades que ainda aconteciam no salão, nem mesmo o som da minha própria respiração. Apenas aquele zumbido, insistente e penetrante, que me deixava à beira da loucura.
O que estava acontecendo comigo? Por que estava sentindo isso? Cada vez que tentava respirar fundo, o ar parecia insuficiente, e a dor em meu peito só aumentava. Era como se algo estivesse errado, muito errado, mas eu não conseguia entender o que era.
Tentei me concentrar, forçar minha mente a funcionar através da névoa da dor e do cansaço, mas era difícil. Tudo o que eu sabia era que algo estava acontecendo com Billie, e que, de alguma forma, estava me afetando profundamente. Nosso vínculo, que antes era uma fonte de força e conforto, agora parecia uma corrente pesada, puxando-me para baixo, para uma escuridão que eu não sabia como escapar.
Eu precisava encontrar Billie. De alguma forma, eu sabia que essa dor estava ligada a ela, que algo terrível havia acontecido. O pensamento dela, sozinha e ferida, me deu forças para continuar, mesmo que meu corpo estivesse à beira de ceder.
Com esforço, continuei me movendo, arrastando-me pelos corredores do castelo, sabendo que cada segundo contava. Eu precisava chegar até ela antes que fosse tarde demais, para nós duas.
Cada passo parecia um desafio insuperável. O corredor, que normalmente eu atravessaria em poucos minutos, agora se estendia interminavelmente à minha frente, como se o castelo estivesse se expandindo à medida que eu avançava. Meu corpo estava pesado, cada movimento exigia um esforço enorme, como se eu estivesse carregando um peso invisível em meus ombros.
A dor era incessante, uma dor surda e latejante que emanava do meu peito e se espalhava por todo o meu corpo. Cada batida do meu coração parecia amplificar o desconforto, como se o próprio ato de viver fosse uma tortura. Meus pulmões queimavam a cada respiração curta e superficial, e eu sentia a tontura crescendo, ameaçando me derrubar.
A parede era minha única âncora, a única coisa que evitava que eu desabasse no chão frio de mármore. Meus dedos se arrastavam pela superfície, buscando qualquer irregularidade que pudesse me ajudar a manter o equilíbrio. Meus passos eram arrastados, lentos, como se eu estivesse andando contra uma maré invisível que tentava me puxar de volta.
Eu sabia que precisava continuar, que precisava chegar até o quarto, mas o caminho parecia interminável. A dor e a exaustão se misturavam, criando uma névoa em minha mente que tornava difícil até mesmo pensar. Eu queria gritar, mas sabia que não adiantaria. Ninguém poderia aliviar o que eu estava sentindo.
Finalmente, o quarto apareceu à vista, sua porta entreaberta como uma promessa de alívio. Mas mesmo a curta distância até ela parecia uma eternidade. Com um último esforço, forcei meu corpo a se mover, a dar os passos finais que me separavam da única esperança de descanso. O quarto era a única coisa que eu podia focar, o único refúgio onde eu poderia, ao menos por um momento, tentar escapar da dor que me consumia.
Eu precisava chegar até Billie. Mesmo que o mundo ao meu redor estivesse desmoronando, eu não podia deixar que o vínculo entre nós se quebrasse completamente. Precisava dela tanto quanto ela precisava de mim. E, de alguma forma, isso me deu a força para continuar, mesmo quando tudo em mim queria desistir.
Ao entrar no quarto, meu coração parou por um momento. Billie estava ali, não havia ido embora. Seu corpo estava caído contra o chão frio, sua pele pálida contrastando com a escuridão ao redor. A visão dela naquele estado me atingiu como uma lâmina afiada, cortando qualquer traço de orgulho ou raiva que eu ainda pudesse ter sentido.
Sua respiração era tão fraca que mal se percebia, o peito subindo e descendo de forma quase imperceptível. O que eu havia feito? Meu orgulho, minha frustração, haviam me cegado para o que realmente importava. Vê-la ali, tão vulnerável, quebrou algo dentro de mim.
Eu me aproximei dela rapidamente, meus joelhos quase cedendo sob o peso da dor e do medo. Toquei seu rosto com mãos trêmulas, sentindo o frio que se apossava de sua pele. Uma onda de pânico tomou conta de mim. Ela estava sofrendo, e tudo por minha causa. Eu nunca quis que chegássemos a esse ponto.
-- Billie -- chamei seu nome com a voz quebrada, tentando conter as lágrimas que ameaçavam transbordar. -- Eu estou aqui... Por favor, me escute.
Eu não sabia se ela podia me ouvir, mas continuei falando, a cada palavra uma súplica para que ela voltasse para mim, para que ela soubesse que, apesar de tudo, eu precisava dela tanto quanto ela precisava de mim. Sem Billie, eu não era nada. Ela era minha força, minha companheira, e eu não podia deixá-la ir.
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The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!P
FanfictionNos confins do tempo, quando a noite devora o dia, Ergue-se uma voz antiga, sussurrando segredos do além. Duas espécies nascidas da escuridão, eternas rivais no destino, Serão unidas pelo laço impossível, selando um poder incomparável. Quando a lua...