Capítulo 27: Filhotinhos

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S/N

Apos tomarmos nosso banho, nos voltamos para o quarto, Billie insistiu que eu usasse suas roupas, e eu não me opus a isso. Em seguida fui fazer o curativo de sua mão, tomando o maior cuidado possível.

-- Você pensa em ter filhotinhos?-- Bill pergunta de repente.

-- Filhotinhos?-- questiono olhando-a um pouco confusa

-- Sim... Bebês nossos -- Eu sorri, um sorriso suave e cheio de ternura pela forma como Billie havia formulado a pergunta. A ideia de "filhotinhos" fez meu coração bater um pouco mais rápido, e eu pude ver nos olhos dela que essa era uma questão genuína, algo que ela estava realmente considerando.

— Eu nunca pensei nisso antes, para ser honesta — admiti, enquanto terminava de enfaixar sua mão com cuidado. — Mas a ideia de termos bebês nossos... filhotinhos, como você disse, não parece tão ruim.

Billie sorriu, um sorriso largo e cheio de esperança, como se minhas palavras tivessem acendido algo dentro dela.

— Eu só consigo imaginar o quão adoráveis eles seriam, misturando o que há de melhor em nós duas — ela disse, seu tom cheio de carinho.

Eu não pude evitar o calor que subiu ao meu rosto. A imagem de pequenos seres, parte de mim e parte dela, encheu minha mente. Era um pensamento ao mesmo tempo assustador e incrivelmente reconfortante.

— Seriam lobisomens ou vampiros? — perguntei, meio brincando, enquanto terminava o curativo e segurava sua mão com delicadeza.

Billie deu uma risadinha suave, seus olhos brilhando de amor e afeto.

— Talvez um pouco de ambos... criaturas únicas, como nós — respondeu ela, seu tom sério, mas também cheio de expectativa.

Eu a observei por um momento, deixando a ideia se assentar em meu coração. A verdade era que, com Billie ao meu lado, eu podia imaginar um futuro que eu nunca havia considerado antes. Um futuro onde nós duas, e talvez nossos "filhotinhos," construíssemos uma vida juntas.

— Se isso acontecer, eu sei que seremos uma boa família — murmurei, minha voz cheia de uma certeza tranquila.

Billie me puxou para mais perto, abraçando-me com cuidado para não machucar minha pele.

— Eu faria de tudo para sermos uma boa família — ela sussurrou em meu ouvido, e naquele momento, soube que, independentemente de onde a vida nos levasse, estaríamos prontas para enfrentar qualquer coisa, juntas.

-- Eu quero filhos com seus olhos... Seria a coisa mais linda, um bebe com seus olhos de oceano -- Digo e ela sorri

Billie sorriu, um sorriso que iluminou seus olhos de oceano, deixando-os ainda mais intensos. Eu podia ver a felicidade sincera e o amor genuíno refletidos em seu olhar, como se minhas palavras tivessem tocado algo profundo dentro dela.

— E eu adoraria ver um bebê com seu sorriso — ela respondeu suavemente, tocando meu rosto com a ponta dos dedos. — O sorriso que sempre me deixa sem palavras, que ilumina até os dias mais sombrios.

Senti meu coração aquecer com as palavras dela, e por um momento, tudo parecia perfeito. A ideia de formar uma família com Billie, de ver nossos filhos carregando pedaços de nós duas, parecia mais real a cada segundo.

— Eu nunca pensei que seria possível sentir algo tão forte assim — murmurei, meus olhos presos nos dela. — E pensar que isso só começou... temos tanto pela frente.

Billie assentiu, seu rosto cheio de ternura enquanto se inclinava para me beijar, um beijo suave e cheio de promessas.

— Vamos construir nosso futuro, passo a passo — ela sussurrou contra meus lábios. — E, quando chegar a hora, teremos os filhotinhos mais lindos do mundo, com seus sorrisos e meus olhos.

Quando chegamos a ala principal do casamento, la estavam os dois reis e a mãe de Billie. Papai me olha preocupado, e em seguida olha furioso para Billie, ao perceber a marca em meu pescoço.

-- O que você fez com a minha filha?!-- ele pergunta dando um passo na direção de Billie. Minha companheira rosna para o homem e segura em meu braço.

-- Pai, não -- Digo firme, entrelaçando minha mão a de Billie.

-- Cala a boca, S/n! Eu aceito o tratado de paz, mas essa... Aberração querer minha filha ja é de mais!

-- Veja bem como fala -- Patrick, pai de Billie, diz aproximando-se de meu pai

A tensão na sala era palpável, cada palavra parecia cortar o ar como uma lâmina afiada. Billie, ao meu lado, estava em alerta total, seu lobo à beira de assumir o controle. Senti sua mão apertar a minha, um gesto de proteção e determinação. Ela não estava disposta a ceder, não agora que tínhamos chegado tão longe.

Meu pai, com o rosto contorcido de fúria, parecia incapaz de enxergar qualquer coisa além da marca em meu pescoço, um símbolo do vínculo que compartilhávamos. Mas para mim, aquilo era muito mais do que uma simples marca; era a prova de algo maior, algo que transcendia as diferenças entre nossos reinos.

-- Ela é minha companheira, pai -- começo a falar, mas papai me interrompe.

-- Não existe isso de companheira S/n! Renuncie ela agora e nós iremos para casa -- Ele diz firme e eu dou um passo para trás

-- Não vou renunciar -- Respondo no mesmo tom

-- Não estou para brincadeira S/n. Renuncie agora -- Papai diz dando um passo para mais perto de mim, porém Billie entra em sua frente, me mantendo atras de suas costas.

-- Não... E-Eu não renunciarei... P-Por favor, só... Me escuta?... Por favor...

-- Se não renunciar agora, eu renunciarei você como minha filha -- As palavras do meu pai foram um golpe direto ao meu coração, cada sílaba cortando mais fundo do que qualquer lâmina poderia. Por um momento, tudo ao meu redor pareceu parar, o mundo se desfazendo em fragmentos de dor e desespero. Meu peito apertou, e a respiração ficou presa na garganta, enquanto tentava processar a gravidade do que ele havia acabado de dizer.

Billie, que até então se mantinha firme entre mim e meu pai, deu um passo à frente, o corpo tenso e os olhos brilhando com uma mistura de raiva e proteção. O lobo dentro dela estava à beira de explodir, e eu sabia que ela faria qualquer coisa para me proteger, mesmo que isso significasse enfrentar meu próprio pai.

-- Ela não vai a lugar nenhum -- Billie disse com firmeza, sua voz grave e carregada de uma autoridade que não poderia ser ignorada. -- E eu não vou deixar ninguém machucá-la, nem mesmo você, seu rei.

Meu pai parecia prestes a responder, mas a voz calma e controlada de Patrick, o pai de Billie, interrompeu o momento tenso.

-- Estamos à beira de algo maior do que nós mesmos -- disse ele, olhando para todos na sala. -- Precisamos de sabedoria, não de ameaças. S/n e Billie estão unidas por algo que não podemos simplesmente desconsiderar. Ignorar esse vínculo não trará paz, apenas mais dor e conflito.

Meu pai olhou de volta para mim, o conflito interno claramente refletido em seus olhos. Eu sabia que ele estava lutando entre o dever de proteger seu reino e o amor que ele sentia por mim. Minhas mãos tremiam, e eu senti as lágrimas queimarem em meus olhos, mas me forcei a continuar.

-- Pai, eu... eu amo você -- sussurrei, a voz quebrada pela emoção. -- Mas eu também amo Billie. Este vínculo é real, e eu não posso simplesmente ignorá-lo ou fingir que não existe. Por favor, me escute. Eu não quero escolher entre você e ela, mas eu também não posso renunciar a quem eu sou, ou a quem ela é para mim.

Houve um silêncio pesado na sala, todos aguardando a resposta do meu pai. A decisão que ele tomasse agora não afetaria apenas a mim e Billie, mas também o futuro de nossos reinos.

The Awakening Of Prophecies (Billie/You) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora