bebê

231 43 29
                                    


"O que isso tem a ver com Lady Dorothy Walpole?" Harry murmurou enquanto subiam as escadas rumo ao que Luna e Fleur acreditavam ser a resposta à charada.

"Com quem?" perguntou Fleur, franzindo o cenho.

"A Dama de Castanho! Você nunca ouviu falar dela?" Luna respondeu, incrédula. Fleur rolou os olhos em resposta.

"É um fantasma famoso, segundo Luna," explicou Neville sucintamente.

Ao alcançarem o primeiro andar da mansão, tanto Harry quanto Neville olhavam ao redor no corredor mal iluminado, buscando possíveis inimigos, especialmente alfas loucos para capturá-los ou pior. Mas por enquanto, tudo parecia relativamente calmo. As paredes eram adornadas com retratos antigos em molduras douradas, seus olhos pareciam seguir os passos dos visitantes, e o chão de madeira polida rangia suavemente sob seus pés. O ar estava levemente empoeirado, e havia uma sensação de desuso, como se aquele andar não fosse frequentemente visitado. Pequenos candelabros de prata pendiam das paredes, suas luzes fracas lançando sombras dançantes que aumentavam a sensação de inquietação.

"De acordo com a dica que nos foi dada antes de começar a segunda fase, tudo isso está focado nela... Mas as charadas, elas não parecem nos guiar para a tal Lady," resmungou Harry, tomando a dianteira e seguindo por um corredor à direita que parecia exalar menos cheiro de alfa. Seus amigos logo o seguiam.

"Eu discordo, Harry," disse Luna. "A charada anterior tinha relação com a cozinha, algo que ômegas estão normalmente vinculados... Ainda mais na época em que Lady Dorothy viveu. Ômegas deviam ser prendados, saber cozinhar para suas famílias. E a charada atual também está vinculada a outra função que se espera que os ômegas cumpram..."

"Qual seria?" perguntou Neville, curioso.

"Parir bebês," respondeu Fleur de forma direta. "Estamos procurando um quarto de bebê."

"Estamos seguindo, de certa forma, os passos de Lady Dorothy... Como uma ômega típica, ela servia ao seu alfa. A primeira charada que pegamos na mão do próprio Charles Townshend, ou melhor, de sua estátua, correspondia a isso. Daí a segunda e terceira charada referiam-se ao que a sociedade esperava dela: a cozinha e agora o quarto do bebê..." falava Luna, enquanto abriam e fechavam portas cuidadosamente para não fazer muito barulho.

"E quando vamos chegar na parte em que ela foi acusada de traição, trancafiada na mansão até a sua morte, e se tornando a famosa fantasma?" quis saber Harry, não contendo a ironia em sua voz.

"Nossa... Que história macabra," comentou Fleur. "Não admira que ela seja o símbolo escondido por trás da competição..."

"Como assim?" Neville sussurrou.

"A melhor forma de educar ômegas é usar um ômega que falhou em sua função como exemplo, tornando a sua história trágica uma forma de alerta... Se saírem da linha, esse será o seu destino," explicou Fleur, ganhando um assentimento de Harry. Sim, isso faria sentido, mas mesmo assim, ele sentia que as charadas ainda os levariam para um caminho mais sombrio.

"Aqui!" exclamou Luna, um pouco alto demais, ganhando um beliscão de Fleur.

Luna indicou uma porta ao lado, que estava entreaberta. Eles adentraram com hesitação, olhando para os lados, temendo serem emboscados novamente. O quarto era adornado com papel de parede em tons suaves e pastéis, talvez no intuito de acalmar o bebê. Cortinas pesadas mantinham o ambiente escuro, criando uma atmosfera de tranquilidade que, em outra situação, poderia acalentar o sono de um jovem infante. Agora, porém, só tornava o ambiente mais opressivo e até mesmo assustador.

Mesmo na penumbra, Harry pôde identificar um berço de madeira ornamentado, talhado com imagens de anjos, fadas e animais místicos. Havia também uma cadeira de balanço que rangia levemente ao movimento, além de armários antigos e baús de madeira escura. O ar estava carregado de poeira e o leve cheiro de madeira antiga, acrescentando uma sensação de abandono e mistério ao local.

A corridaOnde histórias criam vida. Descubra agora