Bem-vindo a uma sociedade regida pela biologia e pela hierarquia, onde a classificação como Alfa, Beta ou Ômega não é apenas uma questão de status, mas uma condição intrínseca que define expectativas, limitações e até o destino de cada indivíduo. Neste universo, as relações e a própria identidade de cada pessoa são moldadas desde o nascimento por essas dinâmicas, em um sistema que governa não apenas suas vidas, mas suas próprias naturezas.
Alfas
Os Alfas são a classe dominante, tanto em força física quanto em presença. São figuras imponentes, naturalmente mais fortes e preparados para liderar, proteger e, muitas vezes, conquistar de maneira impiedosa. Sua fisiologia é notável: além de possuírem uma força muito superior à dos Betas e Ômegas, os Alfas são conhecidos por uma aura quase bestial que aflora em momentos de extremo estresse ou raiva, alterando não apenas sua postura, mas também seu semblante. Seus olhos, por exemplo, mudam de coloração conforme suas emoções — as íris assumem um brilho intenso, variando para tonalidades mais escuras, avermelhadas ou até prateadas em momentos de ira ou de domínio absoluto, um traço que transmite a natureza instintiva e predadora dos Alfas.
Quando desafiados ou contrariados, podem revelar uma forma parcialmente bestial, onde seus traços se tornam ainda mais ferozes e assustadores. Muitos dizem que essa é a forma "verdadeira" dos Alfas, uma lembrança de que, por trás do controle e da diplomacia, ainda reside a essência de um predador.
Além disso, os Alfas emitem feromônios de forma intensa e proposital, um mecanismo fisiológico que não apenas marca presença, mas também exerce controle sobre outros. Esses feromônios podem transmitir confiança, comando ou até intimidação, afetando diretamente os Ômegas, que reagem ao cheiro de maneira quase involuntária, sentindo-se mais frágeis ou subservientes. Betas, por outro lado, são imunes a esse fenômeno e não conseguem perceber ou ser afetados por essa forma de influência. Os feromônios dos Alfas funcionam, assim, como um poderoso recurso de controle social, um meio sutil e, ao mesmo tempo, indomável de exercer sua supremacia sobre aqueles ao redor.
Ômegas
Enquanto os Alfas se destacam pela força, os Ômegas ocupam o outro extremo da hierarquia. São frequentemente vistos como frágeis e, em muitos casos, subservientes. Considerados preciosos, mas também vulneráveis, são educados desde cedo para buscar proteção junto a um Alfa, com quem geralmente se espera que estabeleçam um vínculo duradouro. As qualidades esperadas de um Ômega são a docilidade e a passividade, mas nem todos se conformam a esse papel.
Ômegas também reagem de forma mais intensa aos feromônios, tanto dos Alfas quanto de outros Ômegas, o que torna os momentos de confronto com Alfas uma experiência emocionalmente avassaladora. Em contextos como a Corrida, no entanto, os Ômegas têm a chance de mostrar que são mais do que a fragilidade que a sociedade lhes impõe, provando coragem e determinação para enfrentar os desafios, até mesmo quando estão cercados por predadores prontos para dominá-los.
Betas
Os Betas, embora sejam a maioria, são vistos como a camada neutra da sociedade. Diferente de Alfas e Ômegas, os Betas não produzem ou são afetados por feromônios, o que os torna imunes a esse tipo de controle biológico. Sem a intensidade dos impulsos Alfa e Ômega, os Betas são considerados equilibrados e racionais, frequentemente ocupando posições administrativas e de suporte na sociedade. Por não se envolverem nos conflitos de dominação e submissão, os Betas são considerados a espinha dorsal que mantém a ordem, mas têm pouco prestígio social comparado aos Alfas.
A Corrida
A Corrida, oficialmente apresentada como uma competição de resistência e habilidade, é na verdade um teste de sobrevivência, uma arena onde os Ômegas têm a oportunidade de desafiar os estigmas impostos. Embora o objetivo declarado seja permitir que os Alfas encontrem um parceiro Ômega "digno" — alguém que prove seu valor ao suportar e sobreviver às três fases da Corrida —, o evento esconde um propósito sombrio: a manutenção de uma estrutura de poder.
Dividida em três fases, a Corrida é uma jornada que força os Ômegas a enfrentar seus limites. Cada etapa é desenhada para que os Alfas possam observar, perseguir e medir o valor de cada competidor, e também para reforçar a visão de que Alfas são os protetores e dominadores naturais.
Para os Ômegas, a Corrida representa uma escolha: submeter-se e sobreviver, ou resistir e arriscar tudo. É o momento em que podem revelar forças ocultas e desafiar a visão estereotipada que a sociedade impõe. Em um jogo onde as regras sempre favorecem os Alfas, a Corrida se torna a última prova para aqueles que ousam sonhar com um mundo diferente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A corrida
FanfictionUma tradição antiga, que remonta aos primórdios da humanidade e aos albores da sociedade Alfa-Beta-Ômega, perdura até hoje: a Corrida. Apesar do nome aparentemente simples, esta prática é uma das pedras angulares dos mitos e crenças dessa civilizaçã...