"Complicada e perfeitinha
Você me apareceu
Era tudo que eu queria
Estrela da sorte"A pilha de papéis que se acumula sobre a mesa de Anita a faz querer dar meia volta e ir para casa. Mas ela apenas respira fundo, antes de jogar sua bolsa sobre a mesa e bufar com o trabalho acumulado que lhe aguardava depois de seu curto período de licença. Ao se sentar na cadeira macia, uma dorzinha enjoada nas coxas a faz grunhir, e ela amaldiçoa Verônica em pensamento pela brutalidade do dia anterior.
- Imagine se eu tirasse férias! Essa delegacia iria parar? – A loira resmunga, pegando os inquéritos em mãos e sacando uma caneta que estava perdida sobre a mesa, começando a rubricar todos os documentos.
- Bom dia, Anita. – Uma voz a cumprimenta da porta que ela deixou aberta, Anita sobe o olhar para a morena parada no batente.
- Bom dia, Heloísa. – A loira devolve. – Como foram os dias sem mim?
- Um tédio total, doutora. – A delegada federal responde sorridente. – Mas claro que mesmo de longe você ainda movimenta esse local. Lima se roendo pelos cantos, Verônica em uma felicidade sem fim.
Anita ri baixinho, lembrando-se do estado que sua mulher havia chegado em casa no dia anterior.
- Ela não parecia muito feliz quando chegou ontem. – A loira bufa, voltando sua atenção para os papéis.
- Tenho certeza que você ajudou com isso. – Helô provoca e Berlinger rola os olhos. – Mas não foi isso que vim falar. Quero que você vá a um lugar comigo. – A morena oferece, andando pela sala de Anita até sentar-se na cadeira a frente da mesa da loira.
- Onde? – A delegada pergunta curiosa, sua atenção se desviando dos inquéritos.
- Estive atrás de Helena nos últimos dias e descobri um lugar suspeito. Não quis entrar por estar sozinha. – A delegada federal explica.
- Uh, estava com medo, doutora? -A loira provoca com um risinho.
- Não posso correr todo esse perigo, tenho mulher em casa para voltar e um ex atrás de mim. – Helô levanta as mãos como se não pudesse fazer nada a respeito de seus casos amorosos. – Enfim, pensei em levar uma equipe comigo, mas não quero chamar atenção, acho que o local pode ser vigiado. Se minhas expectativas estiverem certas, depois de voltar de lá, iremos ter uma operação imensa para organizar. Quero você comigo e acredito que se você ver com os próprios olhos irá ser benéfico para o nosso planejamento.
Berlinger concorda, entendendo os pontos que a delegada federal explica. Apesar de viverem como gato e rato em alguns momentos, a loira precisa reconhecer a perspicácia de Heloísa.
- Estou com você. – Anita diz firmemente. – Quando?
- Agora. – Heloísa sorri. – Ou você prefere ficar assinando inquérito?
- Nem fodendo. – Anita bufa, largando a caneta sobre a mesa.
- Armas leves e roupas discretas. Tenho armas pesadas no carro, mas para se locomover elas não vão ajudar. Te espero no estacionamento. – A morena avisa, levantando-se para sair da sala.
Helô está sorridente, até dar de cara com Lima do outro lado da porta. Ela o cumprimenta brevemente, mas não consegue esconder a antipatia depois de saber o que ele havia falado para Verônica.
- Bom dia, chefinha! Que bom que você voltou. – Lima cumprimenta Anita sorridente quando Heloísa sai e a mulher precisa segurar um rolar de olhos.
- Não estou tão feliz quanto você. – A loira diz, não devolvendo o bom dia. Ela se levanta de sua mesa, caminhando até o armário que deixava preparado com roupas de combate. – Mas que bom que você está aqui. – Berlinger tira uma das Glock .45 que possui e puxa o carregador da arma para verificar a quantidade de balas.
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Teto de Vidro
FanfictionApós se envolverem por uma noite, Anita e Verônica prometeram que tudo não passou de uma experiência. Todavia, é difícil resistir a adrenalina e diversão que somente pessoas tão opostas poderiam se provocar. Ao se verem envolvidas em um caso incomu...