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I don't know about you
But I'm feeling 22

22, Taylor Swift



Clara Pov

9 de outubro. Hoje é meu aniversário. Fiz 22 anos.

Levantei devagar, tomando cuidado para não acordar Rafael, que ainda dormia tranquilamente ao meu lado. O leve ronco dele me fez sorrir, tinha algo de tranquilizador em vê-lo assim.

Caminhei até a janela, empurrei as cortinas e deixei a luz do sol invadir o quarto. A cidade, com suas ruas agitadas e prédios altos, parecia vibrar com uma energia especial, como se até ela soubesse que hoje era o meu dia.

Encostei a testa no vidro frio e, por um instante, mergulhei nas memórias. As noites em claro com a cabeça enfiada nos livros, a saudade da minha mãe, e o peso constante de equilibrar minha carreira de modelo com os estudos. No entanto, mesmo com as dificuldades, estou aqui. Cheia de sonhos, de esperanças, de vontade de ver até onde posso chegar. O futuro continua incerto, mas pela primeira vez em muito tempo, me sinto preparada para enfrentá-lo, aconteça o que acontecer.

Com um sorriso no rosto, voltei para a cama e peguei o celular. Já tinha algumas mensagens acumuladas: amigos, colegas, pessoas queridas que tiraram um tempinho para me desejar parabéns. Cada palavra de carinho me fazia sentir mais conectada, como se um abraço invisível me envolvesse.

Foi então que vi o nome dele. César.

 César

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Merda. Ele sabia que hoje era meu aniversário. Rafael deve ter falado.

Claro, só podia ser isso. De onde mais César teria tirado essa informação? Revirei os olhos, me sentindo um pouco exposta.

Decidi, por enquanto, guardar a mensagem para mim. Com um suspiro profundo, me levantei e fui para a cozinha preparar um café da manhã que pudesse animar o dia. Afinal, era o meu aniversário, e eu merecia aproveitar cada momento.

Enquanto mexia a massa para as panquecas, senti um calor nas costas e um leve perfume que me fez sorrir. Rafael se aproximou, e em um instante, ele me beijou suavemente por trás.

— Bom dia pra aniversariante mais linda do mundo — disse Rafael, a voz ainda rouca de sono, enquanto envolvia meus braços com os dele, me puxando para mais perto.

— Bom dia, lindo! — respondi, virando-me para encará-lo, um sorriso largo iluminando meu rosto. — Dormiu bem?

— Com você do meu lado, como eu poderia não dormir bem? — Ele sorriu, inclinando-se para me dar outro beijo, agora na bochecha.

— Você é todo bobo — eu ria, enquanto terminava de virar a panqueca na frigideira.

Rafael sorriu, aquele sorriso que sempre me fazia sentir segura, como se tudo no mundo estivesse no lugar certo. Ele se aproximou mais, pegando uma fatia de morango do prato.

The Last Day | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora