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            My name is trouble my first name's a mess

My Name Is Trouble, Karen Ann




Clara tentou ligar para Rafael mais uma vez, olhando para o telefone com uma expressão frustrada.

— Merda, ele não atende! — Ela murmurou, passando a mão pelo rosto.

César, que observava tudo deitado com um olhar tranquilo, arqueou as sobrancelhas. — O que foi? Aconteceu alguma coisa?

— Rafael me ligou várias vezes, olha isso... — Clara mostrou a tela com as ligações perdidas e as mensagens. — Eu preciso ir embora antes que ele pire de vez.

César deu um sorriso de canto, meio debochado. — Nossa, ele é sempre assim grudento com você?

Clara revirou os olhos, impaciente. — Não é isso, César. Ele deve estar preocupado. Eu sumi a noite inteira!

César a observou, um tom de preocupação na voz. — Ei, antes de ir, não quer comer alguma coisa? Eu peço algo pra nós.

Clara balançou a cabeça, visivelmente abatida. — Não estou com fome.

César se aproximou devagar, segurando Clara pela cintura e beijando seu ombro com suavidade. Seu tom de voz baixou, carregado de uma ternura inesperada.

— Clara, eu só quero cuidar de você — murmurou, acariciando o braço dela com delicadeza. — Fica mais um pouco. Você não precisa correr assim, não agora...

Clara fechou os olhos por um momento, sentindo o calor dos lábios dele, mas logo se afastou levemente, cruzando os braços como se tentasse criar uma barreira.

— César... — suspirou, sua voz entrecortada pela dúvida.

César a olhou intensamente, levantando o queixo de Clara para que seus olhos se encontrassem.

— E o que você quer? — perguntou, com um sorriso quase desafiador. — Me diz, Chanel... O que realmente importa agora?

Clara engoliu em seco, lutando contra a confusão que sentia. Suas emoções estavam à flor da pele, e ela sabia que, por mais tentador que fosse ficar ali com César, as consequências a esperavam do outro lado daquela porta.

— Eu só não esperava que a gente passaria a noite juntos, sabe? Isso pode gerar desconfiança.

César a puxou gentilmente para mais perto, tentando acalmá-la. — Relaxa, tá tudo tranquilo. Eu falei para Renata que tinha uma reunião com executivos gringos à noite. E tenho o Fred, meu amigo, como álibi.

Clara franziu o cenho, tentando entender. — E você acha que isso vai funcionar?

César sorriu, com confiança. — Claro. O Fred é confiável e conhece toda a história. Além disso, Renata não vai ficar desconfiada. Já tive reuniões assim.

Clara, decidida, pegou sua bolsa e se preparou para sair.

— Acho que é melhor eu ir embora agora. Vou pegar um Uber. — Ela disse, sua voz mostrando um misto de determinação e preocupação.

César a acompanhou até a porta, tentando suavizar a situação. — Não precisa ir agora. Fica calma.

Clara balançou a cabeça, mantendo a decisão. — Não, eu realmente preciso ir. Melhor assim.

— Chanel, espera... — Ele murmurou, sua voz rouca de emoção. — Antes de você ir, me dá um beijo... Só mais um.

Lentamente, ela se aproximou, seus lábios encontrando os dele em um beijo lento, cheio de intensidade e desejo contido.

The Last Day | Wagner MouraOnde histórias criam vida. Descubra agora