05 - O bater de um coração.

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POV: Ayra.

Em Gerudo City em minha casa eu aguardava pela volta de Mido, que por sinal estava demorando mais do que eu esperava, o que estranhei por ele ser alguém que costuma dormir cedo. Ele não voltou antes de eu dormir, eventualmente peguei no sono e só vim a acordar no dia seguinte. Despertei em minha cama com o lugar dele vago, me sentei na cama e cocei um dos olhos, e estico meus braços, alongando minha coluna e expulsando a preguiça que domina meu corpo nas manhãs.

Depois de levantar peguei os cobertores macios de cima da cama sem muito cuidado, deixando-os no chão enquanto ajustava o lençol bagunçado e esticava para remover partes amassadas, assim eu dobro as cobertas e deixo-as em cima dos travesseiros, uma em cada um.

Eu não iria ficar em meu quarto por tanto tempo, por isso resolvi manter a janela fechada. Saindo de lá direto para onde Naori dormia, passando pelo corredor e o silêncio deixava claro o som que meus pés descalços faziam no chão de madeira.

Só o ato de me aproximar da porta do quarto dela, imediatamente me envolvia com o aroma adocicado das flores coloridas que cresciam ali.

Abri a porta com um pouco de dificuldade pois algumas vinhas escalaram nas paredes, porém eu não possuía coragem para cortá-las e me recusava a permitir que alguém o fizesse.

Ayra: — Bom dia. — Falei para a adormecida, eu sempre conversava com ela quando eu podia, menos não tendo certeza de que ela podia ouvir algo ou não. Em pé ao lado de sua cama, toquei em sua mão e notei que estava fria, do contrário que sempre se mostrava quente. Poderia dizer que foi o clima, mas o calor no deserto era sempre contínuo, exceto a noite, mas o sol das 9AM raiava profundamente.

Abaixei-me perto de seu peito, tentando ouvir seus batimentos cardíacos.

Nada...

Eu não ouvia nada dos seus, de espanto levei minha mão ao meu coração, sentindo o mesmo palpitar desesperadamente. Quando percebi que havia algo errado, imediatamente saí de casa do jeito que eu estava. Sem nada nos pés, meus cabelos um pouco bagunçados e a camisola rosa de tecido fino um pouco transparente que eu costumava para dormir.

As guardas Gerudos que tomavam conta da entrada ao lado de fora se mantinham ali com suas lanças em mão, sempre observando sua frente, mas olharam para mim ao me ver saindo abruptamente de casa.

Ayra: — Dêem um jeito de fazer Zephyrus vir aqui, agora! — Exclamei com o final de minha frase saindo um pouco rouco. — É um assunto sério! — Complementei ainda desesperada. Uma das guardas, Myrian, me olhou confusa.

Myrian: — Senhorita, se tiver algo que a gente possa ajudar-

Ayra: — Não. Agradeço sua disposição, Myrian, mas eu preciso dele agora. Por favor, não perca tempo. — Voltei para dentro de casa assim que terminei de falar.

POV: Link.

Acompanhado dos três amigos que estiveram comigo no bar na noite passada, caminhava em Gerudo Desert sob aquele sol escaldante e a areia fina e dourada que se estendia até onde os olhos podiam alcançar, enquanto ondas de calor distorciam a paisagem ao redor. Roy se protegia do sol utilizando um sombreiro e encarando o chão, mantendo os olhos fechados, provavelmente se guiando apenas pelos passos dos outros ou próximos ali.

Link: — É muito difícil enxergar com o seu...? — Decidi desistir de perguntar para evitar ser insensível.

Roy: — Meu outro olho está bem, o outro eu enxergo só se eu fizer um pequeno esforço, mas isso dói e me causa agonia. — Explicou ainda mantendo sua cabeça baixa e olhos fechados.

O Despertar - The Legend of Zelda FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora