Capítulo 5 - Sou virgem

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Frederick havia acabado de organizar e guardar as ferramentas da manutenção da lancha "Triplo E", batizada em homenagem aos filhos, quando percebeu haver alguém às suas costas. Aquela velha sensação de estar sendo observado lhe tomou o ser novamente. Brevemente recordou-se de Marcy, mas com exceção do segundo encontro, nunca mais sentira algo assim. Parado, disse:

— Sei que está aí, me observando. Não tenha medo...

Cautelosa, Connor caminhou lentamente para dentro do galpão e viu Fred virar-se. Acanhada, disse:

— Desculpe, senhor. É que ouvi um barulho vindo daqui e fiquei curiosa.

Frederick Jensen olhou-a de cima a baixo, apreciando as curvas daquela jovem. Então, indicou-lhe para se aproximar. Shelley percebeu o desejo nos olhos dele, mas não se sentiu ameaçada ou constrangida. Sentindo até o perfume dela, o nórdico se sentiu embriagado, mas de desejo. Então, medindo o terreno, perguntou:

— Perdeu-se dos seus amigos?

— A senhora Jensen chamou o casal para conversar e Edward foi ter com o irmão dele. Então fiquei sozinha...

— Não está mais. Vem, vou te mostrar o "Triple E".

Shelley percebeu logo de cara que Frederick não era um homem rude ou frio como ela achava serem os filhos dele. Pelo menos os dois mais velhos. Com a mão dela, a fez se aproximar do costado da lancha, fazendo-a tocar na madeira pintada de vermelho.

— Está sentindo? Veja como ela é suave...

Shelley sentiu um arrepio quando Frederick disse em um tom de voz baixa, quase sussurrando. A garota fechou os olhos e pensamentos insanos lhe invadiram a mente. Ainda com uma das mãos no ombro dela, Jensen iniciou carícias nas mechas douradas da jovem, enquanto a mão grossa e áspera pressionava a dela com força contra a madeira da lancha. Fred, já com o desejo a lhe tomar o controle, deslizou sua mão para a nuca dela, apertando.

Nesse momento, Shelley deixou sua boca abrir enquanto soltava o ar de tesão, preso em seu peito, agora com os bicos dos seios entumecidos. Fred então encostou seu corpo no dela e cheirou o cabelo da garota, que estremeceu. Com os lábios, o viking deslizou pela orelha dela e a fez virar-se para ele. Ela abriu os olhos, que encontram os dele e então Shelley apenas esperou pelo beijo inevitável, que veio com carinho.

Isso surpreendeu a garota, que esperava por um homem no mínimo tarado, a quase engasgá-la com sua língua. No entanto, Fred degustou cada pedaço da boca dela, mordendo suavemente os lábios de Connor. Então, com o desejo a crescer como a chama alimentada com álcool, o viking encostou a loira contra o barco e com a língua, mostrou a ela que tinha tanto vigor quanto um jovem.

Os beijos insanamente inflamaram os dois, com ele a pressionar a bunda dela com força para enterrar seus dedos nas nádegas da garota. Com a língua a explorar cada parte da boca de Shelley, Fred surpreendia aquela jovem, que nunca sentira nada igual. Era diferente, aquele homem parecia ter o domínio do êxtase. Fred tocou nos seios dela, ampliando o desejo em ambos.

Ele imaginou que ela estivesse já toda molhada e quando enfiou a mão na calça dela, ela o segurou, revelando seu maior segredo:

— Sou virgem...

Surpreso, ele a beijou novamente, mas parou. Todavia, Connor fez o que Jensen não esperava. Ela o abraçou e disse:

— Serei sua se me quiser. Mas, não agora...

— Quando? Antes de ir embora, te deixarei meu telefone.

— Vou te ligar.

— Vou esperar por você.

A loira de olhos azuis beijou o rosto do escandinavo e saiu. Jensen pensou: "preciso ter essa garota. Ela será minha!". A partir dali, Frederik Jensen passou a ter uma nova obsessão, uma jovem que bem poderia ser sua filha, mas que lhe parecia mais mulher que sua própria esposa.

Cerca de um minuto após Shelley sair do galpão, Frederick levou um enorme susto ao ouvir a voz de Elliot. Assustado, questionou:

— O que faz aqui?

— Pai, a mãe está chamando.

— Ok.

Enquanto o adolescente caminhava ao seu lado, Frederick se perguntava se o garoto havia visto o que se passara no interior da garagem dos barcos. Ao mesmo tempo, reflexões sobre Shelley lhe dominavam a cabeça. Na despedida, ele entregou a ela o número de seu telefone.

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Assim, os dias se passaram e as ligações também. Shelley não podia perder as aulas, mas Frederick era insistente. Ele também não tinha como ir até Hartford sem levantar suspeitas. Então, combinaram de se encontrar num estacionamento do Walmart perto de New Haven. Distante 40 minutos de carro, a universidade, apesar de estar no centro do Estado, não era longe da cidade portuária.

Shelley disse aos pais que iria até New Haven à procura de um estágio na área de moda. Eles aceitaram a iniciativa da jovem e não se opuseram, afinal, a cidade não era tão longe assim. Então, no começo da tarde de 26 de setembro de 1997, uma sexta-feira, Shelley embarcou num ônibus em direção ao litoral de Connecticut. Ela desceu no Walmart, antes de entrar na cidade.

Como Fred havia lhe indicado, ela foi atrás de um Cadillac DeVille Sedan 1997, de cor prata. Com o número da placa, a moça viu o carro parado e Fred ao volante. Com vidros bem escurecidos, os ocupantes do carro passariam despercebidos. Trajando um vestido azul e carregando uma blusa de frio de lã, caso esfriasse (embora fosse outono, aquele dia estava com temperatura amena), Shelley entrou no sedã da GM.

Fred, que já estava bem ansioso, tendo se esquivado de uma pessoa que ele conhecia, agora estava mais tranquilo com a chegada da garota. Ao entrar, Shelley sorriu, depositando a bolsa no assoalho, assim como sua garrafa de água no porta-copos, sob o olhar atento de Fred. Ela disse:

— Oi, Fred! Que bom que te encontrei aqui!

— Calma, minha linda, agora estamos bem.

Shelley, com aqueles olhos azuis brilhantes e ansiosos, mirou nos verdes de Frederick, que permaneceu imóvel. Diferente das mulheres da vida que já conhecera, aquela jovem loira era realmente especial... 

Os Irmãos JensenOnde histórias criam vida. Descubra agora