A noite chegou e todos, já devidamente trajados para a ocasião, reuniram-se na grande sala. Com taças de vinho e água, servidos por Amanda, os membros da família Jensen bebiam e comiam alegremente, com Frederick a admirar a jovem Shelley, mas sem poder sequer fitá-la por muito tempo, por motivos óbvios.
O senhor Jensen se incomodou um pouco com a longa conversa dela com Edward. Só então, ao observar o ar de satisfação de Marcy com os dois, foi que a ficha caiu para o chefe da casa dos Jensen. "Filha da puta! A trouxe apenas para jogá-la em cima de Will", pensou.
Fred não tinha o que fazer. Ele até foi ter com Shelley, mas foi rápido e discreto, não deixando a garota perceber sua insatisfação. Se enganou, é claro, por imaginar o óbvio, que ele não estava gostando de ficar afastado dela. O dono da casa começou a planejar uma ação para aquela noite, porém, havia um obstáculo e não era Marcy.
Shelley, apesar da distração com Edward e da preocupação com Frederick, ainda deixou que seu sentimento secreto por Edmond lhe aflorasse rapidamente, esquentando seu corpo ao ver o beijo apaixonado de Sophie em seu amado. "Um dia provarei também", conjecturou. Perto da meia-noite, Marcy foi até Frederick e cochichou algo em seu ouvido.
O sorriso de Fred parecia de um menino que aprontará algo. Então, rapidamente saiu da sala, o que despertou em Shelley curiosidade. "Para onde esse homem vai?", questionou-se. Minutos intermináveis se passaram até que, diante da lareira acesa, de todos esperando as 12 badaladas do relógio fixado sobre a lareira, eis que aparece Fred, porém, bem diferente de antes.
Vestido de Papai Noel, o senhor Jensen parecia um ator sazonal de shopping center, devidamente trajado de vermelho e branco, com longa barba branca e um saco enorme, cheio de presentes que Marcy havia comprado para a família. Amanda, de prontidão junto aos Jensen, sorriu timidamente. Elliot caiu na gargalhada ao ver o pai vestido daquele jeito.
Sophie não acreditou em ver o CEO da Jensen Shipyard vestido de Papai Noel. "Então é por isso que a árvore de Natal não tem presentes!", concluiu a garota. Já Shelley ficou estupefata ao ver o amado amante brincando diante da família e, ao imaginá-lo na cama com aquela roupa, começou a rir. Fred notou, mas não se sentiu constrangido. Todo Natal, ele fazia aquilo e em 1997 não foi diferente.
Os dois irmãos mais velhos riram naturalmente, mas sem surpresas. Edmond observou a reação da namorada e a animou.
— Olha só! Esse aí é meu pai...
Marcy olhou para Sophie e disse:
— Ei! Mocinha, vai lá dar um abraço no Papai Noel.
— Eu?
— Claro!
A seguir, um coro: "Vai! Vai! Vai!". Com todos batendo palmas e Fred, animado, com os braços abertos, mirando Sophie, ela não tinha para onde correr. Enrubescida, a jovem colocou a mão na boca e foi até o velhinho, que a abraçou e deu-lhe seu presente.
— Abra, querida! — disse Marcy.
Envergonhada, Sophie abriu o pacote e viu o belo vestido que Shelley ajudara a escolher na Barkley's. Feliz, abraçou novamente o "Noel" e então sentou-se ao lado do namorado.
— Shelley!
— Oi?
— Agora é você, minha querida!
Os olhos de Connor faltaram saltar das órbitas, tamanha a surpresa. "Vou ganhar presente?", questionou-se. Fred, ao ouvir a convocação da esposa, não ficou surpreso, pois sabia que Marcy havia comprado algo para Shelley. Sobre o outro vestido, a senhora Fallon avisou que presentearia a jovem, apesar de ele mesmo questionar o valor do vestido. Com seu membro dando pequenos sinais de vida, Jensen sentiu o abraço de sua amada, que lhe cochichou: "Você me paga...".
Imitando um sorriso de felicidade, ainda que estivesse mesmo constrangida pela situação, Connor abriu o pacote vermelho e então seu corpo eriçou-se completamente. Sua temperatura corporal subiu e seus olhos começaram a inundar-se com o mar do coração.
Ao retirar o presente, Shelley viu o mais caro vestido da Barkley's, que ela tanto desejava. Os olhos avermelhados miraram Marcy e Fred, atrás dela, marejou os seus. Pressionando os lábios, a garota foi até a senhora Fallon e lhe deu um abraço, não resistindo em derramar suas lágrimas.
O sentimento era misto, de agradecimento e culpa. Connor sentiu ali o peso de sua traição. Sentiu-se como Judas ao beijar Jesus. As lágrimas eram verdadeiras, pois aquela mulher, que parecia tão esnobe, lhe deu um presente mais caro que o de sua futura nora.
Marcy, evidentemente, fingiu estar bem, mas lhe escaparam duas lágrimas, enquanto sorria para os demais. Já Fred sentiu que seu saco passou a pesar mais com a consciência, sobrecarregando os presentes. O "ho-ho-ho" já não tinha mais o tom e, a partir dali, ficou menos entusiasmado. Ele queria abraçá-la e beijá-la. Sua vontade era de levar Shelley para longe, pois, no calor da emoção, aquela ficha completou a ligação.
Sim, Marcy estava comprando a confiança de Shelley para esta se tornar sua outra nora. Ele a colocara nessa situação e por isso se sentiu igualmente culpado. Precisava se redimir, mas isso ficaria para depois, já que, ao sugerir ter entregado todos os presentes, lembrou-se de mais um, que fingira ter encontrado no saco. Pequena, a caixinha envolvida em papel vermelho foi exibida pelo Papai Noel, que então, diferente dos demais, anunciou a felizarda.
— Amanda! Ho-ho-ho!
Marcy não disfarçou sua insatisfação com a cena e Flores, surpresa, se enrubesceu, cristalizando seus olhos verdes. Ela olhou para a senhora Jensen que, agora forçando um sorriso, disse:
— Pegue, querida.
Após, timidamente, pegar o presente, o Papai Noel lhe pediu um abraço e ela o atendeu. Ao ouvido, ele disse:
— Seja feliz, minha filha. Amamos você.
Os olhos de Flores encheram-se d'água e após limpá-los, abriu o presente. Era um anel de 18 brilhantes, que a deixou boquiaberta. Todos se entreolharam e Shelley se questionou: "Será?" Elliot ficou imensamente feliz, já que sua amada era reconhecida finalmente como pessoa pela família. Marcy, então, desfez a cena.
— Bom, vamos brindar!
— E comer! — bradou Edward.
— Você só pensa em comer meu irmão... — retrucou jocosamente Edmond.
— E beber! — bradou novamente o jovem viking.
Todos riram e Fred animou-se, retirando o gorro e a barba. Enquanto isso, admirada, Shelley observava Amanda exibir, no dedo, aquele impressionante anel. Flores notou e, empolgada, perguntou à moça:
— Senhorita Connor, ele não é lindo?
— Sim, muito lindo.
"Nunca recebi uma joia assim de Fred", pensou Shelley. Elliot se aproximou e pegou na mão da empregada, querendo ver.
— Olha, querido, como ele é lindo!
— Nossa! É mesmo! Posso contar as pedrinhas?
— Pode!
— Deixa eu ver... Caramba! Tem 18 pedrinhas.
Ao ouvir, Shelley perguntou:
— Você tem 18 anos?
— Sim! Fiz recentemente.
— Meus parabéns!
Shelley foi até Amanda e a abraçou. Depois, esta abraçou Elliot e sussurrou-lhe: "Mais tarde...". O garoto ficou animado e isso intrigou Shelley por um instante, mas Marcy a chamou e tirou-lhe a atenção dos dois. Então, após muita comida, bebida e citações de trechos literários enfadonhos para alguns, especialmente para Connor, todos foram se retirar.
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Os Irmãos Jensen
RomanceUma garota envolvente e determinada se envolve com os homens da família Jensen. Quão longe se pode chegar na obsessão por um deles? Shelley Connor não terá limites ou pudor para que isso aconteça, causando paixões, ódio, desejo, luxúria e dor em cad...