Capítulo 18 - Decepção e raiva

11 3 0
                                    

Connor mordia os lábios dele, passando a língua em sua barba rala, indo até os ouvidos do homem, que sentia arrepios insanos. Shelley parecia possuída diante de Fred, que conjecturava como ela não havia perdido a libido após ter feito sexo tão intenso. Ela dançava sua língua pelo rosto dele e após encará-lo, disse:

— Você gosta disso?

— Amo... Onde aprendeu?

— Não aprendi, tive vontade de fazer.

— Você é cheia de surpresas...

— Você não viu nada amor... Mas, aqui quem é o mestre na arte de amar não sou eu...

Shelley riu e Fred a acompanhou, porém, ele lhe advertiu:

— Você não perde por esperar, konne...

Ela gargalhou e o chamou de papai. Fred a tomou pelos braços e fingindo estar bravo, disse:

— Amanhã vou te dar uma surra, sua menina levada...

— Ai! Papai... Não faz isso... — disse jocosamente.

A voz dela, imitando uma criança, parecia droga em sua rede sanguínea. Imaginou ali uma fantasia com Shelley, num uniforme escolar da quinta série. Homem mais velho, com menina nova. A mente de Jensen viajou por um momento, mas infelizmente seu tempo acabou. A duras penas, teve que encerrar seu banho de prazer e vestir-se para ir embora. Ela, em casa, apenas o ajudou a ficar pronto mais rápido e lhe deu uma despedida de minutos na porta...

Para lá de meia-noite, Fred agora tinha um longo caminho até a Ilha Jensen, trocar de carro no caminho e ainda fazer a travessia. Pior mesmo era ter que encarar Marcy no dia seguinte. Ao volante do Stratus preto, sentiu-se aliviado por não ter que dividir a cama com a "velha", desejando mesmo fazer isso com Shelley. "Essa garota é incrível! Queria tê-la encontrado antes, em outra vida... Em outra época. Hoje, sem dúvidas, seria minha mulher", refletiu.

Diante da janela, após acompanhar o Chrysler ganhar a rua George, molhada pela garoa recente, Shelley se sentiu triste. Queria que seu homem ficasse naquela noite. Desejava sentir o corpo dele a compartilhar consigo o calor da paixão. Todavia, ao lembrar-se dos papéis que assinou antes da comida chegar, sabia que não poderia decepcioná-lo.

A gratidão por tudo aquilo era enorme, mas, e quanto à Marcy? Essa era uma questão que pululava sua mente. Se aquela mulher descobrisse, ela estaria certamente morta, conjecturou. Pior foi a reflexão sobre Edmond. "Seu canalha! Eu te daria tudo isso se não me rejeitasse!", pensou. Após deitar-se na enorme cama, disse a si mesma:

— Fred, te amarei até onde for preciso, mas saiba que é Edmond o meu alvo. Um dia seu filho irá rastejar atrás de mim e pisarei no pescoço dele.

Ela sorriu e amenizou suas feições.

— Bom, por ora, meu amor Jensen, durma bem...

#

Os dias se passaram e as visitas de Frederick Jensen ao apartamento de Shelley eram frequentes. O CEO do estaleiro entrava e saía do 305 da Rua George quase diariamente. Alguns dias ficava horas amando a jovem loira, em momentos tórridos de sexo, sempre buscando ensinar algo a ela. Várias posições e sensações foram lições de casa para a garota.

Shelley experimentava de tudo com Fred, que não poupava elogios a amante. Sempre às 20 horas, ele chegava muitas vezes antes dela, deixando a banheira quente para quando a moça finalmente chegasse do trabalho. Para Frederick, era como estar cuidando se sua própria esposa, ainda que nunca houvesse feito isso com Marcy. O viking preparava, quando dava tempo, dois pratos e sempre com bom vinho português.

Connor, se sentia amada, cuidada, protegida. Presentes como belos vestidos e lingeries ousados a animavam, assim como fantasias que ele secretamente mandou comprar e entregar no endereço.

Tinha colegial, enfermeira e até um traje típico da região dele na Dinamarca. Shelley era provocativa, não só trajava as fantasias, mas interpretava os personagens, ainda que no caso da nórdica, ela tivesse que ter lições com ele de sua língua nativa. Sempre excitado, Fred ao final de cada apresentação, tirava-lhe tudo e introduzia seu "Mjounir" dentro daquela jovem atriz. Connor, por vezes quase o asfixiava ao sentar com sua intimidade na cara dele.

Fred simplesmente não conseguia ter fôlego para ações como essa, mas era tão excitante que uma quase morte lhe parecia tentadora com Shelley sobre si. Logo, ele abandonou o preservativo durante o anal e isso deixava Connor ainda mais excitada, já que tinha a garantia dele de que não transava com Marcy há muito tempo. Confiando em seu anticoncepcional, a vida da garota era um mar de sonho e sexo...

Shelley revelou aos amigos seu endereço e avisava Fred quando eles estariam lá em fins de semana. As poucas roupas que ele usava no apartamento, ela escondia sob o espaço da cama box. Garrafas de vinho, roupas mais caras, enfim, tudo o que pudesse fazer relação com Fred ou um homem, eram definitivamente retirados da mira deles. Edmond não achou tão interessante o espaço dela, mas Sophie elogiou, assim como Edward.

Connor percebeu como Edmond não se sentia à vontade e isso a deixava ainda mais irritada com ele. Poucos elogios, uma ou outra crítica, pareciam para ela, ter fundamento no que acontecera na cave da mansão Jensen. Mesmo assim, após a primeira visita do trio, ela correu até o banheiro, meteu-se na banheira e com um frasco pequeno de xampu, masturbou-se até chorar, pensando em Edmond sobre ela em sua cama.

O choro foi um misto de decepção e raiva, pois sabia que quem o receberia dentro de seu corpo não seria ela e sim Sophie. Para piorar, Edmond havia mudado o look após iniciar o namoro, com a jovem morena, que também revitalizou seu guarda-roupa. Mudara os óculos para um design mais atraente e deixara o cabelo crescer. Ela confessou à "amiga":

— Ed amou meu cabelo. Penso que fiz bem em deixá-lo crescer. O que você achou?

Tendo de engolir seu orgulho e seus sentimentos, que desceram pela goela com resistência, sorriu falsamente e respondeu:

— Ficou lindo Sophie! Certamente ele amou sua mudança. Aliás, parabéns! Seu look melhorou muito!

Diante do comentário favorável de Shelley, Sophie lhe fez uma proposta que mudou a coisa toda.

— Obrigada! Ah! Como você agora é a VM da Barkley's, poderia me dar umas dicas da moda. Lá no curso, como sabe, ainda estamos nos fundamentos de tudo...

Foi então que Shelley vislumbrou uma situação e ardilosamente atendeu ao pedido da colega.

— Claro! Ah! Tem umas saias de tema xadrez que chegarão para o próximo verão, vou reservar algumas para você. Com certeza Edmond vai adorar.

— É mesmo? Mas, não são muito curtas, né? Ele não gosta de minissaias...

Connor sentiu uma ponta de decepção em Sophie...

Os Irmãos JensenOnde histórias criam vida. Descubra agora