Amor Profano - Magi

Capítulo 1 - Início

Capítulo 1 - Início

Giovanna Torres

Acordei sentindo a respiração da mulher ruiva que dormia ao meu lado, quente e próxima demais. Abri os olhos devagar e me deparei com Kiara me observando em silêncio, um sorriso leve nos lábios.

- Desculpa, não queria te acordar - murmurou ela, suavemente.

- Relaxa, dormiu bem? - perguntei, coçando os olhos. - Melhor impossível. Nossa noite foi... - ela sorriu mais largo - maravilhosa.

Kiara era apenas um caso casual, algo conveniente que se arrastava por cinco meses. Era só sexo mais. Eu a chamava de "transa garantida", uma distração para quando eu queria desopilar. Nenhum compromisso, nenhum sentimento. E continuava saindo com outras, sem culpa.

- Assim como todas as outras noites. - Aproximei-me para beijá-la, mas o toque insistente do meu celular cortou o momento. Virei de lado, pegando o aparelho na mesinha de cabeceira. - Preciso atender.

Enrolada no lençol, saí do quarto.

Ligação on

- Oi, Brandon. Algum problema?

- Bom dia, Giovanna. Preciso da sua ajuda.

- Ajuda com o quê?

- Venha à minha casa. É urgente.

- Chego aí em trinta minutos.

Ligação off

Suspirei, pensando em como despachar Kiara.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou ela, a preocupação surgindo nos olhos.

- Surgiu um imprevisto. Preciso resolver agora - falei enquanto vasculhava o guarda-roupa por uma roupa. - Mas pode ficar. A casa é sua, tem tudo que você precisa na cozinha.

- Não quer ajuda? Parece grave.

Não sei exatamente o que é, mas já volto. - Coloquei os tênis e fui direto ao banheiro.

Ao voltar, Kiara já estava se vestindo.

- Pena que não podemos continuar o que começamos... - disse ela, mordendo o lábio, com aquele olhar insinuante.

- Prometo que recompenso depois. - Aproximei-me e a puxei para um beijo. Tesão, sim. Sentimentos, não.

Saí do apartamento, entrei no carro e dirigi para a casa do Brandão. Nervosismo crescente, como se algo grande estivesse por vir. O caminho pareceu mais longo do que realmente era. Ao estacionar na frente da casa dele, respirei fundo antes de sair. Brandon me recebeu à porta, sua postura sempre impecável.

- Bom dia, senhorita - disse ele, dando passagem para que eu entrasse. - Sente-se.

Obedeci, me acomodando no sofá, e ele se sentou em frente. Sua esposa apareceu pelo corredor, sempre atenciosa.

- Aceita um café, querida? - perguntou ela.

- Não, obrigada.

- Joana, traga uma xícara. Ela não comeu nada hoje - Brandon insistiu, com aquele tom paternal.

Suspirei. Não adiantava argumentar.

Quando Joana voltou com a xícara e um pratinho de pão de queijo, dei um sorriso de agradecimento. Mas meu foco estava em Brandon.

- Me conte, que missão é essa? - perguntei, tomando um gole do café.

Ele tirou uma foto do bolso e me entregou. Era uma mulher morena, com uma postura de quem estava acostumada a ser rica e poderosa.