Amor Profano - Magi

Capítulo 15 - Peão

Capítulo 15 - Peão

Christopher Collins

Eu estava sentado em meu escritório, eu não podia fazer muita coisa depois de ter levado aquele tiro da minha esposa. Eu girava o copo de uísque em minha mão, o líquido âmbar balançando preguiçosamente, enquanto a ansiedade corria por minhas veias.

O celular vibrando sobre a mesa interrompeu meus pensamentos. Peguei ele sem muita pressa, já sabendo o que estava por vir. A mensagem que eu estava esperando finalmente havia chegado. Aquele homem, o que eu contratei para cuidar de tudo, não era do tipo de falhar.

Ao desbloquear a tela, meus olhos foram imediatamente atraídos para a imagem que o homem havia mandado. Lá estavam elas: Manoela e Giovanna. A foto não era nítida, tirada às pressas, mas era clara o suficiente. As duas estavam sentadas numa mesa de restaurante, aparentemente despreocupadas, ainda sem saber o que estava prestes a acontecer.

Fiquei parado, observando a imagem por mais tempo do que o necessário. Não me mexi, nem pisquei. Lentamente, um sorriso frio se formou em meus lábios.

Deslizei o dedo pela tela, abrindo a mensagem que acompanhava a foto. Apenas duas palavras estavam ali, mas o impacto delas era como uma faísca acendendo um incêndio dentro de mim.

"Encontrei elas."

Respirei fundo, saboreando aquele momento. Era isso, finalmente. Tudo estava se movendo de acordo com meus planos. Elas tinham fugido, tentado escapar, mas eu sabia que, eventualmente, tudo voltaria para mim. Sempre volta.

Levantei-me lentamente, indo até a janela. Do lado de fora, a cidade estava viva, o tráfego, as luzes, as pessoas apressadas. Nenhuma delas sabia o que estava acontecendo ali, naquela sala. Ninguém sabia que, em breve, minha esposa e a amiguinha dela que achavam estar livres estariam de volta em minhas mãos.

Deslizei o celular de volta para o bolso, sentindo a satisfação crescer. O primeiro passo estava feito. Não demoraria muito até que eu estivesse frente a frente com Manoela e Giovanna de novo. Dessa vez, não haveria mais fuga.

Tomei um gole do uísque, o gosto amargo descendo lentamente por minha garganta. Me virei, caminhando até a poltrona que ficava no canto da sala. Sentei-me e fechei meus olhos por um instante, a tensão nos ombros desaparecendo.

Eu era paciente. Sabia que agora era apenas uma questão de tempo. E quando o momento chegasse, quando as duas estivessem sob meu controle, eu faria com que elas entendessem de uma vez por todas que não se podia escapar de alguém como eu.

O celular vibrou de novo, me tirando desses pensamentos. Outra mensagem.

"Levo para onde combinamos??

Eu sorri para a tela, meus dedos rapidamente digitando a resposta.

"Sim. Vou encontrá-las em breve."

E com isso, eu sabia: o fim do jogo estava próximo.

Giovanna Torres

Saimos do restaurante em passos largos enquanto o ar ao nosso redor parecia cada vez mais pesado. O silêncio entre nós falava mais alto que qualquer palavra. Maya apertou minha mão com força, e seus olhos faiscaram determinação. Sabíamos que não poderíamos voltar para casa.

- Temos que dispistá-lo - ela disse, mais para si mesma do que para mim. Seus olhos estavam varrendo as ruas em busca de uma saída, uma nota de fuga.

Aceleremos o passo, mas logo percebemos que o homem havia saído do restaurante também, mantendo uma distância que sugeria que ele não queria ser notado. Tentava ser discreto, mas sua presença era impossível de ignorar.