Capítulo 6 - Trovão

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Capítulo 6 - Trovão

Maya Manoela

15h27

- Giovanna. - Grito.
- Que que foi, inferno?
- Será que tem alguma cafeteria aqui perto?
- Tem sim, porque?
- A gente podia ir lá, né? Dar uma volta, é um saco ficar presa aqui dentro.
- Não sei se isso é uma boa ideia.
- Porque seria uma má ideia? Olha, sinceramente eu prefiro ficar presa com você do que fugir.
- E se alguém te reconhecer?
- Ninguém aqui me conhece, a gente tá no fim do mundo.
- Você que pensa, devem ter espalhando pra todo lado aí que a esposa do milionário desapareceu.
- O Christopher não serve nem pra isso né, imagina se eu estivesse morrendo e ele até não agora não teria me encontrado, sorte a dele é que eu tô gostando.
- Maluca.
- Vamo, Giovanna. Porfavor, será que sempre que eu querer alguma coisa eu vou ter que implorar por ela pra você?
- Tá legal, vamos até uma cafeteria.
- Ótimo, fico pronta em 10 minutos.

Subi pro meu quarto e me arrumei bem rápido, desci as escadas e a Giovanna estava me esperando no sofá da sala.

- Vamos?
- Vamos. - Ela se levanta do sofá balançando a chave do carro entre os dedos.

Fomos em silêncio até o carro, não entendi porque ela havia ficado quieta do nada, parecia pensativa com algo.

- Tá tudo bem, Giovanna?
- Tá sim. - Ela fala ligando o carro.
- Não parece, se quiser me falar alguma coisa. - Coloco a mão na perna.
- Minha mãe... - Ela fala e duas lágrimas escorrem.
- O que aconteceu com ela? - Olho pra ela, mas ela não me olha.
- Ela faleceu há alguns anos e aí eu abri minha galeria e vi uma foto nossa, fiquei com saudade, só isso. - Ela fala passando a mão no rosto limpando algumas lágrimas.
- Ah Giovanna, eu sinto muito.
- Relaxa, tá tudo bem. É que as vezes eu sinto falta.
- Não precisa demonstrar ser forte o tempo todo, Giovanna, todos nós tempos fraquezas.
- Esquece isso, tá legal? Vamos pra cafeteria, eu já tô bem.

Eu acaricio a perna dela enquanto ela sai com o carro. Ela ficou em silêncio o tempo, até finalmente chegarmos na cafeteria.

- O tempo tá ficando feio. - Falo assim que saio do carro.
- Parece que vai chover. - Ela fala batendo a porta do carro.
- É.

Entramos na cafeteria e fizemos nossos pedidos. O tempo estava ficando cada vez mais escuro, parecia até que ia cair o mundo, eram 16h da tarde e estava parecendo 20h da noite.

- A gente precisa ir embora antes que comece a chover. - Ela falando olhando para a janela.
- A gente pega as coisas pra comer em casa, o que acha?
- Pode ser, é melhor.
- O que a gente vai fazer hoje?
- Você tá querendo ser minha amiguinha agora?
- Não, eu quero comer sua buceta.
- Maya! - Ela fala surpresa.
- Tô brincando. - Dou risada. - Ou não. - Dou de ombros.
- Sossega pelo amor de Deus, alguém pode escutar.
- E qual o problema? Já não basta você ter escondido a obra de arte que eu fiz no seu pescoço?
- Você arregaçou meu pescoço, não precisava daquilo tudo.
- Se continuar reclamando assim, da próxima eu faço pior.
- Você fala com tanta convicção que vai ter próxima.
- Eu sei que vai, nem eu e nem vocês vamos aguentar, você sabe disso.
- Aqui está o pedido de vocês. - A garçonete fala olhando pra Giovanna com um sorriso, ela falou "vocês" mas esqueceu completamente que tinha mais alguém ali naquela mesa.
- Obrigada, querida. - Falei com uma voz franca, a mulher me olhou e assentiu saindo.
- O que foi isso? Ficou com ciúmes?
- Ah e você acha que eu tenho medo de perder pra uma garçonete? Pelo amor de Deus, Giovanna, olha pra mim.
- Eu tô olhando e vendo que você tá toda estressadinha porque ela nem olhou na sua cara. - Ela fala rindo.
- Vai se fuder.
- Não precisa ficar com ciúmes não, infelizmente você é a única mulher que eu posso ter contato até Deus sabe quando.
- Óbvio que não, você pode sair se quiser, transar com quem você quiser, eu não ligo.
- Eu sei que você não liga, até porque você é casada e eu sou solteira, não é mesmo?
- Sim. Será que agora podemos ir embora?
- Podemos sim, estressadinha.
- Cala a sua boca.

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