Capítulo 33 - Feijãozinho

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Capítulo 33 - Feijãozinho

Semanas depois...

[...]

Maya Manoela

É, duas semanas se passaram e eu tomei uma decisão. Depois de muito refletir e conversar com Giovanna, percebi que, de certa forma, já havia um vínculo com essa vida que cresce em mim. Mesmo com toda a dor que esse bebê pode me recordar, sinto que, de alguma forma, ele é inocente e merece uma chance.

Eu estava assustada no começo, mas agora... bom, agora consigo imaginar um futuro. A ideia de ser mãe passou a ter um sentido novo para mim, algo que antes eu nem pensava. Claro que ainda tenho medo, ainda me questiono sobre o que vem pela frente, mas sinto que isso faz parte do processo.

Giovanna foi incrível durante todo esse tempo. Ela me deu o espaço necessário para tomar minha decisão, sem pressão, sem julgamentos, e isso me fez ter ainda mais certeza de que posso contar com ela para o que vier.

Ah, e hoje vou fazer outro ultrassom para ver o bebê! Da primeira vez, eu estava sozinha e cheia de incertezas, mas dessa vez vai ser diferente. Giovanna vai estar lá comigo, e saber que ela estará ao meu lado me deixa muito mais tranquila.

Eu estou ansiosa para ver como o bebê está se desenvolvendo e, quem sabe, ouvir seu coraçãozinho de novo. Acho que ter a Giovanna comigo hoje vai tornar tudo mais especial. Ela sempre consegue me trazer paz, sabe?

Quando saímos de casa e fomos em direção ao carro, não consegui deixar de sorrir, pensando em como as coisas estavam mudando rápido. A poucos passos, estava lá, o carro que Giovanna comprou na semana passada. Era um gesto tão simples, mas tão significativo ao mesmo tempo.

"Agora a gente tem um carro," pensei, meio boba, enquanto ela abria a porta pra mim com aquele cuidado de sempre. Esse detalhe, essa nova conquista… tudo parecia se encaixar perfeitamente, como se estivéssemos construindo nossa vida juntas, uma peça de cada vez.

Entramos no carro de mãos dadas, e Giovanna logo me lançou um sorriso terno. Eu me sinto mais segura com ela ao meu lado, como se cada receio fosse menor quando ela está por perto.

Enquanto dirigíamos, ela não soltava minha mão.

- Preparada pra ver nosso pequeno feijãozinho? - ela perguntou, e eu não consegui conter uma risada.

- Feijãozinho? - Olhei para ela, achando graça no apelido. - Já tá inventando apelidos?

- Claro que sim! - ela respondeu de imediato, e o carinho nos olhos dela fez meu coração derreter. - Vou chamá-lo assim até ele decidir protestar!

Era estranho sentir tanto carinho por alguém que eu ainda nem conhecia, mas essa conexão já existia em mim, crescendo de uma forma que eu não sei explicar. E, do jeito que Giovanna fala, é como se esse bebê fosse nosso de verdade.

Quando chegamos ao hospital, ela foi a primeira a sair e se apressou em abrir a porta para mim. Entrelacei meu braço ao dela enquanto caminhávamos até o consultório. No elevador, Giovanna se virou para mim e, num sussurro, confessou.

- Estou nervosa… mas é um bom nervoso. Não acredito que vamos ver ele… ou ela.

Senti um calor no peito ao ouvir aquilo.

- Eu também estou ansiosa, Gi - respondi. - Quero você aqui em cada momento… é como se fosse a nossa pequena aventura.

Ela apertou minha mão, e naquele momento, tive certeza de que tudo ia dar certo.

O médico que nos acompanharia durante a gravidez era o Dr. Rafael Nogueira, o mesmo que fez o primeiro ultrassom. Ele era atencioso e calmo, sempre explicava cada detalhe com paciência, o que nos fazia sentir à vontade.

Amor Profano - MagiOnde histórias criam vida. Descubra agora