CAPÍTULO 13 - INVESTIGANDO

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Anny

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Anny

INVESTIGANDO...

O dia não amanheceu melhor que ontem. O quarto vazio e frio me faz ter preguiça de levantar, as sombras que ali se escondem só fazem lembrar da solidão que herdei. Após dispensar Lourdes para um dia de folga, na verdade me deixar sem sua vigilância, sento para tomar meu café da manhã na companhia de Sebastian. O silêncio é constrangedor, e parece roubar o ar que circula por ali. As lágrimas ensaiam a brotar novamente, mas as engulo com um bom gole de café. 

— Onde está seu dono, hein? — miro os olhos verdes que me fitam. Sei o que ele quer, comida e o folgado do Léo deve ter esquecido de encher  o seu pote. — Então… — lhe dou um bom pedaço do presunto, os olhos tristes dele denunciam a falta do meu marido pela casa. —Ele não voltará. Nos abandonou, ou melhor, nos privaram de sua companhia pelo resto de nossas vidas…

Afago os pelos negros, com o dorso dos dedos  no seu pescoço e ele ronrona me passando, quem sabe, um conforto. 

— O Léo… — comecei pensando se ele tinha condições de passar por mais essa informação. — Ele vai embora também, sabe, ele precisa crescer e tomar juízo, guiar as próprias rédeas da vida. — o gato se espreguiça e num miado de lamento concorda comigo. — Você vai com ele?

A cara de deboche de Sebastian me arranca um sorriso. “Quem? Eu? Olha a sua volta, mulher? Olha essa casa, esse sofá para eu arranhar, a comida e água sempre fresquinha na minha tigela, vocês me servindo do bom e do melhor e você quer que eu acompanhe aquele idiota?” Eu até podia ouvir a sua voz dentro da minha cabeça. 

— Ok, você pode ficar, mas sem destruir nadinha, entendeu? — ele passa para o meu colo, sem promessas, não resisto a tanta doçura e deixo que as lágrimas fluam livres no meu rosto.

Sei que Léo ficará bem sem nós. Tem o Samuel que vive pondo juízo na cabeça dele, embora me preocupe o sumiço desse garoto. Ele odiava o Chris, mas pensei que não nos abandonaria nesse momento de dor. Beijo a cabeça do Sebastian com carinho, levanto deixando ele pular ao chão e sumir entre os móveis da sala, decidindo que mais uma vez,  afogarei minhas mágoas na bebida, embora seja muito cedo para começar a beber e divagar minha longa lista de suspeitos, infelizmente, coloco Samuel entre eles, o café preto me trouxe uma clareza que eu não queria…

Após preparar uma dose no bar da sala, começo a temer que antes que encontrem um culpado, já tenha me tornado uma alcoólatra. O álcool é a única coisa que está amortecendo a  dor. Sento no sofá com a garrafa de uísque ao meu lado e começo a enumerar possibilidades de como resolver essa situação em que o destino me pôs.

A palavra imprensa está sendo gritada com  força no meu cérebro como primeiro item. Tenho vários telefones de repórteres investigativos na agenda e a certeza que nenhum se recusaria em auxiliar a troco dessa bomba exclusiva. Porém, assim como podem me ajudar, podem me afundar no processo. Meu medo de usar essa arma é pelas crianças. O que os bandidos fariam com elas caso tomasse essa atitude? Enxugo mais meia dúzia de lágrimas que teimam em escorrer pelo rosto e pergunto aos céus, o que foi que fiz de tão errado na vida para ser castigada dessa maneira?

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