CAPÍTULO- 12 O RETORNO.

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LEONARDO

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LEONARDO

O RETORNO

Entrei correndo no fórum, passei pela recepção e trouxe ao meu encalço a recepcionista Bianca. Ela falava coisas como: "já não estamos atendo mais ninguém, o doutor não pode receber você, blá blá blá"...

- Doutor Henrique! - Nem sequer esperei que me desse a deixa de entrar em sua sala, bato na porta com os nós dos dedos e invado o seu escritório - Lorenzo? - fiquei surpreso ao ver ele encostado no umbral da janela observando o movimento da rua.

- Olha só, foi atropelado, doutor? - Ele riu do meu semblante.

Realmente, o dia havia sido caótico e nem o gelo que consegui na delegacia havia melhorado a aparência do meu nariz inchado e roxo. Por sorte, o legista confirmou que não estava quebrado, a minha cara de pau era resistente o suficiente contra mulheres em fúria.

- O expediente acabou, Léo. - Henrique deu um suspiro acostumado com essas minhas invasões. - Processe o motorista amanhã. Vá à delegacia, faça um boletim de ocorrência, um corpo de delito e...

- Não fui atropelado. - interrompi vendo que me encaravam com curiosidade. - É a Anny, esposa do doutor Christopher, quer dizer, viúva dele. - consegui toda a atenção de Lorenzo.

- Anny? O que aconteceu com ela? - ele vem em minha direção me intimar.

- Bom, ela...

- Fala, porra! - berra quase na minha cara enquanto fecha os punhos com ferocidade.

- Ela surtou. Fez um escândalo! E isso... - mostrei meu rosto - É obra dela. - Lorenzo não conteve a gargalhada.

- Sério? Por quê?

- Pelo testamento, as divisões de bens, a parte da Soraya, aliás, ela destruiu o túmulo do Chris e depois tentou se vingar em Ana e como cheguei a tempo, despejou sua fúria em mim. - Fui até a mesa, deixei o corpo sentar na cadeira confortável revestida de veludo e coloquei a papelada da delegacia sobre ela. - A delegada Diana apareceu no cemitério e prendeu ela em flagrante.

Henrique esticou o corpo e pegou a pasta, enquanto passava os olhos por cima um riso sarcástico se formava na boca dele.

- Eu sempre disse ao Christopher que ela era uma leoa...

- Eu sabia que meteria os pés pelas mãos, Leonardo. - Lorenzo foi até a estante e serviu duas doses de uísque nos copos, uma para o promotor, outra para ele. - Ela está ferida?

- Por enquanto, só o orgulho. Mas a Diana contará sobre a investigação e eu não sei o que fazer. O problema é que depois que sair do hospital, provavelmente vai para uma delegacia...

- Ela vai para casa, né? Henrique? - Lorenzo arqueou uma sobrancelha encarando o promotor.

- Lorenzo...

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