CAPÍTULO 37 - REVELAÇÕES

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Revelações 

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Revelações 

Anny

O interior do contêiner era frio. Havia um sistema de ar condicionado ligado. A energia vinha de um gerador externo e lá dentro era uma réplica de um assustador laboratório hospitalar. Tosco, rudimentar, porém eficaz ao seu objetivo. Havia um freezer desses de congelamento muito avançado, lacrado e era provavelmente muito suspeito. Acredito que não seria sêmen de vacas que estariam guardados ali dentro. E ao vê-lo, lembrei de Noah me acusando de colocar meus filhos numa coisa daquelas. Fria, sombria e aterrorizadora. Meu coração se partiu diante de tanta crueldade que cometi. Esse, seria mais um daqueles pecados ao qual jamais me perdoarei.

Léo ligou o único computador presente, inseriu um pen drive e começou a copiar tudo o que contivesse na memória do mesmo. 

— Você tem a senha? — perguntei assustada quando vi todo o conteúdo sendo copiado sem a menor dificuldade.

— Presente do Samuel… — deu uma risadinha. — Programa espião. Hackeia tudo na memória de qualquer computador em segundos, sem senha. Vantagens de ter um amigo nerd. — piscou com sarcasmo.

— Me lembre de nunca mais deixar nenhum eletrônico perto de vocês!

— Aqui, achei luvas! — Noah distribui luvas cirúrgicas que encontrou em uma gaveta. — Não acho adequado deixarmos nossas impressões digitais por aqui.

— Acha que as autoridades ainda nos incriminariam por descobrir esse circo de horrores? — Embora cética, vesti as minhas.

— Noah tem razão, é melhor prevenir. — Léo tirou as de couro e vestiu as suas também. — Até para evitarmos contaminação de material.

Passamos para o segundo contêiner interligado e ele parecia uma sala de cirurgia grotesca. Foi usada a alguns dias e o cheiro de éter, e outros materiais irritavam o nosso olfato. Tem sangue seco no chão. Tem materiais cirúrgicos de grande precisão nas gavetas. Malas de transporte de material genético em armários. Desfibrilador e todo aparato de uso emergencial. E quando abro uma geladeira, tem bolsas de sangue dentro dela.

Levo a mão contendo o espanto. O que bolsas de sangue fazem num lugar tão remoto como aquele? Léo fecha a geladeira e me tira dali. Sabe que qualquer imagem agora é ampliada cruelmente por nossas mentes. E pensamentos macabros podem ser prejudiciais ao nosso desempenho no real objetivo da missão e até a possível falha dela. Pega o pen drive já carregado com as informações e voltamos para a rua.

— Mas, que diabos é esse lugar? — Apoio as mãos nos joelhos respirando irregularmente, pensando em como, porque e para quê serve todos aqueles instrumentos, sangue, e tudo mais ali.

--- Calma Anny! Proponho sairmos daqui! Já temos bons argumentos para uma investigação. — Léo avalia o que conseguimos. 

— Acha que só isso vai bastar, Léo? — estou nauseada.

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