CAPÍTULO 16 - SALVADOR?!

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Salvador?!

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Salvador?!

Anny

Depois de mais de vinte minutos desesperadores naquela estrada solitária, desisti de acreditar que alguém me socorresse. Pelo visto, o fluxo de carros deveria ter sido detido em algum lugar por uma força suprema, por que era inacreditável que a rodovia houvesse se tornado um imenso deserto repentinamente.

-- Droga! Por que você me odeia tanto Universo! — Desci do carro e chutei com força o pneu vazio. --- É isso que você quer? Que eu desista de tudo?--- Bato com força a mão de punho fechado no capô.

Não há sinal no celular, por mais que tenha andado na estrada à procura, por que deveria? Seria muito fácil chamar um guincho, um mecânico, as coisas seriam simples de se resolver! E simplicidade não é o que destino quer pra mim. E pelo visto, não há sequer chance de alguém passar por aqui tão cedo.

Me encosto no veículo e confiro a hora. Quase meio dia. O sol está escaldante e a água que trouxe já acabou, tomei todo o café da garrafa e estou elétrica por causa da cafeína, não lembrei de colocar nem uma barrinha de cereal na bolsa, por isso, meu estômago toca uma sinfonia desarmoniosa. Ando de um lado para outro, pensando em possíveis soluções que não seja fazer o trabalho de trocar o pneu.

— Admita Anny,  a parte mais importante da auto escola você burlou. — reviro os olhos lembrando que havia uma aula básica de mecânica incluída no programa, mas por preguiça, abdiquei desse brinde.

Sentei no capô, gritei uma meia dúzia de palavrões e pensei seriamente em começar a chorar. Seria uma perda de tempo. Uma desidratação desnecessária. Andar sozinha por aquela estrada sinistra parece ser minha única opção. Não parece ser o que minhas pernas querem fazer. Mas, é isso ou...

Vou até o porta malas. Pego os apetrechos para tentar trocar o pneu. Não deve ser tão difícil assim. Mas, assim que os tenho espalhados no chão próximos ao carro, descubro que não tenho a menor ideia de como usá-los.

Mais uns xingamentos reverberam na vegetação ao  redor, chutes na lataria do carro e ataques de ira contra as ferramentas complementam meu teatro. Desisto e quando resolvo pegar minhas coisas e encarar a caminhada..

Uma caminhonete antiga encosta atrás do meu carro. Por causa da minha fúria, nem percebi sua aproximação e me pergunto, quanto do meu teatro seu condutor viu?

Primeiro a vergonha me domina. Depois, pego de imediato a chave de rodas que estava ao lado do veículo a empunhando como arma de defesa. Só me faltava agora ser assaltada!

--- Está precisando de ajuda, moça?-- Um homem muito alto desce do carro.

Ele parecia esculpido à mão, com um corpo atlético que exalava força e confiança. A pele bronzeada contrastava perfeitamente com os cabelos castanhos, ligeiramente despenteados pelo vento, dando-lhe um ar de casualidade irresistível. Os óculos escuros escondiam os olhos, mas a sombra do sorriso nos lábios sugeria uma intensidade por trás das lentes. Ele devia estar por volta dos quarenta anos, mas carregava uma juventude vibrante, quase desarmante. Sob outras circunstâncias, eu estaria lisonjeada com uma visão como essa, mas na minha atual maré de azar.

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