CAPÍTULO 31- DESCOBERTAS

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Revelações 

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Revelações 

Noah

Cada palavra proferida por Anny, desperta uma repulsa dentro de mim. Por anos, eu permaneci na sombra ameaçadora de um fantasma me prometendo que, algum dia, alguém apareceria e reclamaria a guarda do meu encapetado, filho. Marcos era diferente demais para ser nosso, Suelen vivia me dizendo isso. Não importava o quanto o pediatra, marido de Soraya, tentava nos convencer de que era normal isso acontecer, volta e meia, crianças nascerem com genes muito ancestrais da linhagem da família. Mas gêmeos? Não, para mim, isso não era nada corriqueiro. Tinha certeza da lealdade de minha esposa e comecei a pirar com suposições que invadiram minha mente. 

Voltei há centenas de anos na árvore genealógica da família e descobri que não tínhamos ruivos de olhos verdes ancestrais. Não somos descendentes de irlandeses, nem houve um casamento entre ingleses e escravos nas famílias que ajudaram a colonizar esse país, prováveis causas que poderiam restaurar essa probabilidade genética num futuro. Todas as suposições caiam por terra a cada pesquisa. Eu não amava meu filho? Longe disso! Eu tinha medo que se fosse verdade uma troca na maternidade, onde estaria meu filho verdadeiro? Ele estaria bem? Confortável? Tinha uma vida feliz? Essa pergunta era a causa constante da minha insônia. E se realmente eu tivesse um filho perdido pelo mundo?

Quando vi aquela ruiva na estrada sozinha, com medo, acuada e tão corajosa ao mesmo tempo, percebi meu filho espelhado nela, tive uma ligação imediata com aquela mulher e nem tinha ideia do porquê. Agora, imagino que ela seja quem eu sempre procurei. A mãe de Marcos. E quem sabe, meu pior pesadelo se realizando…

— Bom… — Anny começou com voz trêmula assim que estacionei o carro na frente do hotel.

— Anny, eu preciso ter essa certeza sobre o que aconteceu com Suelen, quem sabe, onde está meu filho verdadeiro, e pior, se somos o pai de Marcos. 

— Você também pensou nisso? — ela corou.

— Tenho quase certeza que minha mulher já tinha deixado essa ideia de fertilização enterrada a muito tempo, ela queria filhos nossos! E dizia que se o universo não queria nos dar esse presente, iríamos adotar. — apertei o volante temendo que todas essas promessas fossem palavras ao vento e Suelen estivesse disposta a tudo por filhos. — Mas não posso falar por alguém que já morreu.

— Leonardo disse que podemos tentar um exame de DNA. Não se preocupe com os gastos, eu vou bancar todos. — bufei, sempre esse cara metido no meio. Qual era a verdadeira intenção dele?

— Eu concordo, vamos marcar um laboratório confiável, não negarei material, nem meu, nem do meu filho, mas se souber que me enganaram…

— Tenho um plano…

Ela interrompe, o olhar frio perdido no movimento da rua, o rosto pálido e a sensação de que não gostarei disso me invade.

— Você ouviu o que acabei de falar, Anny?

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