CAPÍTULO 11 - HOSPITAL

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ANNY

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ANNY

HOSPITAL...

A vida cruel. E te faz lembrar disso te dando uma surra toda vez que você precisa. Nessa lógica, cá estou. Completamente dolorida numa cama de hospital. Mereço, não nego. Sentir a cabeça latejar como se tambores rufassem dentro dela, é um castigo pequeno, a meu ver. Ter uma consciência condenando por um assassinato o resto da vida, poderia ser muito pior…

Pisco os olhos várias vezes para me ambientar a claridade do quarto. Ela os machuca com a ardência que provoca. Tento sentar na cama. Porém, parece que fazer isso é um gatilho para mais dor. Desisto e foco em concentrar-me num modo de como pedir desculpas as pessoas que pelas atitudes que tomei hoje. Nesse instante, uma voz feminina me chama a atenção…

---Clara…---Viro-me na direção da voz e a vergonha me domina. 

Quero que o chão se abra e me engula da vergonha que sinto ao ver a pequena. Ana, mesmo depois de todas as acusações que fiz, está sentada numa poltrona perto da janela vigiando meu sono.

--- Ana Clara é meu nome completo. Como vê, nem de longe se parece com Soraya. --- Levanta devagar e vem até a cama, aperta o botão da campainha acima da minha cabeça e sem esperar resposta volta ao lugar de antes já pegando sua bolsa para sair do quarto.

Se está ali, ou foi obrigada a me acompanhar fazendo seu papel de assistente, ou quem sabe, me odeia e quer me mostrar o quão ridículo e absurdo foi minha atitude. Tenho suspeita que a última alternativa é a correta. Quero lhe pedir desculpas. Porém, não consigo formular uma única frase sequer de arrependimento. Meu instinto, ainda persiste em ser orgulhoso e dizer que Ana, apesar de ser uma fiel escudeira por todos esses anos, tem alguma coisa haver com “Soraya”.

---Ana, por favor… --- ela se vira para mim com desinteresse, faz sinal para não dizer nada e se encaminha à porta. Isso é uma evidência que a magoei muito. --- Ana, por favor! Não sai assim sem que…---- ela me ignora. 

Abre a porta sem pestanejar, sai e fecha atrás de si com extrema violência, o som da pancada ecoa pelo quarto me fazendo encolher na cama. Está uma fera. E levará um tempo para se acalmar. Não a culpo. No seu lugar, já teria ido a uma delegacia e feito um BO. Penso em passar as mãos no rosto e tirar aquela nuvem de remorso que pousou sobre mim, mas, minha mão esquerda está algemada no suporte do soro preso à cama. Se tem algemas, tem polícia. Se tem polícia, acredito estar bem encrencada. Me apavoro. Tento soltar o artefato do meu pulso, mas, a única coisa que consigo de concreto é machucar-me. O suor brota na minha testa quando penso que dali a pouco, quem colocou essas algemas entrará pela porta e vai conduzir-me para uma delegacia.

— Calma, Anny, calma. — respiro fundo tentando pôr os pensamentos em ordem. — Ficar nervosa só vai te prejudicar mais!

Nos poucos minutos que fico sozinha, tento bolar uma desculpa plausível para as insanidades que cometi. Faço uma lista mental das minhas proezas do dia e vejo que será complicado achar explicações para todas essas barbáries. Riu de nervoso enquanto as enumero.

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