CAPÍTULO 14 - BUSCANDO PISTAS.

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Em busca de pistas…

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Em busca de pistas…

Anny

Mãe... Mãe... Mãe... Mãe...

Sentei-me na cama sobressaltada, buscando a origem da voz. O quarto estava vazio, mas meus olhos ainda percorriam cada canto da penumbra. Inclinando-me para a frente, encontrei-me inspecionando até mesmo o espaço debaixo da cama, uma risada irônica escapando dos meus lábios ao perceber aonde minha mente havia chegado. Fantasmas debaixo da cama? Que tolice.

Respirei fundo, enxugando o suor que escorria pela testa, aliviada ao perceber que era apenas o despertador do celular que havia me arrancado dos tormentos do meu sonho. O som irritante ainda ecoava no quarto enquanto desligava o aparelho, passando os dedos pelos meus cabelos emaranhados, evidência clara de uma noite agitada, cheia de mudanças de posição. Por um breve momento, pensei em abandonar todos os planos do dia. Mas a lembrança do pesadelo me fez hesitar.

No sonho, uma menina linda, com um misto dos meus traços e os de Chris, sacudia meus ombros, apavorada. A urgência em seus olhos dizia que minha vigília era a única coisa que poderia garantir sua segurança. Um alerta claro de que o tempo não estava do meu lado, e que vacilar significava perder de vista Soraya para sempre.

Acordei pior do que me deitei. A vertigem tomou conta assim que meus pés tocaram o chão, e a dor latejante na cabeça me lembrou que uísque é uma bebida com a qual  nunca deveria ter me metido. Cada passo em direção ao banheiro era um desafio, a visão embaralhada, as sombras da ressaca brincando com minha mente. Preciso de estabilidade. Andar como um zumbi recém-ressuscitado não me levaria a lugar algum. Avancei, lenta e cuidadosamente, tateando a parede até finalmente alcançar meu destino, aliviada por não ter sofrido uma queda no caminho.

Eram quatro e meia da manhã. O sol ainda não havia dado as caras, e me perguntei por que diabos havia programado o alarme para esse horário. Mas logo lembrei. Trezentos quilômetros de estrada me aguardavam. Precisava de acomodações, de estratégias que só seriam possíveis ao chegar à cidade. Eu teria que me enturmar, já que não podia simplesmente subir no coreto e gritar a plenos pulmões que aquele que havia roubado meus filhos se apresentasse.

Filhos...

Essa palavra ressoava como um eco assustador. Passamos anos evitando-a, e agora ela pairava sobre mim como um fantasma, trazendo consigo uma enxurrada de responsabilidades que eu nunca imaginei assumir.

O banho gelado foi uma tentativa desesperada de acordar para a realidade. Cada gota fria que tocava minha pele lembrava-me do calor do ódio que corria nas minhas veias por Soraya. Enquanto a água escorria pelo meu corpo, uma ideia passou pela minha mente: levar a pistola de Chris na mala. Uma risada cruel escapou dos meus lábios. Eu não precisava dela. Quando encontrasse aquela mulher, minhas unhas fariam o serviço.

Pouco depois, desci já pronta para a viagem. Cada passo me lembrava do estado deplorável em que a ressaca me deixara. Na cozinha, enquanto a máquina de café trabalhava, fui até o escritório pegar dinheiro em espécie para subornos. Quem diria que aqueles filmes de máfia que tanto assisti teriam alguma utilidade? Meu sorriso triste refletia o quanto eu estava disposta a fazer para descobrir a verdade.

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