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˖˙❛ 𝐒𝐄𝐗, 𝐃𝐑𝐔𝐆𝐒 𝐄 𝐄𝐓𝐂. ❜ ꜝꜞ 29 ... ❨ capítulo vinte e nove ❩ ━━ mas eu tenho que saber nós ainda somos amigos? escrito por 𝖗𝖊𝖈𝖈𝖆𝖜 𝖊 𝖒𝖘𝖚𝖌𝖚𝖗𝖔
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O dia não era um dos melhores.
Era assim que Lexie poderia descrevê-lo. Estava há algum tempo sóbria. Sem usar nenhuma droga sequer, nem mesmo fumar. Poderia dizer que estava levando esse lance mais a sério do que esperado. Afinal, promessas são promessas.
Mas talvez aquilo fosse mais difícil do que pensou. Sua cabeça latejava e por mais que tentasse, ela não conseguia parar de pensar no pacote branco escondido debaixo da cama.
Ela não apareceu nas aulas durante esse tempo. Recebeu um telefonema de seu pai que, sem rodeios, perguntou sobre as faltas recorrentes. Lexie tentou soar convincente, dizendo que não estava se sentindo bem nos últimos dias e que provavelmente tinha pego alguma virose e, para sua surpresa, ele não insistiu. Apenas disse que, quando voltasse, deveria repor a matéria se não quisesse encontrá-lo mais cedo.
Era um saco. Ela sabia disso. Toda a sua vida era ruim, e tentar melhorar parecia uma ideia da qual a morena já pensava em desistir. Mas ela sabia que não podia. Não se amasse tanto quem dizia amar.
Lexie nunca fez nada por si mesma, e dessa vez não foi diferente. Parou de usar apenas para não preocupar as pessoas à sua volta - mais especificamente, Maxine. A garota que doou sua vida para salvá-la nos melhores e piores momentos. Não queria ser um peso como sempre foi. Pelo menos não nessa nova fase.
O quarto do dormitório estava envolto em uma atmosfera tensa, onde o silêncio parecia amplificar cada respiração, cada batida do coração. As paredes brancas e despersonalizadas do quarto pareciam apertar o espaço, forçando as emoções reprimidas a emergirem à superfície. Lexie estava sentada na beira da cama, os olhos fixos no chão, tentando encontrar as palavras que se recusavam a sair. Seus dedos brincavam nervosamente com uma mecha de cabelo, um reflexo de sua mente inquieta.
Magic, Coldplay, tocava baixinho no seu celular. Estava tentando se animar com qualquer coisa. Ou melhor, tentava se distrair do fato de que em apenas algumas horas teria uma festa e era quase uma obrigação se manter firme para não errar. Todo mundo ao seu redor estaria fazendo algo, mas ela não podia. Como um pássaro preso na gaiola.
Batidas suaves na porta foram escutadas, e ela não precisava de muito para saber quem estava do outro lado pela voz que disse "Sou eu".
- Entra.
A madeira rangeu e a primeira coisa que Lexie viu foi uma cabeleira vermelha despenteada. Ela não conseguiu evitar um riso nervoso. Max sempre sabia a hora certa de aparecer e salvá-la dos próprios pensamentos.
