45- Sagrado Profano

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 Nunca imaginei essa situação... juro que não. Meu casamento era tão perfeito que eu jurava que jamais chegaria a ter qualquer desentendimento com Han. Mas esse dia chegou. Não sei como... e sequer sei por que. O fato é que chegamos a discutir feio. Eu não queria de forma alguma continuar nesse submundo do crime.

 Jisung por sua vez achava que eu deveria continuar até encontrar alguém à minha altura para tomar as rédeas do negócio. O pior disso tudo é que somos dois topetudos, nenhum abaixa a crista. Quer dizer... até que sempre ponderamos nossas atitudes, nossas opiniões. Mas dessa vez talvez o estresse e a correria do dia a dia tenham influenciado para que chegássemos a esse ponto.

O resultado? Um de cara virada pro outro... e uma semana sem sequer sentir o calor do corpo de Han junto ao meu. Estava a ponto de subir pelas paredes.

 E pra piorar tudo... inventaram uma porra de uma despedida de solteiro para o Changbin. Esse foi o único momento em que Han me dirigiu o olhar. E claro... ele estava pensando alguma besteira. Acabei concordando desde que a festa fosse em minha casa.

Seria na ala separada do restante, onde havia o salão de festas. Alguma coisa esses rapazes estavam aprontando ou então Felix também não iria me olhar com aquela expressão assassina.

Depois disso Jisung sequer olhou pra mim novamente. Estava agora sentado na cama, uma toalha em volta do corpo enquanto espalhava a loção pelos braços.

– Han... estamos agindo como duas crianças. Pelo amor de Deus... nosso casamento sempre foi... tudo às claras. Conversamos sobre tudo. É claro que algum dia iríamos ter opiniões contrárias.

Ele me olhou com raiva.

– Você me prometeu que não abandonaria a máfia.

– Espere aí... afinal... você se casou comigo só porque sou um mafioso?

– Não seja estúpido. Sabe que não é isso. Mas eu também me sinto mais seguro com você a frente dos negócios.

– Han...

– Seus amigos já chegaram. Estou ouvindo daqui.

Fiquei ainda mais irritado com aquilo. Jisung realmente conseguia me tirar do sério.

– Ótimo. Quer agir como um garotinho mimado... vá em frente. Depois não venha achar ruim.

– O que quer dizer com isso?

– O que é? Quer que eu desenhe pra você? Não costumava ser tão obtuso senhor Lee.

– E você continua o mesmo cavalo de sempre.

– Quer saber? Vá ao shopping e vá brincar de fazer compras com o Felix. Não quer agir como um garotinho? Tem dinheiro o suficiente pra comprar quantos carrinhos quiser.

No mesmo instante o tubo de loção foi atirado em minha direção. Segurei-o no ar e me aproximei dele que empinou o nariz.

Dessa vez eu não daria o braço a torcer. Estava virando um molengão. Minha vontade era segura-lo e beijá-lo até deixá-lo sem fôlego.

– Divirta-se. Eu irei procurar diversão de homem agora.

Saí do quarto e bati a porta. Sei que peguei pesado e ele com certeza estaria surtando agora.

Entretanto se nem isso fosse capaz de fazê-lo vir até mim... eu teria que me dobrar novamente.

Não aguentava mais de saudade dele... do seu corpo.

No caminho para o escritório encontrei Felix sentado no sofá da sala. Se olhar matasse... eu com certeza já estaria fulminado aqui no chão.

– O que foi duende? Está me olhando por quê?

The powerful - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora