23- Skyfall

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 Muitas vezes (e todas essas vezes foram depois que conheci Jisung), eu tive vontade de simplesmente apertar a porra de um botão no cérebro e deixar no automático. Estava cansado de tanta preocupação com negócios que muitas vezes me tiravam o sono.

Antes eu não me importava. As pessoas que se deitavam ao meu lado não eram tão interessantes a ponto de me fazer escolher entre elas e o trabalho.

 Agora as coisas mudaram drasticamente. Levantava-me da cama praticamente empurrado por alguma força oculta, já que vontade eu não tinha nenhuma. O único desejo era permanecer ao lado de Jisung. Esse homem roubava minha sanidade e me fazia ir ao céu e ao inferno com uma facilidade impressionante. Bem que dizem que os fortes e arrogantes sempre se dobram perante alguém. Taí... eu era a prova viva disso.

 E isso não é uma reclamação. É apenas uma constatação dos fatos. Um homem que me levava ao delírio na cama, como nenhum outro jamais fez, atiçava meus ciúmes e possessividade, além de inflar meu ego com sua entrega incondicional.

 Resumindo: era minha perdição. E como o ser intenso que sou, meu amor por ele não poderia ser menos intenso. E eu sabia que ele esperava ouvir de mim as tão tradicionais palavras, embora eu tenha demonstrado de formas que nem eu mesmo imaginei. E também nem sei o porquê de me esquivar tanto de dizer isso. Talvez porque ao proferir tais palavras eu me colocasse definitivamente nas mãos dele. E isso também não era nenhuma novidade.

Han era tão forte e prepotente quanto eu, e não duvido nada que se por algum motivo eu não estivesse aqui, ele tomaria frente nos negócios.

Eu precisava mais do que nunca me doar além do que já fiz. Ele merecia isso não só por aturar minhas constantes mudanças de humor como por ter me dado seu amor.

E mais... teríamos dois filhos.

 Gêmeos... porra... o homem é tão espetacular que até nisso ele conseguiu me surpreender. Esse foi um dos motivos que me fez decidir tirar uma "licença" dos negócios e dedicar-me a ele. Antes é claro, eu daria cabo do desgraçado que andava rondando minha família.

E depois... Hyunjin que se virasse e tomasse a dianteira.

 Nessa noite minha mente já tinha tudo maquinado... Iria atrás de Seongjae e acabaria com sua raça. E voltaria inteiro para os braços do Han. Eu não tinha mais medo algum de parecer fraco ou piegas. Hoje ele ouviria o que tanto ansiava.

Assim que voltamos da nossa lua de mel, que aliás, estaria definitivamente cravada em minha memória, eu fui descansar um pouco. E acordei com Han em meus braços.

Deus... como era difícil sair e deixá-lo tão lindo, sozinho... Estava ficando pior a cada dia. Mas eu precisava descer e conversar com Felix.

 Felizmente Han já tinha aceitado o fato de serem importantes demais pra mim. E muitas vezes eu poderia até exagerar na segurança deles, mas era pura e simplesmente porque não suportaria perder nenhum.

 Menos mal que Felix ouviu os conselhos de Jisung e prometeu, embora eu duvidasse que fosse cumprir, jamais sair sem algum segurança. No entanto eu estava com coração apertado, a ponto de doer ao me despedir de Jisung na varanda. Sua expressão era tão triste e sofrida que eu quase desisti dessa merda toda.

Abracei seu corpo que tremia consideravelmente, olhando-o fixamente.

- O que está afligindo você?

- Nada.

- Péssimo ator.

 No fundo ele já deveria imaginar que Seongjae já estava preso e era questão de horas até que eu acabasse com a vida do maldito. Junseo ainda estava solto por aí. Mas seria questão de horas também.

The powerful - MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora