Nosso primeiro amor.

Aconteceu de novo.

Matthew

Matthew lembrava de quando eles eram mais novos e Olie odiava fazer aniversário no primeiro dia do ano. A frustração do amigo com a data parecia um ritual tão previsível quanto a própria contagem regressiva. Mas agora, olhando para o apartamento lotado, a música alta misturando-se a risadas e conversas, era difícil associar essa festa explosiva ao Oliver que ele conhecia. Quando recebeu o convite, Matthew imaginou algo pequeno, íntimo, com os amigos mais próximos brindando enquanto o ano virava. Não esperava ser engolido por uma multidão animada, como se o apartamento de Oliver fosse o centro do universo naquela noite.

Ele entrou, tentando parecer à vontade, mas a verdade era que cada passo parecia hesitante. Seus olhos vasculharam o ambiente até encontrarem Oliver. Lá estava ele, no meio de tudo, o sorriso iluminando o lugar como se fosse a própria virada de ano. Oliver sempre teve esse poder: fazer tudo ao redor parecer mais vivo, mais vibrante. Vestia uma camisa de linho casualmente elegante e uma bermuda que realçava sua beleza desconcertante. Matthew, por sua vez, sentiu-se subitamente inadequado no blazer que escolhera, imaginando se havia exagerado.

Ele tentou sorrir, mas por dentro uma tempestade de emoções crescia. Oliver estava lindo, radiante... e inacessível. Desde que ele terminou o relacionamento complicado e perdeu o pai, Matthew tinha sido a rocha onde Oliver se apoiara.

Contudo, aquela proximidade constante havia reacendido sentimentos que Matthew temia encarar. Ele estava apaixonado — de novo. E essa paixão o consumia de uma forma que ele não sabia como controlar.

A festa estava em pleno andamento, e Oliver parecia o centro das atenções. Ele se movia pelo salão com a leveza de alguém que parecia não carregar peso algum nos ombros, mesmo que Matthew soubesse que isso não era verdade. Um grupo de amigos fazia piadas e brindava em homenagem a ele, e Matthew observava à distância, sentindo uma pontada de ciúme crescer. Era irracional, ele sabia. Oliver tinha acabado de passar por momentos difíceis, e agora não era hora para isso. E o que eles tinham sempre foi algo sem compromisso. Mas Matthew não conseguia evitar o desejo de ser mais do que apenas isso, de ser quem ocupasse o espaço mais importante na vida de Oliver.

— Olha quem chegou! — Lily apareceu ao seu lado, claramente embriagada, puxando-o para o centro da festa.

Matthew foi arrastado até o grupo de amigos, tentando não tropeçar tanto em si mesmo quanto nos próprios sentimentos. Quando Oliver o viu, seu rosto se iluminou ainda mais.

— Mattie! Você veio! — Ele abriu os braços, a alegria em sua voz atingindo Matthew como um soco.

— Claro que vim. Não perderia seu aniversário por nada. — Ele tentou soar casual, embora seu coração estivesse batendo rápido demais.

Oliver riu, uma risada leve e contagiante.

— Espero que esteja pronto para provar a torta. Tá boa demais.

Ele piscou, e Matthew sentiu uma onda de alívio. Talvez, só talvez, conseguisse sobreviver à noite.

Mas à medida que as horas avançavam, Oliver continuava rodeado de amigos e admiradores. Matthew observava à distância, lutando contra uma pontada crescente de ciúmes. Especialmente quando viu um homem alto, bonito e confiante flertar abertamente com Oliver. Eles estavam perto demais, rindo de algo que Matthew não conseguiu ouvir. Seu peito apertou.

Matthew lutou contra o desejo de se afastar da festa, de sair dali antes que seu desconforto se tornasse insuportável.

— Ei, você tá bem? — perguntou Lily, notando o desconforto de Matthew, mas falando um pouco mais alto que o normal.