O dia estava muito nublado e pude ouvir as gotas de chuva caindo sobre mim enquanto eu estava vestida com a capa de chuva. Já fazia dois dias que eu havia enterrado uma parte de mim, no velório não havia mais que 5 pessoas. Felippo, que cuidou de todo o processo burocrático do enterro, o padre que fez a cerimônia, Dona Edith, que eu conhecia desde que nasci, Sebastian e eu.
E aqui estava eu, novamente à frente de sua lápide, com uma sensação estranha e inquietante dentro de mim, as nossas últimas palavras continuavam me martirizando. Era difícil respirar, com os ombros caindo e às pálpebras pesadas.Chorar era um escape que amenizava o grito do peito, mas não era o suficiente. Eu já conhecia aquela sensação de fragilidade e principalmente de culpa.
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Ao entrar no quarto do hospital, Felippo pergunta:
- Você voltou lá?
Vou até à cama do centro onde Teresa estava deitada e não digo nada. O monitor ao lado relatava seu estado entre os bips e números. Sua mão estava quente e me sento a seu lado.
- Como ela está ?
- O médico disse que ela está indo bem, no entanto, ainda é apenas o início de um longo percurso.
Teresa era uma mulher forte e logo estaria bem, era isso que todos desejávamos. Ouço a porta sendo aberta e Sebastian entra vestindo seu terno preto com sobretudo da mesma cor. Ele também estava com olhos um pouco inchados, sua barba até havia dado sinal em seu maxilar definido.
Felippo põe a mão sobre o ombro do amigo e o cumprimenta, dizendo:
- Quem bom que voltou!
- Precisamos de um plano contra a fiscalização dos galpões, faremos o remanejo dos produtos- ele disse, fazendo Felippo suspirar.
- precisamos de férias! - ele logo sai pegando o celular.
Sebastian estava diferente. Nós últimos dias ele não me deixou sozinha; mas eu sentia que ele estava me evitando. Ele se aproxima e encaixa as mãos dentro dos bolsos.
- Como você está?
- Eu estou bem! - digo rapidamente
- Não tem dormido há dois dias, mal come e vai ao cemitério 3 vezes ao dia - ele diz me fazendo encara-lo.
- tem me espionado?
- isso não é relevante, estou preocupado com você!
- ha sei...e mal falou comigo nesses dias
Ele avança até a janela, levantando a cabeça.
- eu estava com medo.
Um silêncio se intensificou.
- Medo?
Ele se vira e vejo dor em seu semelhante.
- De que você me culpasse...
- Sebastian, eu jamais culparia você por nada do que aconteceu! - me levanto indo até ele, quando vou tocá-lo sou impedida.
- MAS EU SIM
- Sobre o que está falando?
Ele suspira e olha pra mim como se fosse a última vez.
- Eu me culpo pelo seu sofrimento...por ela estar aqui...- ele lança um olhar pra Teresa.
-...se eu não estivesse na sua vida, você seria feliz! Nunca teria enterrado sua mãe nessas circunstâncias, então você se casaria e teria a família que você deseja.
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🥀Destiny🥀
RomanceElisabeth Wilson precisa de um emprego o mais rápido possível para não perder sua casa. Logo surge a oportunidade de trabalhar em uma grande empresa de Seattle, mas não é bem isso que ela vai conseguir; tudo muda ao conhecer Sebastian Mancini um Mag...