Era uma tarde tranquila na casa de Satoru Gojo e Suguru Geto. Satoru estava deitado preguiçosamente no sofá, com uma mão apoiando a cabeça e a outra segurando o controle remoto, embora a TV estivesse desligada. Suguru, em sua poltrona favorita, estava concentrado em um livro. A atmosfera era calma, o silêncio confortável entre os dois dava um ar de paz.
Até que Suguru franziu a testa e olhou para o relógio na parede.
- Satoru... - Ele começou, fechando o livro e lentamente levantando o olhar para o marido.
- Hm? - Gojo murmurou, sem muita preocupação, ainda esticado no sofá.
- Está muito silencioso aqui, não acha? - Suguru comentou, um leve tom de preocupação em sua voz.
Gojo virou a cabeça preguiçosamente para Suguru, sorrindo.
- E isso é um problema?
Foi nesse momento que uma lembrança atingiu Suguru como um relâmpago. Seus olhos se arregalaram.
- O MEGUMI! - Ele gritou, levantando-se da poltrona tão rápido que o livro caiu no chão.
- O quê? — Satoru se endireitou no sofá, agora alarmado.
- ESQUECEMOS O MEGUMI NA ESCOLA! - Suguru gritou, já correndo em direção à porta.
Satoru saltou do sofá como se estivesse em uma missão de vida ou morte.
- As gêmeas estão no acampamento e a Tsumiki está na casa da avó... mas o Megumi! - Ele exclamou, seguindo Geto até o carro.
Ambos entraram rapidamente no veículo, e Satoru não perdeu tempo. Assim que ligou o carro, pisou no acelerador com força.
- Vai com calma! — Suguru exclamou, segurando-se no assento, mas logo corrigiu - Quer dizer, não vai devagar! A gente tem que pegar o Megumi!
- Já estamos voando! - Gojo respondeu, enquanto o carro ganhava velocidade. O vento fazia um zumbido nos ouvidos deles, mas a preocupação com Megumi era maior. Porém, de repente, o carro começou a perder força - O que... - Satoru começou, apertando os olhos. Ele pisou no acelerador, mas nada aconteceu - Não, não, NÃO!
O carro morreu.
Suguru olhou incrédulo para Satoru.
- Gojo... o carro parou? - Ele perguntou com uma calma forçada.
- Parece que sim... - Satoru respondeu, batendo na direção. Ele tentou ligar o carro de novo, várias e várias vezes, mas sem sucesso.
- Ah, você está de brincadeira comigo... - Geto murmurou, massageando as têmporas. Depois de alguns minutos tentando sem sucesso ligar para mecânicos e guinchos, Suguru finalmente suspirou e olhou nos olhos de Satoru - Não temos escolha, Satoru... vamos ter que correr até a escola.
Satoru o encarou por um momento, e então assentiu.
- Vamos - E assim, os dois saíram do carro e começaram a correr, com toda a determinação de dois pais que tinham esquecido o filho na escola. Eles não pararam, não desaceleraram. Em cinco minutos, estavam exaustos, mas finalmente chegaram à escola. Pararam na frente dos portões fechados, ofegantes - Está... está fechada... - Gojo arfou, apoiando as mãos nos joelhos enquanto tentava recuperar o fôlego.
Geto, ainda tentando controlar sua respiração, olhou em volta. Algo não fazia sentido. Até que seus olhos se arregalaram novamente.
- Espera... - Ele começou lentamente - O Megumi... ele foi com a Tsumiki para a casa da avó, não foi?
Gojo piscou, claramente confuso por um segundo. Então, a ficha caiu.
- Ah... MEU DEUS! - Ele exclamou, começando a rir, um riso nervoso que logo contagiou Suguru.
- Fizemos tudo isso... - Suguru riu, segurando a barriga, quase chorando de tanto rir.
- Por nada! - Completou Gojo, rindo tanto que mal conseguia respirar.
Os dois ficaram lá por alguns minutos, rindo como loucos, as lágrimas escorrendo pelo rosto. Quando finalmente se acalmaram, a realidade bateu.
- Passamos por tudo isso por NADA!... - Geto disse, ainda com um sorriso no rosto, mas claramente frustrado.
- A gente é um desastre... - Satoru balançou a cabeça. Finalmente, conseguiram ligar para um mecânico, e enquanto esperavam, chamaram um táxi para voltarem para casa - Da próxima vez, eu deixo um lembrete no celular - Satoru comentou casualmente.
Suguru apenas balançou a cabeça, suspirando.
- Por favor, faça isso.