Capítulo 29

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Após o ápice, ambos permaneceram próximos, ainda ofegantes, enquanto seus corpos lentamente retornavam à calma. O silêncio que seguiu não foi desconfortável, mas sim carregado de uma intimidade que ia além das palavras. Any sentia o calor de Alfonso ao seu lado, e ele, por sua vez, mantinha os braços ao redor dela, como se quisesse prolongar aquele momento de conexão.

O coração de ambos, embora ainda acelerado, começou a desacelerar, e os toques, antes urgentes, agora se tornavam carinhosos e suaves. A intensidade havia se transformado em algo mais profundo, deixando uma sensação de completude e cumplicidade no ar.

Perderam as contas de quantas vezes se entregaram um ao outro naquela tarde. O desejo parecia inesgotável, e cada momento de paixão os aproximava ainda mais. Entre beijos, carícias e suspiros, o tempo passou despercebido, como se nada mais importasse além da conexão intensa e arrebatadora que compartilhavam.

A tarde parecia interminável, e eles se perderam um no outro, sem se preocupar com o mundo ao redor. Cada toque, cada encontro, apenas reforçava o vínculo que crescia entre eles, deixando claro que o que haviam vivido juntos era mais do que simples desejo — era uma ligação que transcendia o físico.

Após se entregarem ao momento intenso e tomarem um banho juntos, Any e Alfonso decidiram ir para a cozinha para uma noite tranquila. Alfonso, com sua habitual confiança e destreza, tomou a frente na preparação do jantar, enquanto Annie observava de perto, sentada na bancada.

Alfonso: Vou preparar algo simples e gostoso para nós. Que tal uma lasanha? É algo que eu gosto muito e espero que você também aprecie - disse Alfonso, sorrindo para Any.

Ela riu levemente, ainda se adaptando ao ambiente da cozinha.

Any: Nunca cozinhei nada além de um sanduíche, então estou aqui para aprender e ajudar no que puder

Os dois começaram a procurar pelos utensílios necessários. Any estava surpresa com a quantidade de itens que a cozinha possuía e com a organização meticulosa dos utensílios. Ela pegou uma colher de madeira, enquanto Alfonso procurava pela panela certa.

Any: Você precisa de ajuda para encontrar algo? - perguntou, tentando oferecer ajuda.

Alfonso sorriu para ela.

Alfonso: Na verdade, sim. Se puder encontrar a espátula, seria ótimo. E também, pode me passar o alho que está ali na gaveta?

Any vasculhou a gaveta e encontrou os itens que ele precisava. Ela se aproximou e entregou os itens a Alfonso, notando a habilidade com que ele trabalhava.

Any: Você parece saber exatamente o que está fazendo. É impressionante."

Alfonso deu uma rápida olhada para ela, apreciando a sinceridade de seu elogio.

Alfonso: Obrigado. Mas você também está fazendo um ótimo trabalho ajudando. É bom ter uma companhia para isso.

Enquanto o cheiro do risoto começava a invadir a cozinha, criando um aroma acolhedor, a conversa entre os dois fluía naturalmente. Eles compartilhavam histórias e risadas, enquanto Any, mesmo sem experiência, se esforçava para aprender e colaborar.

Any: Eu realmente não fazia ideia de como era o trabalho na cozinha - admitiu Annie, olhando ao redor - Te sempre fez tudo por mim, e agora eu vejo que é um processo todo.

Alfonso: É um trabalho em equipe, no final das contas - Alfonso respondeu, mexendo o molho - E você está indo muito bem.

Enquanto Any estava sentada na bancada da cozinha, observando Alfonso cozinhar e desfrutando da atmosfera acolhedora, seu celular vibrou. Ela olhou para a tela e viu uma mensagem anônima de um admirador secreto:

"Por que está com esse cara?"

A mensagem foi seguida por outra:

"Fica linda nervosa."

Any sentiu um frio na espinha ao ler essas palavras. A tentativa de desestabilizá-la era clara, e a falta de identificação do remetente aumentava o desconforto. O que poderia significar? Por que alguém enviaria uma mensagem assim no meio de uma noite tranquila?

Sem querer deixar que isso afetasse o momento que estava compartilhando com Alfonso, Any decidiu ignorar as mensagens. Ela bloqueou o número imediatamente, garantindo que não receberia mais mensagens perturbadoras daquele remetente.

Com o celular guardado, Any tentou se concentrar no momento presente, voltando sua atenção para Alfonso, que estava ocupado na cozinha. Ela sorriu e comentou algo sobre o aroma delicioso que começava a preencher a casa, buscando retomar a atmosfera descontraída e calorosa que haviam criado.

A tentativa de perturbação não iria estragar a noite. Any estava determinada a aproveitar o tempo com Alfonso e a manter a situação sob controle, apesar da mensagem inquietante que havia recebido.

Any estava distraída, tentando relaxar enquanto observava Alfonso cozinhar, ainda sentindo o peso das mensagens perturbadoras que havia recebido. Instintivamente, ela olhou pela janela da cozinha, buscando algum tipo de distração. No entanto, o que viu fez seu coração parar por um instante.

Havia alguém do lado de fora, olhando diretamente para ela. Um rosto que ela conhecia bem, e que jamais esperava ver ali, na penumbra da noite. O choque foi tão grande que o copo que Any segurava escorregou de suas mãos, caindo no chão e se quebrando em mil pedaços.

Ela respirou fundo, piscando várias vezes, tentando entender o que estava acontecendo. Seus olhos fixaram-se novamente na janela, mas a figura havia desaparecido. Não havia mais ninguém ali.

Alfonso, distraído com o som do copo quebrando, virou-se rapidamente para ela.

Alfonso: Está tudo bem? - ele perguntou, com uma expressão preocupada.

Any, ainda atordoada, tentou disfarçar seu susto, mas sua voz saiu trêmula.

Any: Sim... só fui desastrada.

No fundo, seu coração batia acelerado. O que tinha acabado de ver? Estaria sua mente pregando peças?

Ela tentou se recompor, mas o sentimento de desconforto já havia se instalado, e a imagem daquele rosto familiar não sairia de sua mente tão cedo.

Alfonso se aproximou rapidamente, preocupado.

Alfonso: Você se machucou? - ele perguntou com uma expressão séria, enquanto seus olhos passavam do chão coberto de cacos para as mãos dela.

Any: Não - respondeu, ainda tentando acalmar os nervos.

Alfonso: Deixa que eu limpo - disse suavemente - Vá lavar as mãos, o jantar está pronto - Ele a observava com ternura, mas ainda preocupado - Tem certeza que está tudo bem? Suas mãos estão geladas

Any forçou um sorriso, tentando disfarçar a inquietação que ainda a dominava.

Any: Sim... só me assustei - Ela desviou o olhar, ainda sentindo o impacto do que tinha visto – ou imaginado ver – pela janela.

Alfonso continuou a olhá-la, claramente percebendo que algo estava errado, mas não insistiu. Ele se agachou para começar a limpar os cacos de vidro, enquanto Any se dirigia ao banheiro para lavar as mãos. O contato com a água fria a ajudou a se concentrar, mas o rosto que ela jurava ter visto do lado de fora da janela ainda estava gravado em sua mente.

Por mais que tentasse se acalmar, uma sensação de alerta continuava latejando no fundo de seus pensamentos. Algo estava errado, e o pavor de estar sendo observada não ia embora.

Quando é amorOnde histórias criam vida. Descubra agora