No luxuoso colégio preparatório, os alunos do ensino médio se reuniam para mais um dia de aula, envoltos em uma atmosfera de privilégio e prestígio. Localizado em um dos bairros mais exclusivos do país, o colégio era conhecido por abrigar os filhos da elite, onde os sobrenomes famosos e a riqueza abundante eram tão comuns quanto os livros didáticos nas mãos dos alunos.
Enquanto os carros de luxo se alinhavam na entrada principal, os alunos se misturavam em um turbilhão de conversas animadas e risos suaves, vestindo uniformes impecáveis e carregando mochilas de grife. Para muitos, frequentar aquele colégio representava mais do que apenas uma educação de qualidade; era um símbolo de status e pertencimento a uma elite privilegiada.
No entanto, por trás das fachadas imponentes e das aparências imaculadas, havia uma pressão implacável para alcançar o sucesso, para se destacar em meio à concorrência feroz e garantir um futuro digno das expectativas impostas pelas famílias abastadas. Os corredores polidos ecoavam com o murmúrio de sonhos e ambições, enquanto os professores, tão imponentes quanto os próprios edifícios, instruíam e guiavam os alunos em sua busca incessante pela excelência acadêmica.
Para os alunos do ensino médio, cada dia era uma batalha silenciosa entre a busca pelo conhecimento e as demandas de um estilo de vida privilegiado. Mas, apesar das pressões e das expectativas, eles sabiam que estavam entre os poucos privilegiados que tinham a oportunidade de trilhar um caminho repleto de oportunidades e privilégios, em um colégio onde o sucesso era mais do que uma aspiração - era uma expectativa inevitável.
Angie lançou um olhar incrédulo para Any, suas sobrancelhas erguidas demonstrando surpresa enquanto ela processava a notícia.
Angie: Fala sério amiga, não acredito nisso
Any: Ele literalmente surtou - ela confirmou, seus olhos refletindo a turbulência emocional que havia experimentado nas últimas horas.
Any era uma jovem privilegiada, filha única de um magnata renomado no mundo dos negócios, dono de uma prestigiada montadora de carros. Crescendo sob os holofotes da riqueza e do status, ela estava acostumada a ter tudo o que desejava ao alcance das mãos. No entanto, por trás da fachada de conforto e opulência, havia uma pressão silenciosa que pesava sobre seus ombros.
Seu pai, um homem determinado e ambicioso, tinha grandes expectativas para o futuro de Any. Com o último ano do ensino médio, a pressão para ingressar em uma prestigiada faculdade era esmagadora. A sombra do legado da família pairava sobre ela, alimentando a ansiedade e o medo de decepcionar aquele que sempre lhe proporcionara tudo.
Apesar de sua inteligência e habilidade acadêmica, a jornada para a faculdade representava um desafio intimidante para Any. As expectativas de seu pai eram altas, e ela sentia o peso da responsabilidade de corresponder às suas esperanças e aspirações. Cada nota, cada decisão, era medida com precisão, em um jogo de expectativas que ameaçava consumir sua paz de espírito.
Enquanto ela navegava pelos corredores do colégio preparatório, cercada por seus colegas de classe e professores exigentes, Any lutava para conciliar as demandas da vida acadêmica com a pressão de satisfazer as expectativas de seu pai. No entanto, apesar dos desafios, ela sabia que precisava encontrar seu próprio caminho, uma jornada que a levaria além das expectativas impostas pela sociedade e pelo legado de sua família.
Angie: Acho que seu pai deveria deixar você cursar a faculdade que quiser
Any: Meu sonho sempre foi estudar moda, Angie. Eu amo tudo relacionado a design, criação e estilo.
Angie: É algo que você sonha desde quando éramos pequenas, não acho certo abrir mão
Any: Eu sei, mas é difícil ir contra as vontades do meu pai. Ele sempre foi tão dedicado ao negócio, e sinto que estaria desapontando-o se escolhesse seguir outro caminho.
Angie: Seu pai quer o melhor para você, mas também precisa entender seus próprios desejos e ambições. Você precisa ter uma conversa sincera com ele e explicar como se sente.
Enquanto Any e Angie conversavam no corredor do colégio, foram interrompidas pela chegada animada de Ana Brenda.
Brenda: Oi, meninas! - entusiasmada
Angie respondeu com seu característico bom humor
Angie: Oi, amiga! Que animação é essa?
Any cumprimentou Brenda de forma mais contida
Any: Oi.
Brenda: Nada de mais, apenas empolgada para a aula de literatura
Angie: Uii, mamãe gosta! - brincou
Brenda virou-se para Any, percebendo sua expressão pensativa
Brenda: Mas e você, Any, que animação toda é essa?
Angie interveio com um suspiro
Angie: O de sempre.
Brenda, notando o semblante mais sério de Any, perguntou curiosa, já sabendo a resposta
Brenda: Seu pai
Any confirmou com um aceno de cabeça
Any: Ficou furioso por causa do nove e meio em biologia
Brenda: Mas você tirou a nota máxima!
Angie interveio novamente, revelando uma dinâmica familiar conhecida
Angie: Até parece que você não conhece ele, né?
Any: Ele disse que nove e meio não é um dez - suspirou
Brenda: Tio Carlos às vezes exagera.
Angie: Brenda! - repreendendo
Brenda: É a verdade, horas. Se ele pudesse, criaria a Any em uma bolha - revirou os olhos.
Assim como Angie, Ana Brenda era melhor amiga de Any. Além disso, suas famílias eram amigas, e elas estudavam juntas desde o jardim de infância. A proximidade delas ia muito além da escola; compartilhavam segredos, risadas e um vínculo que resistia ao teste do tempo.
Angie: Mas vamos falar de coisas boas
Brenda: Vamos falar de como literatura se tornou minha matéria preferida
Angie: Aquele professor é um pecado
Any: Não sei oque vocês vêem nele, acho ele insuportável
Brenda: O que tem de insuportável, tem de gostoso
Any: Deixe o Aaron saber disso vou
Brenda: Nem me fale dele
Angie: Brigaram de novo?
Brenda: Ele simplesmente me deixou pra ficar com os meninos jogando videogame
Angie lançou um olhar compreensivo para Brenda.
Angie: Ele precisa parar de ser babaca
Brenda suspirou, concordando.
Brenda: Que raiva
Any observou a interação entre suas amigas com um sorriso gentil.
Angie: Bem, pelo menos temos a aula de literatura para nos distrair um pouco, não é mesmo?
Brenda assentiu, concordando.
Angie: E com aquele professor, nunca há um momento de tédio.
Brenda balançou a cabeça, concordando.
Brenda: Isso é certo. Ele pode ser um pouco... intimidador, mas tenho que admitir, é difícil não se sentir um pouco atraída por ele.
Any revirou os olhos, mas não pôde deixar de rir.
Any: Vocês duas são impossíveis.
Angie e Brenda riram, compartilhando um olhar cúmplice.
Angie: Ah, mas é por isso que você nos ama, Any.
Any sorriu, reconhecendo a verdade nas palavras de sua amiga.
Any: Sua boba!
Com um último olhar entre elas, antes de entrarem na sala de aula, para enfrentar mais uma aula extensa de literatura.
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Quando é amor
RomanceA gente não encontra o amor, o amor te encontra, e quando te encontra te arrasa, te tira o ar, e tudo oque te importa é amar, sem razão, sem especulações, amar é só amar porque essa é a verdadeira natureza lesa do amor.